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16/08/2006 - 22h40

Lino Rossi reconhece que recebeu eletrodomésticos de Vedoin

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

Campeão no recebimento de propina em troca de emendas ao Orçamento (cerca de R$ 3 milhões), segundo a CPI dos Sanguessugas, o deputado Lino Rossi (PP-MT) admitiu que recebeu do empresário Darci Vedoin --apontado como chefe do esquema-- colchões, camisetas, cestas básicas, cadeiras de rodas, eletrodomésticos e até 75 mil salsichas, além de um ônibus e uma carreta emprestados.

Conforme Rossi, os bens recebidos ou emprestados foram usados em campanhas de assistência social, em Mato Grosso, patrocinadas pelo programa de TV "Cadeia Neles", que o deputado apresentava em Cuiabá.

Rossi negou, porém, que tenha recebido propina em troca de emendas ao Orçamento.
"Estou na Serasa desde 2000. Eu não tenho dinheiro. Essa história de receber R$ 3 milhões não tem lógica. Um cara que recebe R$ 3 milhões e está na Serasa há seis anos tem que pegar prisão perpétua porque é vagabundo", afirmou.

"Mas ele [Darci] me ajudou muito. Deu muita cadeira de roda, muitos sacolões [cestas básicas], emprestou ônibus, uma carreta. Deu 75 mil salsichas e camisetas", afirmou. "Darci me deu 1.500 colchões. Deu mais de mil sacolões", acrescentou.

"Eu comprava um negócio. Ele ia lá e pagava o que eu pedia", contou ainda o deputado.
Luiz Antônio Vedoin, filho de Darci, diz que todo esquema começou com Rossi em 1999. O deputado apresentou à família Vedoin ao menos 19 congressistas, que entraram no esquema.

"Eu o apresentei ao Congresso, como apresentaria qualquer empresário que precisasse de ação política. Eu faria isso mesmo", disse Rossi.

A família Vedoin entregou 152 páginas de documentos à Justiça Federal para comprovar pagamento de propina ao deputado. Na relação estão comprovantes de pagamento de dívidas de Rossi, anotações de contabilidade, transferência de um Fiat Ducato para o deputado e depósitos de R$ 197 mil feitos diretamente na conta do deputado de 2000 a 2002.

Rossi diz ser amigo de Darci. O deputado afirmou que recebeu uma carta do empresário, quando este ainda estava preso (de maio a início de junho). "Ele falou da minha da amizade da lealdade como amigo." disse. Ainda conforme o deputado, Darci deu informações falsas à Justiça Federal sobre a máfia porque estava pressionado.

"A mãe [de Darci] não tinha o que comer. Bloquearam a conta dela. Os netos estavam na mão dos outros. Alguém oferece a ele [o benefício da delação premiada] e ele foi defender a família", disse Rossi. "Quando passar tudo isso, ele vai restabelecer a verdade."

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