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01/12/2006 - 20h35

Ciro critica política econômica de Lula e aliança com PMDB

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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

Ao admitir que em 2010 poderá disputar novamente a Presidência da República, o ex-ministro do governo Lula e deputado federal eleito Ciro Gomes (PSB-CE) fez duras críticas ao desempenho econômico da atual gestão, cujo crescimento neste ano, para ele, é medíocre. "Não dá 3%", disse.

Ciro falou em entrevista à rádio AM do Povo, afiliada da CBN em Fortaleza, na tarde de ontem. Para ele, Lula não conseguiu vencer no primeiro turno por causa dos "sete, oito pontos que perdemos na economia, que está arrebentada", e não por causa do escândalo do dossiê. "E o povo quer saber de dossiê?"

Para o ex-ministro, agora é necessário crescer 5% ao ano, "qualquer que seja o custo". Ciro elogiou os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil), que, segundo ele, pensam da mesma forma.

Durante toda a entrevista, Ciro disparou críticas a diversos setores da política --tanto da nacional quanto da cearense. Ele também não deixou de se incluir, ao dizer que um outro motivo para o descontentamento popular foram "duas secas mal enfrentadas".

Ele foi ministro da Integração Nacional --pasta responsável pelo socorro em caso de desastres naturais-- durante quase todo o primeiro mandato de Lula, deixando-a só para se candidatar a deputado federal.

Presidência

Candidato à Presidência em outras duas eleições, em 1994 e 1998, Ciro disse que agradece a Deus "todo dia por não ter me dado a oportunidade de ser presidente da República nesta última eleição". "Eu via a crise brasileira e não tinha maturidade, por mais experiente que eu fosse", disse. "Eu teria sofrido muito mais, porque não tinha ainda a natureza de agüentar as coisas, de calar, segurar, ter paciência."

Para 2010, disse que só será candidato numa "circunstância orgânica", sem explicar o que seria isso. Ele nega ter recebido algum convite para voltar ao Ministério de Lula (ele é cotado para voltar, mas à Saúde).

Para Ciro, a coalizão com o PMDB, apesar da aparente unidade do partido no momento, pode não surtir o efeito desejado, pela própria natureza confusa do partido. "Com todo o respeito, o PMDB é um elefante que não vai para canto nenhum, é um elefante com dislexia. Eles aprenderam a se impor pelo tamanhão. Mas, no dia seguinte, não conseguem convergir para nenhum assunto, para caminho nenhum", afirmou.

Na disparada de críticas, sobraram algumas também para a Petrobras, que decidiu suspender um contrato de fornecimento de gás natural para o funcionamento de uma usina siderúrgica a ser construída no Ceará. A estatal quer dobrar o preço já acertado. "O presidente Lula sabe que não pode ser feito de palhaço no Brasil e no Ceará por um gesto mal pensado da Petrobras", disse. Para ele, o descumprimento do contrato seria "uma desmoralização para nós e para o presidente Lula".

Ciro foi procurado hoje pela Folha para comentar a entrevista, mas sua assessoria disse que não conseguiu localizá-lo.

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