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05/06/2005 - 09h00

Ciência lembra 100 anos da teoria revolucionária de Einstein

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CÁSSIO LEITE VIEIRA
Colaboração para a Folha de S. Paulo

Em 1905, Albert Einstein produziu uma tese de doutorado e cinco artigos que mudariam a face da física. Em 1907, ele dá um passo decisivo rumo à generalização de sua teoria da relatividade restrita (ou especial) publicada dois anos antes.

Em 1915, a relatividade geral, uma nova teoria da gravitação, estava pronta. De 1906 a 1911, Einstein praticamente deixou a relatividade para se dedicar à teoria quântica. A alternância entre ambas marcaria sua carreira.

A partir de 1909, Einstein começou a ganhar prestígio. Passou pela Universidade de Zurique, Universidade Alemã de Praga e retornou (ironicamente) para a Politécnica. Em 1913, aceitou ser membro da Academia Prussiana de Ciências. Era, agora, membro da elite da física alemã.

No ano seguinte, seguiu para Berlim. Foi lá que sua faceta política floresceu. Assinou um manifesto contra a entrada da Alemanha na 1ª Guerra Mundial.

Logo depois da relatividade geral, apresentou ao mundo um modelo para explicar o Universo. E, tão impressionante quanto, um livro de popularização sobre as teorias da relatividade. Em 1916 e 1917, com três artigos, voltou à teoria quântica. Esses resultados seriam a base para a construção do laser, quatro décadas depois.

A comprovação histórica da relatividade geral, em 1919, tornou Einstein um fenômeno da mídia. Com a fama, vieram as primeiras manifestações nazistas contra ele e sua obra. Ameaçou deixar a Alemanha, mas foi dissuadido por colegas. Resolveu, no entanto, se afastar de Berlim, iniciando um período de viagens pelo mundo.

Fuga para os EUA

As homenagens cresceram na mesma proporção dos ataques nazistas. Em 1932, a situação tornou-se insustentável e ele resolveu aceitar oferta para trabalhar em Princeton, EUA. Ele e a segunda mulher, a prima Elsa, partiram com a intenção de voltar. Porém, sua cabeça foi posta a prêmio por radicais (achou o valor, US$ 5 mil, surpreendentemente alto). Nunca mais voltaria à Europa.

Seu último trabalho importante foi feito em 1925 (nele previu que um aglomerado de partículas a baixíssimas temperaturas poderia se comportar como um átomo gigante). Em 1935, já em Princeton, publicou um artigo que punha em dúvida os rumos tomados pela teoria quântica e que foi fundamental para dar fôlego ao debate que ele e o físico dinamarquês Niels Bohr travavam desde 1927 --e que se estendeu até a morte de Einstein, em 1955. Nas décadas seguintes, dedicou-se, sem sucesso, à unificação dos fenômenos eletromagnéticos e gravitacionais. Até hoje essa tarefa atormenta a cabeça dos físicos.

Agora, a ciência, foco de sua vida emocional, cedia parte de seu tempo para a militância política. As bombas nucleares lançadas sobre o Japão o deixaram arrasado. Passou, então, a defender uma base política supranacional para fortalecer a paz mundial. Foi chamado de ingênuo e atacado por capitalistas e socialistas.

Einstein também foi paradoxal. Como internacionalista, defendeu a identidade do povo judeu --mas recusou a presidência do Estado de Israel quando esta lhe foi oferecida, em 1952. Como pacifista, disse que o nazismo deveria ser enfrentado com armas; como humanitário, deu pouca atenção à própria família. Não há biografia definitiva de Einstein. E provavelmente nunca haverá.

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