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16/05/2001
-
20h14
especial para a Folha de S.Paulo
Pesquisadores nos EUA descobriram uma substância responsável por "armazenar" a memória a longo prazo no cérebro. Experimentos com camundongos geneticamente modificados conseguiram impedir que a memória de um evento ficasse guardada no córtex cerebral dos animais.
O estudo, feito pela equipe do cientista português Alcino J. Silva, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, está publicado na edição de amanhã da revista britânica "Nature" (www.nature.com).
Camundongos normais têm duas cópias do gene responsável pela produção de uma enzima (tipo de proteína) conhecida como alfa-CaMKII. Um animal foi modificado para apresentar apenas uma cópia do gene, o que fez com que ele produzisse metade da quantidade normal da enzima.
Comparados aos ratos normais, os ratos com apenas um gene também apresentavam memória normal um dia depois de um certo evento. Mas, ao contrário dos ratos não-modificados, depois de período que variou de 3 a 50 dias eles esqueciam o experimento.
Memória RAM
Os resultados apóiam uma teoria sobre como seria feita a consolidação da memória no cérebro.
Segundo a teoria, a informação obtida pelos sentidos (tato, audição, visão etc) é recebida na região cerebral chamada córtex, que imediatamente a encaminha para outra parte do cérebro, o hipocampo. É lá que essa memória fica inicialmente registrada.
Posteriormente, em momentos nos quais o hipocampo tem menos atividade (acredita-se que durante o sono) ele vai repetidamente retransmitindo a memória de volta para o córtex.
O processo pode ser entendido com uma comparação a um computador. O córtex seria o disco rígido, armazenando os arquivos. O hipocampo age como a memória RAM, de curto prazo, que faz os programas rodarem e depois grava as informações no disco.
Memória animal é como a de computador
RICARDO BONALUME NETOespecial para a Folha de S.Paulo
Pesquisadores nos EUA descobriram uma substância responsável por "armazenar" a memória a longo prazo no cérebro. Experimentos com camundongos geneticamente modificados conseguiram impedir que a memória de um evento ficasse guardada no córtex cerebral dos animais.
O estudo, feito pela equipe do cientista português Alcino J. Silva, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, está publicado na edição de amanhã da revista britânica "Nature" (www.nature.com).
Camundongos normais têm duas cópias do gene responsável pela produção de uma enzima (tipo de proteína) conhecida como alfa-CaMKII. Um animal foi modificado para apresentar apenas uma cópia do gene, o que fez com que ele produzisse metade da quantidade normal da enzima.
Comparados aos ratos normais, os ratos com apenas um gene também apresentavam memória normal um dia depois de um certo evento. Mas, ao contrário dos ratos não-modificados, depois de período que variou de 3 a 50 dias eles esqueciam o experimento.
Memória RAM
Os resultados apóiam uma teoria sobre como seria feita a consolidação da memória no cérebro.
Segundo a teoria, a informação obtida pelos sentidos (tato, audição, visão etc) é recebida na região cerebral chamada córtex, que imediatamente a encaminha para outra parte do cérebro, o hipocampo. É lá que essa memória fica inicialmente registrada.
Posteriormente, em momentos nos quais o hipocampo tem menos atividade (acredita-se que durante o sono) ele vai repetidamente retransmitindo a memória de volta para o córtex.
O processo pode ser entendido com uma comparação a um computador. O córtex seria o disco rígido, armazenando os arquivos. O hipocampo age como a memória RAM, de curto prazo, que faz os programas rodarem e depois grava as informações no disco.
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