Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/10/2006 - 22h15

Jaques Wagner diz que não está preparado para governar com Alckmin na Presidência

Publicidade

LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

Um dia depois de impor ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), 79, a maior derrota do carlismo em duas décadas, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), 55, disse ontem que não está "preparado" para governar em caso de vitória de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência e criticou, sem citar nomes, dirigentes do PT envolvidos em denúncias de corrupção.

"Estou alegre [pela eleição], mas esta alegria só será completa com a vitória do presidente Lula (candidato à reeleição pelo PT). Vou assumir a coordenação da campanha do presidente no Estado e espero que os baianos dêem pelo menos 85% dos votos para ele no próximo dia 29 [data do segundo turno da eleição presidencial, entre Lula e Alckmin]", disse. Em seguida, emendou: "Não estou preparado para governar com o Alckmin porque não trabalho com esta hipótese".

Ex-ministro do governo Lula, Jaques Wagner aproveitou para criticar integrantes do seu partido envolvidos em denúncia de corrupção.

"É inadmissível que segmentos do meu partido achem que possam combater o mal usando as armas do mal. Espero que os ventos do Nordeste arrefeçam a cabeça do comando nacional do meu partido, que precisa passar por uma profunda revisão, porque o PT não foi criado para isso."

Sem citar nenhum nome, o novo governador da Bahia chamou de "marginais" os petistas envolvidos na compra de um dossiê que seria utilizado para prejudicar a candidatura do governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB). "Quem compra dossiê de marginal é tão marginal quanto os marginais que estavam vendendo as acusações."

Acompanhado por cerca de 80 correligionários, Wagner disse que o presidente Lula ficou "muito feliz" com a sua eleição. "Eu fui à Bahia e transformei o leão do Nordeste [referência ao senador ACM] em hamster. E você derrotou o hamster", disse Lula a Wagner, segundo o governador eleito.

Wagner classificou de "mofado, truculento e ultrapassado" o modelo político empregado pelo PFL nos 16 anos em que o partido governou a Bahia. Depois, disse que um dos motivos que levaram o governador Paulo Souto (PFL), 62, à derrota foi sua amizade com o senador Antonio Carlos Magalhães.

"O maior defeito dele é ser amigo de quem é, é participar de um grupo mofado, que amedrontou a Bahia por longos 16 anos. Felizmente, tiramos uma nuvem cinza que pairava sobre o Estado."

O governador eleito disse que a sua vitória foi a "mais importante do país" e acrescentou que o Ibope foi "venal e mentiroso" ao divulgar pesquisas durante toda a campanha projetando a vitória do governador Paulo Souto. "Cabe ao Ibope responder porque em 2002 as pesquisas me davam 18% [Wagner conquistou 38,5% dos votos] e, agora, disse que eu tinha 34% na véspera da eleição [terminou a eleição com 52,89%]. Nenhum instituto pode errar por uma diferença tão grande."

A diretora-executiva do Ibope Opinião, Márcia Cavallari disse que as pesquisas divulgadas pelo instituto na Bahia captaram o crescimento da candidatura Wagner e a queda de Souto. "Não apontamos a vitória de Wagner antes da boca-de-urna porque não dá para antecipar o movimento das pessoas. As pesquisas mudam a cada minuto", disse. Segundo Cavallari, o Ibope segue rigorosamente a legislação determinada pela Justiça Eleitoral. "Se o governador Jaques Wagner tem alguma dúvida sobre a nossa metodologia, ele tem todos os instrumentos em mãos para o seu esclarecimento."

Especial
  • Leia cobertura completa das eleições 2006
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página