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Cristina Veiga
Especial para o GD
A Sociedade Protetora dos Animais
que me perdoe, mas é no mínimo ridículo
tratar um cachorro igual a gente. Se o Brasil ainda fosse
um país rico, poderia até se dar ao luxo de
tratar os bichinhos como criancinhas. Mas tem dó! As
pessoas, os seres humanos, os jovens, as crianças não
têm o que comer! Será que é muito difícil
entender isso? Não é possível. Meu filho
de nove anos sabe da diferença entre um ser humano
e um animal irracional, se é que posso chamar os bichinhos
sem ninguém ficar ofendido.
Confeitaria, psicólogo, táxi,
estúdio fotográfico, ofurô para cachorro!
Já seria um certo luxo para um ser humano, agora para
o cãozinho da madame é demais! A não
ser que resolvam dar razão ao coitado do ex-ministro
do Trabalho Antônio Rogério Magri que, pego em
flagrante transportando sua cadela em carro oficial, não
arrumou desculpa melhor do que dizer a antológica frase:
“Ela é um ser humano como outro qualquer!”
Meu Deus, essas pessoas que levam seu bichinho de estimação
a um desses lugares já olhou para o lado de fora da
janela do carro?!
Se por acaso, assim de relance, tivesse
prestado um mínimo de atenção naquelas
crianças que invariavelmente tentam fazer malabarismo
nos semáforos paulistanos em troca de alguma moeda
– “ainda que de cinco”, como eles dizem
- certamente teria pensado duas vezes antes de levar o cachorrinho
ao salão de beleza ou a doceria especializada em guloseimas
para animais. Não, e a creche?! Pensou que era para
aquela menininho que está cheirando cola na esquina?
Não, é para o cachorrinho da dondoca.
O quê, está achando pouco?
Então lá vai: os cães paulistanos aprendem
a nadar – como se cachorro não fizesse isso por
instinto – em academia com piscina aquecida e tudo mais.
Passear sozinhos, nem pensar. Existe um “dog walker”
– ou como dizem os argentinos há trocentos anos
passeadores de cachorro – para levar o bichinho até
o parque mais próximo. Tudo bem que esse deve ser o
único setor que cresceu no governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, mas bem que os ricos da terrinha
poderiam ter gasto os R$ 14 bilhões ano com seres humanos
ao invés de torrar com seus bichinhos de estimação.
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- A
cachorrada está com tudo
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