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28/08/2006
-
10h33
PEDRO DIAS LEITE
FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
As idas e vindas do empresário Luiz Antônio Vedoin e as novas acusações contra o presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), provocam temor na CPI dos Sanguessugas de uma absolvição em massa dos deputados acusados de envolvimento no escândalo.
O fato de Vedoin revelar novos detalhes do esquema a conta-gotas por meio da imprensa, e não para a própria comissão, a Justiça ou o Ministério Público, deverá ser usado como tática de defesa pelos deputados acusados, avaliam integrantes da CPI. Se o principal acusador perde credibilidade, o processo fica enfraquecido.
A acusação contra Izar é considerada perigosa, uma vez que o presidente do Conselho de Ética é justamente o responsável por encaminhar a abertura dos processos de cassação. Se ele próprio estiver sob suspeição, ficará difícil levar adiante as investigações contra os colegas de Câmara.
"Esclarecer o que pesa contra Izar é prioridade absoluta, para não comprometer a segunda fase da investigação, que ocorre depois da eleição, no âmbito do conselho. Neste momento nós não sabemos se existe algo de concreto contra ele, ou se é simplesmente uma tentativa de sabotagem", diz o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).
Consistência
A CPI quer uma palavra da Justiça sobre a consistência das acusações contra Izar. Amanhã, a comissão se reúne e deve pedir ao juiz Jefferson Schneider, da Justiça Federal em Cuiabá (MT), que ouça novamente o empresário o quanto antes e dê seu parecer.
A CPI ouviu Vedoin por três vezes. "Essa delação premiada se transformou em novela premiada", diz o vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE), que defende nova convocação de Vedoin, empresário que deu impulso à apuração ao relatar casos e dar provas.
Quando Vedoin deu a primeira entrevista revelando detalhes que não contara à CPI nem à Justiça, membros da comissão defenderam que fosse retirado o benefício da delação premiada e até que o empresário fosse preso. As revelações --acusou quatro deputados em entrevista neste final de semana à revista "Época", entre eles, Izar-- abrem espaço para pressão contra Vedoin.
Izar disse na sexta-feira que uma de suas emendas ao Orçamento direcionou verbas que resultaram na compra de ambulância da Planam (empresa acusada de chefiar o esquema) por um município de SP.
Segundo as novas declarações de Vedoin, Izar participou do esquema por meio de uma lobista. O deputado negou todas as acusações, afirmou que não tem relação com ninguém ligado à Planam nem à máfia e disse que todas suas emendas foram analisadas pelo Tribunal de Contas da União e pela Polícia Federal. De acordo com Izar, nenhuma irregularidade foi encontrada.
Paralelamente, os membros da CPI prometem nesta semana fazer pressão sobre os líderes partidários para que limpem a pauta da Câmara, abrindo caminho para a votação da emenda constitucional que acaba com o voto secreto em cassações de parlamentares, em 5 de setembro.
"Os líderes não podem ficar em seus Estados fazendo campanha enquanto a Casa cai. Se a Casa cair, os prejudicados serão eles mesmos", afirmou Gabeira. Há 20 medidas provisórias e cinco projetos de lei trancando a pauta da Câmara.
CGU
Começa na primeira semana de setembro a fiscalização das cerca de 600 prefeituras envolvidas no escândalo dos sanguessugas. A contabilidade dos municípios será analisada por uma equipe de 450 técnicos da CGU (Controladoria Geral da União), Ministério da Saúde e Tribunal de Contas da União.
Especial
Leia a cobertura completa sobre a máfia dos sanguessugas
CPI teme descrédito de Vedoin na Justiça
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FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
As idas e vindas do empresário Luiz Antônio Vedoin e as novas acusações contra o presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), provocam temor na CPI dos Sanguessugas de uma absolvição em massa dos deputados acusados de envolvimento no escândalo.
O fato de Vedoin revelar novos detalhes do esquema a conta-gotas por meio da imprensa, e não para a própria comissão, a Justiça ou o Ministério Público, deverá ser usado como tática de defesa pelos deputados acusados, avaliam integrantes da CPI. Se o principal acusador perde credibilidade, o processo fica enfraquecido.
A acusação contra Izar é considerada perigosa, uma vez que o presidente do Conselho de Ética é justamente o responsável por encaminhar a abertura dos processos de cassação. Se ele próprio estiver sob suspeição, ficará difícil levar adiante as investigações contra os colegas de Câmara.
"Esclarecer o que pesa contra Izar é prioridade absoluta, para não comprometer a segunda fase da investigação, que ocorre depois da eleição, no âmbito do conselho. Neste momento nós não sabemos se existe algo de concreto contra ele, ou se é simplesmente uma tentativa de sabotagem", diz o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).
Consistência
A CPI quer uma palavra da Justiça sobre a consistência das acusações contra Izar. Amanhã, a comissão se reúne e deve pedir ao juiz Jefferson Schneider, da Justiça Federal em Cuiabá (MT), que ouça novamente o empresário o quanto antes e dê seu parecer.
A CPI ouviu Vedoin por três vezes. "Essa delação premiada se transformou em novela premiada", diz o vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE), que defende nova convocação de Vedoin, empresário que deu impulso à apuração ao relatar casos e dar provas.
Quando Vedoin deu a primeira entrevista revelando detalhes que não contara à CPI nem à Justiça, membros da comissão defenderam que fosse retirado o benefício da delação premiada e até que o empresário fosse preso. As revelações --acusou quatro deputados em entrevista neste final de semana à revista "Época", entre eles, Izar-- abrem espaço para pressão contra Vedoin.
Izar disse na sexta-feira que uma de suas emendas ao Orçamento direcionou verbas que resultaram na compra de ambulância da Planam (empresa acusada de chefiar o esquema) por um município de SP.
Segundo as novas declarações de Vedoin, Izar participou do esquema por meio de uma lobista. O deputado negou todas as acusações, afirmou que não tem relação com ninguém ligado à Planam nem à máfia e disse que todas suas emendas foram analisadas pelo Tribunal de Contas da União e pela Polícia Federal. De acordo com Izar, nenhuma irregularidade foi encontrada.
Paralelamente, os membros da CPI prometem nesta semana fazer pressão sobre os líderes partidários para que limpem a pauta da Câmara, abrindo caminho para a votação da emenda constitucional que acaba com o voto secreto em cassações de parlamentares, em 5 de setembro.
"Os líderes não podem ficar em seus Estados fazendo campanha enquanto a Casa cai. Se a Casa cair, os prejudicados serão eles mesmos", afirmou Gabeira. Há 20 medidas provisórias e cinco projetos de lei trancando a pauta da Câmara.
CGU
Começa na primeira semana de setembro a fiscalização das cerca de 600 prefeituras envolvidas no escândalo dos sanguessugas. A contabilidade dos municípios será analisada por uma equipe de 450 técnicos da CGU (Controladoria Geral da União), Ministério da Saúde e Tribunal de Contas da União.
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