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15/11/2006
-
09h34
MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Cuiabá
A Polícia Federal de Cuiabá alega agora não ter elementos suficientes para indiciar os "aloprados" na negociação do dossiê antitucano e vai pedir na próxima semana que a Justiça Federal prorrogue as investigações por pelo menos mais 30 dias.
Tanto o delegado federal Diógenes Curado quanto o procurador da República Mário Lúcio Avelar avaliam que ainda há diversas situações a serem esclarecidas no caso.
O prazo para a conclusão do inquérito sobre a tentativa de venda do dossiê por R$ 1,75 milhão termina no próximo dia 26. As apurações já foram prorrogadas uma vez.
"Ainda não temos elementos suficientes para indiciar [os envolvidos]. Sem saber a origem do dinheiro não temos como fechar o inquérito", disse Curado nesta terça-feira, após uma reunião de uma hora e meia com Avelar na sede da PF em Cuiabá (MT). "O caso é um quebra-cabeça", disse Avelar.
Há três semanas, a PF anunciou que poderia indiciar os envolvidos na negociação.
A PF prendeu no dia 15 de setembro os emissários petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos em um hotel de São Paulo com o R$ 1,75 milhão. Os dois afirmaram à PF desconhecer a origem do dinheiro. A quantia seria usada para pagar o empresário da Planam Luiz Antonio Vedoin, organizador do dossiê e chefe da máfia dos sanguessugas.
O relatório parcial da PF apontou que a negociação foi comandada por Jorge Lorenzetti --ex-coordenador da área de análise de risco e mídia do comitê de campanha do presidente Lula à Presidência.
Osvaldo Bargas (ex-coordenador de programa de governo da campanha de Lula à Presidência) e Expedito Veloso (ex-diretor do Banco do Brasil) foram até Cuiabá negociar o dossiê com Vedoin, segundo a PF.
Lula atribuiu ao grupo o apelido de "aloprados". Junta-se a eles Hamilton Lacerda, então coordenador de campanha do candidato derrotado ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Lacerda foi filmado entrando com uma mala no hotel pouco antes da prisão dos emissários do PT.
Para o delegado, a PF precisa ainda aprofundar as investigações relacionadas ao envolvimento da Vicatur Câmbio e Turismo, cujos proprietários já foram indiciados pela PF. De acordo com as apurações, ao menos US$ 109,8 mil, utilizados na tentativa de compra do dossiê, saíram da Vicatur, que fica em Nova Iguaçu (RJ).
A Vicatur usou "laranjas" para encobrir para quem o dinheiro foi entregue e alegou à PF que não tem como informar para quem vendeu os dólares.
Além disso, a PF planeja fazer diligências --se o inquérito for prorrogado-- em Santa Catarina para ouvir as versões dos donos das casas de câmbio Confidence e Centauros, além de ouvir o depoimento dos responsáveis pela Diskline e Travel, ambas de São Paulo.
As séries de notas de dólares --que integram os R$ 1,75 milhão-- entraram no Brasil legalmente por meio do Banco Sofisa. A instituição vendeu o dinheiro a corretoras, que o repassou às casas de câmbio. Dali, ocorreu a venda a particulares.
A PF também aguarda a remessa de documentos relacionados às quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico da Caso Sistema de Segurança, empresa de mulher de Freud Godoy, ex-assessor especial de Lula e um dos investigados por suposto envolvimento no caso.
Especial
Leia cobertura completa sobre a máfia dos sanguessugas
PF diz não ter elementos para indiciar "aloprados"
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da Agência Folha, em Cuiabá
A Polícia Federal de Cuiabá alega agora não ter elementos suficientes para indiciar os "aloprados" na negociação do dossiê antitucano e vai pedir na próxima semana que a Justiça Federal prorrogue as investigações por pelo menos mais 30 dias.
Tanto o delegado federal Diógenes Curado quanto o procurador da República Mário Lúcio Avelar avaliam que ainda há diversas situações a serem esclarecidas no caso.
O prazo para a conclusão do inquérito sobre a tentativa de venda do dossiê por R$ 1,75 milhão termina no próximo dia 26. As apurações já foram prorrogadas uma vez.
"Ainda não temos elementos suficientes para indiciar [os envolvidos]. Sem saber a origem do dinheiro não temos como fechar o inquérito", disse Curado nesta terça-feira, após uma reunião de uma hora e meia com Avelar na sede da PF em Cuiabá (MT). "O caso é um quebra-cabeça", disse Avelar.
Há três semanas, a PF anunciou que poderia indiciar os envolvidos na negociação.
A PF prendeu no dia 15 de setembro os emissários petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos em um hotel de São Paulo com o R$ 1,75 milhão. Os dois afirmaram à PF desconhecer a origem do dinheiro. A quantia seria usada para pagar o empresário da Planam Luiz Antonio Vedoin, organizador do dossiê e chefe da máfia dos sanguessugas.
O relatório parcial da PF apontou que a negociação foi comandada por Jorge Lorenzetti --ex-coordenador da área de análise de risco e mídia do comitê de campanha do presidente Lula à Presidência.
Osvaldo Bargas (ex-coordenador de programa de governo da campanha de Lula à Presidência) e Expedito Veloso (ex-diretor do Banco do Brasil) foram até Cuiabá negociar o dossiê com Vedoin, segundo a PF.
Lula atribuiu ao grupo o apelido de "aloprados". Junta-se a eles Hamilton Lacerda, então coordenador de campanha do candidato derrotado ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Lacerda foi filmado entrando com uma mala no hotel pouco antes da prisão dos emissários do PT.
Para o delegado, a PF precisa ainda aprofundar as investigações relacionadas ao envolvimento da Vicatur Câmbio e Turismo, cujos proprietários já foram indiciados pela PF. De acordo com as apurações, ao menos US$ 109,8 mil, utilizados na tentativa de compra do dossiê, saíram da Vicatur, que fica em Nova Iguaçu (RJ).
A Vicatur usou "laranjas" para encobrir para quem o dinheiro foi entregue e alegou à PF que não tem como informar para quem vendeu os dólares.
Além disso, a PF planeja fazer diligências --se o inquérito for prorrogado-- em Santa Catarina para ouvir as versões dos donos das casas de câmbio Confidence e Centauros, além de ouvir o depoimento dos responsáveis pela Diskline e Travel, ambas de São Paulo.
As séries de notas de dólares --que integram os R$ 1,75 milhão-- entraram no Brasil legalmente por meio do Banco Sofisa. A instituição vendeu o dinheiro a corretoras, que o repassou às casas de câmbio. Dali, ocorreu a venda a particulares.
A PF também aguarda a remessa de documentos relacionados às quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico da Caso Sistema de Segurança, empresa de mulher de Freud Godoy, ex-assessor especial de Lula e um dos investigados por suposto envolvimento no caso.
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