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16/04/2007
-
09h26
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo
Quando o papa Bento 16 chegar à catedral da Sé, no dia 11 de maio, para um encontro com bispos brasileiros, a praça estará vazia, sem os mendigos ou os meninos que moram nas imediações da igreja.
Horas antes da chegada do pontífice, a Polícia Federal, que disponibilizará 400 agentes especiais para acompanhar a visita de Ratzinger ao Brasil, afastará todos os moradores de rua, fechará a catedral e bloqueará o acesso à praça.
O isolamento, considerado necessário para a segurança, será repetido nos locais em que Bento 16 passará as noites, no mosteiro de São Bento (centro da cidade de São Paulo) e no Seminário Bom Jesus, em Aparecida (a 167 km de SP).
"Não existe meia segurança. Ou fazemos uma segurança completa ou não existe segurança", disse o delegado da PF Flávio Trivella, responsável pela integridade física do papa. O policial coordenou também a segurança do presidente americano, George W. Bush, em recente viagem ao Brasil.
No rígido esquema da PF, até as pessoas oficialmente credenciadas, como religiosos e autoridades, terão seus nomes submetidos a uma pesquisa de antecedentes criminais.
Em eventos abertos ao público, como o encontro com jovens no estádio do Pacaembu, no dia 10, as entradas serão controladas por detectores fixos de metais.
Para acessar áreas restritas, os convidados terão de se submeter a minuciosa revista com detector de metais manual e apresentar a credencial, cuja autenticidade será confirmada por leitura óptica.
Os organizadores, os agentes públicos e até os monges que vivem na clausura do mosteiro de São Bento serão investigados e, depois, credenciados.
"Consideramos sempre a possibilidade de alguém ter se infiltrado. Todos os cuidados são tomados para garantir que a visita do papa seja tranqüila", afirmou Trivella.
Bush e Bento 16
No lugar da segurança ostensiva dedicada ao presidente Bush, com milhares de policiais fortemente armados e até arame farpado para afastar a população, a do pontífice tende a ser discreta. "Pelo menos dentro do possível", afirmou o policial.
Enquanto a limusine do presidente americano era acompanhada por cerca de 70 carros, o de Bento 16 terá no máximo 15.
E é justamente essa busca pela discrição, disse Trivella, que torna a segurança de Bento 16 mais difícil. "Temos de garantir a segurança máxima do papa, mas não queremos fazer uma coisa ostensiva. Afinal, ele vem em missão de paz."
Ao contrário de Bush, que trouxe dos EUA todos os alimentos consumidos pela comitiva, inclusive os cozinheiros, Bento 16 comerá nos locais mantidos pela própria igreja.
Test-drive
Os dois papamóveis blindados que deverão chegar ao Brasil entre os dias 24 e 25 passarão por um test-drive. Os pilotos são policiais federais.
Um papamóvel será usado em São Paulo e outro em Aparecida. Apenas quando estiver no papamóvel, resistente a granada e a metralhadora, o papa poderá se acercar mais dos fiéis. Em deslocamentos maiores, será usado um Mercedes blindado e helicóptero da PF.
O papa estará sempre cercado por oito agentes, quatro policiais federais e quatro guardas do Vaticano. Num raio maior, 26 policiais federais acompanharão o pontífice. Dependendo do evento, de 20 a 70 agentes ficarão misturados ao povo ou assumirão pontos estratégicos.
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da Folha de S.Paulo
Quando o papa Bento 16 chegar à catedral da Sé, no dia 11 de maio, para um encontro com bispos brasileiros, a praça estará vazia, sem os mendigos ou os meninos que moram nas imediações da igreja.
Horas antes da chegada do pontífice, a Polícia Federal, que disponibilizará 400 agentes especiais para acompanhar a visita de Ratzinger ao Brasil, afastará todos os moradores de rua, fechará a catedral e bloqueará o acesso à praça.
O isolamento, considerado necessário para a segurança, será repetido nos locais em que Bento 16 passará as noites, no mosteiro de São Bento (centro da cidade de São Paulo) e no Seminário Bom Jesus, em Aparecida (a 167 km de SP).
"Não existe meia segurança. Ou fazemos uma segurança completa ou não existe segurança", disse o delegado da PF Flávio Trivella, responsável pela integridade física do papa. O policial coordenou também a segurança do presidente americano, George W. Bush, em recente viagem ao Brasil.
No rígido esquema da PF, até as pessoas oficialmente credenciadas, como religiosos e autoridades, terão seus nomes submetidos a uma pesquisa de antecedentes criminais.
Em eventos abertos ao público, como o encontro com jovens no estádio do Pacaembu, no dia 10, as entradas serão controladas por detectores fixos de metais.
Para acessar áreas restritas, os convidados terão de se submeter a minuciosa revista com detector de metais manual e apresentar a credencial, cuja autenticidade será confirmada por leitura óptica.
Os organizadores, os agentes públicos e até os monges que vivem na clausura do mosteiro de São Bento serão investigados e, depois, credenciados.
"Consideramos sempre a possibilidade de alguém ter se infiltrado. Todos os cuidados são tomados para garantir que a visita do papa seja tranqüila", afirmou Trivella.
Bush e Bento 16
No lugar da segurança ostensiva dedicada ao presidente Bush, com milhares de policiais fortemente armados e até arame farpado para afastar a população, a do pontífice tende a ser discreta. "Pelo menos dentro do possível", afirmou o policial.
Enquanto a limusine do presidente americano era acompanhada por cerca de 70 carros, o de Bento 16 terá no máximo 15.
E é justamente essa busca pela discrição, disse Trivella, que torna a segurança de Bento 16 mais difícil. "Temos de garantir a segurança máxima do papa, mas não queremos fazer uma coisa ostensiva. Afinal, ele vem em missão de paz."
Ao contrário de Bush, que trouxe dos EUA todos os alimentos consumidos pela comitiva, inclusive os cozinheiros, Bento 16 comerá nos locais mantidos pela própria igreja.
Test-drive
Os dois papamóveis blindados que deverão chegar ao Brasil entre os dias 24 e 25 passarão por um test-drive. Os pilotos são policiais federais.
Um papamóvel será usado em São Paulo e outro em Aparecida. Apenas quando estiver no papamóvel, resistente a granada e a metralhadora, o papa poderá se acercar mais dos fiéis. Em deslocamentos maiores, será usado um Mercedes blindado e helicóptero da PF.
O papa estará sempre cercado por oito agentes, quatro policiais federais e quatro guardas do Vaticano. Num raio maior, 26 policiais federais acompanharão o pontífice. Dependendo do evento, de 20 a 70 agentes ficarão misturados ao povo ou assumirão pontos estratégicos.
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