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05/09/2002
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08h39
A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +10), a maior conferência da história da ONU (Organização das Nações Unidas), realizada de 26 de agosto a 4 de setembro, pode ter sido a última em seu gênero, devido aos parcos resultados obtidos em comparação com os recursos e esforços mobilizados pela África do Sul e pelas 191 delegações presentes.
"É preciso outra metodologia. Definitivamente, os pobres necessitam de outro tipo de reunião de cúpula para atingir seus objetivos", declarou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que discursou na sessão de encerramento em nome do G-77 (grupo dos países em vias de desenvolvimento, incluindo o Brasil), presidido por Caracas.
Dez anos depois da ECO-92, no Rio de Janeiro, cujos frutos foram praticamente nulos, os representantes de 191 países não souberam ou não quiseram mudar em Johannesburgo o rumo do mundo, onde a pobreza se multiplica e a destruição ambiental põe em perigo a sobrevivência do planeta.
"É verdade que não conseguimos tudo o que queríamos, mas estou satisfeito. Não se deve esperar milagres, somente compromissos políticos", declarou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Mas ao ler o Plano de Ação e a Declaração de Johannesburgo, os dois documentos elaborados nesta cúpula que serão uma espécie de bíblia prática do desenvolvimento sustentável durante anos, os dirigentes políticos e membros de ONGs (organizações não-governamentais) não escondem sua decepção.
"Se os frutos de dez anos de reflexão nos quais a pobreza aumentou e o ambiente sofreu trágicos danos são somente estes, não achamos necessária outra reunião em 2012, numa conferência chamada Johannesburgo +10", declararam porta-vozes da ONG Amigos da Terra.
À lista de fracassos, se soma a questão da energia. O plano de ação não inclui metas precisas de energias renováveis, como queriam Europa e América Latina.
Alvo das críticas de ONGs e de países em vias de desenvolvimento por não ter ratificado o protocolo de Kyoto e bloquear vários acordos, os Estados Unidos pareceram ser o único país satisfeito com o resultado de Johannesburgo.
"Parece-me que esta reunião foi um sucesso. Mostraram que temos uma maneira comum de caminhar", declarou o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, cujo discurso foi vaiado em Johannesburgo.
"Traição, covardia, mentiras, hipocrisia", resumiam as ONGs, para as quais nesta cúpula prevaveleram os interesses comerciais e econômicos sobre os direitos humanos e a preservação do planeta.
Leia mais no especial Rio +10
Fracasso da Rio +10 ameaça realização de outras cúpulas ambientais
da France Presse, em Johannesburgo (África do Sul)A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +10), a maior conferência da história da ONU (Organização das Nações Unidas), realizada de 26 de agosto a 4 de setembro, pode ter sido a última em seu gênero, devido aos parcos resultados obtidos em comparação com os recursos e esforços mobilizados pela África do Sul e pelas 191 delegações presentes.
"É preciso outra metodologia. Definitivamente, os pobres necessitam de outro tipo de reunião de cúpula para atingir seus objetivos", declarou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que discursou na sessão de encerramento em nome do G-77 (grupo dos países em vias de desenvolvimento, incluindo o Brasil), presidido por Caracas.
Dez anos depois da ECO-92, no Rio de Janeiro, cujos frutos foram praticamente nulos, os representantes de 191 países não souberam ou não quiseram mudar em Johannesburgo o rumo do mundo, onde a pobreza se multiplica e a destruição ambiental põe em perigo a sobrevivência do planeta.
"É verdade que não conseguimos tudo o que queríamos, mas estou satisfeito. Não se deve esperar milagres, somente compromissos políticos", declarou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Mas ao ler o Plano de Ação e a Declaração de Johannesburgo, os dois documentos elaborados nesta cúpula que serão uma espécie de bíblia prática do desenvolvimento sustentável durante anos, os dirigentes políticos e membros de ONGs (organizações não-governamentais) não escondem sua decepção.
"Se os frutos de dez anos de reflexão nos quais a pobreza aumentou e o ambiente sofreu trágicos danos são somente estes, não achamos necessária outra reunião em 2012, numa conferência chamada Johannesburgo +10", declararam porta-vozes da ONG Amigos da Terra.
À lista de fracassos, se soma a questão da energia. O plano de ação não inclui metas precisas de energias renováveis, como queriam Europa e América Latina.
Alvo das críticas de ONGs e de países em vias de desenvolvimento por não ter ratificado o protocolo de Kyoto e bloquear vários acordos, os Estados Unidos pareceram ser o único país satisfeito com o resultado de Johannesburgo.
"Parece-me que esta reunião foi um sucesso. Mostraram que temos uma maneira comum de caminhar", declarou o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, cujo discurso foi vaiado em Johannesburgo.
"Traição, covardia, mentiras, hipocrisia", resumiam as ONGs, para as quais nesta cúpula prevaveleram os interesses comerciais e econômicos sobre os direitos humanos e a preservação do planeta.
Leia mais no especial Rio +10
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