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26/11/2002 - 10h15

Arroz transgênico resiste a seca, frio e sal

da Folha de S.Paulo

Pesquisadores da Coréia do Sul e dos EUA produziram uma variedade de arroz geneticamente modificado com um gene de bactéria que é capaz de resistir a seca, frio e água salgada. Eles esperam, agora, que o arroz tolerante a ambientes hostis possa ajudar agricultores a aumentar a produção mesmo em solos degradados.

O grupo, da Universidade Cornell em Ithaca (Estado de Nova York) e da Universidade Nacional de Seul, adicionou ao genoma do arroz um gene do micróbio E. coli que traz a receita para a trialose, açúcar que dá resistência à planta.

A pesquisa foi publicada na revista "PNAS", da Academia Nacional de Ciências dos EUA (www.pnas.org). Segundo os autores, a expectativa é passar a desenvolver plantas para ajudar a alimentar a população mundial.

"A população continua a crescer a uma taxa explosiva, nossa terra arável está deteriorando, a água doce está se tornando escassa e estresses ambientais representam ameaças ainda mais sérias à produção agrícola e à segurança alimentar", disse Ray Wu, biólogo molecular em Cornell.

"Qualquer coisa que possamos fazer para ajudar as plantas de interesse agrícola a lidar com limitações ambientais também elevará a quantidade e a qualidade da comida para quem mais precisa."

Eles usaram a variedade Indica do arroz, que representa 80% das plantações do cereal no mundo e é a mais consumida no Brasil. Mas acreditam que outras espécies, como milho, trigo e soja também possam ser geneticamente "engenheiradas" com a trialose, um açúcar produzido por vários tipos de organismo -de bactérias e leveduras a fungos e insetos.

"Mas não há muita trialose nas plantas, exceto nas chamadas plantas que ressuscitam, que podem sobreviver a secas prolongadas no deserto e voltam à vida quando há umidade", disse Ajay Garg, co-autor do estudo.

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O discurso dos partidários da biotecnologia contra a fome envolve polêmicas sobre segurança para a saúde e para o ambiente e acesso a mercados. Plantas como o arroz dourado, geneticamente enriquecido com caroteno (molécula que dá origem à vitamina A), têm servido como peças de propaganda da indústria, mais preocupada em ganhar mercados em países do Terceiro Mundo do que em acabar com a fome.

O papel da biotecnologia na produção de alimentos está sendo escrutinado por um painel de especialistas designado pelo Banco Mundial. O grupo deve produzir um relatório no fim de 2003 sobre os riscos e as oportunidades da ciência para aumentar a quantidade de comida.

Segundo o cientista-chefe do Banco Mundial, Robert T. Watson, 800 milhões de pessoas passam fome no mundo hoje e a produção precisará dobrar em 50 anos para atender à demanda.

Watson diz que é preciso avaliar "os riscos e os benefícios" da biotecnologia, mas que também serão estudadas soluções da agricultura tradicional.

Com agências internacionais
 

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