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10/09/2001 - 08h42

Milho transgênico pode matar lagartas de borboleta monarca

da Folha de S.Paulo

Novos estudos dos EUA sobre o impacto de milho transgênico nas borboletas monarca indicam que a planta não tem quase efeito. Também sugerem que estudos anteriores continham falhas, mas o debate está longe de terminar.

As primeiras pesquisas relatavam que lagartas de monarca morriam depois de ingerir pólen do milho geneticamente modificado. Os novos estudos dizem que o pólen usado nos testes parecia misturado com outras partes de plantas transgênicas.

Defensores dos primeiros experimentos dizem que os novos resultados é que são sujeitos a questionamento. As outras partes das plantas poderiam também participar da dieta das lagartas. Pesquisando apenas pólen, os trabalhos mais recentes podem estar ignorando efeitos importantes.

"Isso faz parte do que se deposita naturalmente nos campos [de cultivo"", disse John Obrycki, entomólogo (especialista em insetos) da Universidade do Estado de Iowa, autor de trabalho anterior.

Além disso, Obrycki também assina -com John Losey, da Universidade Cornell, autor do primeiro e mais polêmico estudo com monarcas- um novo texto na série de seis divulgados on-line pela revista da Academia de Ciências dos Estados Unidos, a "PNAS" (www.pnas.org). Até a tarde de ontem, os trabalhos estavam disponíveis apenas para jornalistas especializados em ciência.

Críticos de alimentos geneticamente modificados ainda não tiveram acesso à coletânea de artigos, mas já apontam esse problema com o pólen. Também indicam que os trabalhos contemplaram somente o impacto de curto prazo do milho transgênico, chamado de BT (pois produz uma toxina da bactéria Bacillus thuringiensis que mata lagartas que infestam o milho, o que não é o caso da monarca).

"Os resultados sugerem que as principais variedades de milho BT no mercado não são imediatamente letais para lagartas da borboleta monarca", disse Rebecca Goldburg, pesquisadora da organização ambientalista Environmental Defense. "[Mas] não olham muito atentamente para o que se poderia chamar de efeitos subletais de longo prazo."

Mesmo autores dos novos trabalhos hesitaram em dizer que a questão está completamente resolvida. "Não acredito que haja um perigo imediato e presente", disse May Berenbaum, especialista em entomologia da Universidade de Illinois que editou os seis trabalhos na "PNAS".

As novas pesquisas, uma combinação de estudos de campo e laboratório, foi conduzida por pesquisadores de universidades, com financiamento de companhias de biotecnologia e do Departamento de Agricultura dos EUA.

A conclusão geral é que as lagartas não são expostas a uma quantidade de pólen que possa ser danosa, com exceção de um tipo de milho com teor alto de toxina (evento 176), que está sendo retirado do mercado.
 

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