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26/10/2000
-
19h37
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
O último lance de marketing da prefeita de Maceió (AL), Kátia Born (PSB), foi tomar um banho de mar na praia da Avenida, no centro da cidade, aberta hoje à população depois de trinta anos sendo considerada imprópria para os banhistas. A iniciativa acabou gerando duas ações contra a candidata.
Born preparou um cenário de inauguração para tomar banho na praia, que é poluída pelo riacho Salgadinho, cujas obras de despoluição já duram dez anos e ainda não estão concluídas. Dezenas de servidores públicos e um trio-elétrico esperavam a prefeita às 13h.
Ela chegou de biquíni azul. Durante a campanha, seu adversário Régis Cavalcante (PPS) pediu que ela tomasse o banho de "calção". Ela havia prometido tomar o banho na praia há sete meses, mas as chuvas inviabilizaram a primeira etapa da obra. O atraso levou seus adversários a fazerem desafios constantes a Born durante a campanha.
O banho de hoje acabou levantando suspeitas sobre os laudos do IMA (Instituto do Meio Ambiente) de Alagoas, cujo governador, Ronaldo Lessa (PSB), é o padrinho de Born.
Há um ano, a água do mar em frente à praia tinha 30 milhões de coliformes fecais por metro cúbico. Hoje, após a construção de comportas no rio Salgadinho e do bombeamento dos esgotos urbanos para o emissário submarino, a água tinha entre 420 e 1.000 coliformes fecais por metro cúbico, o que, segundo o IMA, torna a praia própria para banho.
"Se alguém ficar doente por nadar aqui no verão, podem me prender", afirmou a presidente do IMA, Sandra Menezes (PV).
"Vamos entrar com uma ação no Ministério Público contra a abertura irresponsável da praia da Avenida para os banhistas. Estão colocando em risco a saúde dos moradores por motivos eleitoreiros", disse José Luiz Malta Argolo, presidente da Sociedade Ambientalista Mãe Natureza, organização não-governamental com assento no Conselho Estadual de Defesa do Meio Ambiente.
A segunda ação contra Born será impetrada por seu adversário, que vai denunciá-la à Justiça Eleitoral por abuso do poder econômico e uso da máquina.
"Foi um ato irresponsável do ponto de vista da saúde da população e um crime eleitoral", afirmou Cavalcante.
Born disse que hoje foi o dia mais feliz de sua vida. "Acabei de tomar o banho da dignidade", disse ela, ao sair do mar. "Estamos monitorando a praia há três meses e o nível de poluição vem caindo. Então, duvidar de nosso trabalho é choradeira de campanha."
Leia mais no especial Eleições Online.
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Kátia Born toma banho em praia fechada por poluição havia 30 anos
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da Agência Folha, em Maceió
O último lance de marketing da prefeita de Maceió (AL), Kátia Born (PSB), foi tomar um banho de mar na praia da Avenida, no centro da cidade, aberta hoje à população depois de trinta anos sendo considerada imprópria para os banhistas. A iniciativa acabou gerando duas ações contra a candidata.
Born preparou um cenário de inauguração para tomar banho na praia, que é poluída pelo riacho Salgadinho, cujas obras de despoluição já duram dez anos e ainda não estão concluídas. Dezenas de servidores públicos e um trio-elétrico esperavam a prefeita às 13h.
Ela chegou de biquíni azul. Durante a campanha, seu adversário Régis Cavalcante (PPS) pediu que ela tomasse o banho de "calção". Ela havia prometido tomar o banho na praia há sete meses, mas as chuvas inviabilizaram a primeira etapa da obra. O atraso levou seus adversários a fazerem desafios constantes a Born durante a campanha.
O banho de hoje acabou levantando suspeitas sobre os laudos do IMA (Instituto do Meio Ambiente) de Alagoas, cujo governador, Ronaldo Lessa (PSB), é o padrinho de Born.
Há um ano, a água do mar em frente à praia tinha 30 milhões de coliformes fecais por metro cúbico. Hoje, após a construção de comportas no rio Salgadinho e do bombeamento dos esgotos urbanos para o emissário submarino, a água tinha entre 420 e 1.000 coliformes fecais por metro cúbico, o que, segundo o IMA, torna a praia própria para banho.
"Se alguém ficar doente por nadar aqui no verão, podem me prender", afirmou a presidente do IMA, Sandra Menezes (PV).
"Vamos entrar com uma ação no Ministério Público contra a abertura irresponsável da praia da Avenida para os banhistas. Estão colocando em risco a saúde dos moradores por motivos eleitoreiros", disse José Luiz Malta Argolo, presidente da Sociedade Ambientalista Mãe Natureza, organização não-governamental com assento no Conselho Estadual de Defesa do Meio Ambiente.
A segunda ação contra Born será impetrada por seu adversário, que vai denunciá-la à Justiça Eleitoral por abuso do poder econômico e uso da máquina.
"Foi um ato irresponsável do ponto de vista da saúde da população e um crime eleitoral", afirmou Cavalcante.
Born disse que hoje foi o dia mais feliz de sua vida. "Acabei de tomar o banho da dignidade", disse ela, ao sair do mar. "Estamos monitorando a praia há três meses e o nível de poluição vem caindo. Então, duvidar de nosso trabalho é choradeira de campanha."
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