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23/04/2003 - 12h35

Descoberto registro de escrita de 8.600 anos na China

da Folha Online

Tumbas do período Neolítico descobertas na China guardaram por mais de 8.000 anos o que pode ser o mais antigo registro de escrita já encontrado no planeta, segundo pesquisa publicada pelo jornal norte-americano "Antiquity".

Segundo arqueólogos da Universidade de Ciência e Tecnologia de Anhui, na China, e Garman Harbottle, pesquisadora do Laboratório Nacional de Brookhaven, em Nova York, os sinais antecipam os pictogramas chineses usados milhares de anos depois, durante a dinastia Shang.

Esculpidos num casco de tartaruga datado de 6600 a.C., onze pictogramas foram encontrados junto a restos humanos em 24 tumbas escavadas em Jiahu, sítio arqueológico na província de Henan, oeste da China. Eles lembram os caracteres chineses para "olho", "janela" e os numerais 1, 2, 8, 10 e 20 na linguagem Shang.

Antes da Mesopotâmia

Para os pesquisadores, esses pictogramas antecedem em pelo menos 2.000 anos os registros de escrita da Mesopotâmia, até hoje considerados os mais antigos do planeta. Mas Harbottle reconhece que estudos mais detalhados ainda são necessários para identificar o significado desses símbolos.

"Não questionamos a primazia da Mesopotâmia na literatura humana, mas sugerimos que a China, com um registro arqueológico de praticamente nove milênios, oferece uma oportunidade única para observarmos os estágios evolutivos que levaram ao desenvolvimento da escrita", diz a pesquisa publicada pelo jornal norte-americano.

Descoberto em 1962 e escavado desde a década de 1980, o sítio arqueológico chinês passou por testes de datação de carbono que revelaram épocas entre 6.600 a.C. e 6.200 a.C.

Sociedade complexa

As escavações surpreenderam os arqueólogos e revelaram uma sociedade complexa. Foram encontradas 45 fundações de casas, 370 celeiros, 9 olarias e 349 tumbas contendo objetos como ferramentas, ornamentos e artefatos de rituais.

O sítio de Jiahu já revelou aos pesquisadores outras descobertas importantes. Entre 1984 e 1987, arqueólogos encontraram o instrumento musical mais antigo de que se tem notícia: uma flauta de sete furos, feita de osso e capaz de emitir sons de uma oitava musical.
 

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