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ASNEIRAS E EQUÍVOCOS

Três vivas ao nosso porta-voz

Rodrigo Zavala
Especial para o GD

Se a eleição de Severino Cavalcanti (PP - PE) já não fosse uma das maiores zebras políticas dos últimos anos, escutar seus comentários pode ser comparados a uma penitência, ao melhor estilo “o inferno são os outros” – basta lembrar de Sartre e começar a sofrer. Não apenas deixa a ponderação de lado, como também esbanja populismo ao afirmar que será o “porta-voz da sociedade brasileira”.

Mas o que conta mesmo são as ações. Muito embora tenha desfraldado a bandeira pró-empresariado, contra a medida provisória 232, o deputado está bem longe de lutar pelas demandas da “sociedade brasileira”. Basta ver sua ferrenha campanha para o aumento do salário dos deputados de R$ 12.847 para R$ 21.500. Nada razoável, em um país preocupado em cortar gastos no orçamento, para dizer o mínimo.

Se isso não é o bastante, basta lembrar da proposição de sua autoria: o PDC –737/1998, que exige mais exames para as mulheres vítimas de estupro, que precisem abortar. Ou seja, as análises policiais (corpo de delito) e o boletim de ocorrência não são humilhações suficientes, portanto, é bom fazê-las sofrer mais. Deve haver muitas mulheres pelo Brasil que abusam desse tipo de “privilégio”.

Mas, seria inadmissível esquecer que o deputado Severino Cavalcanti (que antes era do PFL, passou para o PPB, que se transformou em PP, graças à âncora política chamada Paulo Maluf) não faça parte de uma seleta turma de congressistas. Ele não estava na comitiva do Sarney para a União Soviética, ou mesmo na do presidente Lula para a China.

O que a população pode esperar, pelo menos por enquanto, da presidência de Severino Cavalcanti na Câmara dos Deputados, é que chegue o dia em que os anti-depressivos não façam mais efeito e a população acorde para ver o que está acontecendo.

 
 
 

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