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ASNEIRAS E EQUÍVOCOS

Viva a inclusão digital do Senado

Rodrigo Zavala
Especial para o GD

A inclusão digital finalmente chegou ao Senado. Bem, não exatamente ao Senado, porque a instituição já é equipada com painéis eletrônicos e computadores pessoais em cada gabinete. A inclusão digital chegou então, especificamente, aos 81 senadores da República, pela bagatela de R$ 2 milhões. São 100 note-books importados e superavançados – R$ 20 mil por unidade – do tipo tablet pc, que não utiliza fios e transmite dados por ondas FM. Viva a tecnologia, que poucos entendem.

Agora, eles podem imprimir discursos, rever processos, editar textos e checar seus e-mails, em uma velocidade cada vez maior. Tudo bem que é só para essas pequenas coisas, porque todo o resto, como acompanhar o trabalho do plenário, os projetos votados, as sessões deliberativas e os nomes dos votantes, já é feito para rede interna e sua centena de computadores. Tudo bem também, que excelentes laptops no mercado custem apenas R$ 5 mil, para o mesmo fim.

No entanto, só uma parcela de jecas não percebe a importância desses computadores para as ações de nossos parlamentares. Nada impede que eles consigam realizar esses pequenos detalhes da vida pública com impressionante agilidade e possam usufruir um tempo maior para pensar em questões realmente importantes. Qualquer coisa que melhore esses mandatos deve ser muito bem-vinda, urgentemente.

Um fato que chama a atenção em todo esse investimento é o destino dos 19 computadores que sobram na conta (100 –81). Talvez eles sejam entregues para desembargadores alagoanos conseguirem aumentar seus salários cada vez mais rápido. Talvez possam ir para o presidente do Superior Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo, para ele facilitar mais rapidamente a fuga de corruptos cariocas, ou para Paulo Maluf conseguir mover seus extratos bancários no exterior com mais discrição.

Caros leitores, não faltam dúvidas. Mas, atrevo-me a fazer uma campanha: vamos dar pelo menos um dos note-books tablet pc ultramodernos para o espião do planalto. Ele talvez possa analisar o destempero de José Dirceu ou o Botox de Marta Suplicy.

 
 
 

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