Criação
de emprego é 'ouro de tolo' para eleitor
Rodrigo
Zavala
Equipe GD
A pouco
mais de um mês para as eleições municipais,
candidatos bem colocados nas intenções de voto
colocam o desemprego como principal tema da campanha no horário
gratuito. De acordo com especialistas, os candidatos levam
à televisão promessas exageradas de novos postos
de trabalho.
Benedita
da Silva (PT), candidata à prefeitura do Rio de Janeiro,
vem com a maior promessa: afirma que, se eleita, criará
1 milhão de oportunidades de emprego. É o dobro
do que seu adversário, o ex-prefeito, César
Maia (PTB), e do que o atual prefeito, Luis Paulo Conde (PFL),
prometem.
A coordenação
da campanha de Benedita explica que a proposta tem como principal
sustentação um programa de qualificação
profissional que atenderá 600 mil trabalhadores em
quatro anos.
Além
dos 400 mil postos esquecidos nas contas da candidata, a própria
coordenação do programa de governo de Benedita
reconhece que a qualificação em si não
é garantia de emprego.
Para o
economista Lauro Ramos, coordenador do grupo de estudos de
mercado de trabalho do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas
Aplicadas), as ações das prefeituras são
limitadas nesta área, pois o crescimento do número
de empregos depende de políticas federais.
Como lembrou o jornalista Fernando de Barros, no jornal Folha
de S.Paulo nesta quarta-feira, debates entre candidatos deveriam
ser obrigatórios. A maior parte das promessas, segundo
ele, não resistiria ao confronto ou à inquirição
jornalística. Nesse caso, a um simples cálculo
matemático.
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Prefeito
decide cercar cidade em São Paulo
O prefeito
de Iracemápolis (164 km de São Paulo), Cláudio
Cosenza (PMDB), está transformando a cidade numa espécie
de "condomínio" fechado. Ele pretende isolar
todo o perímetro urbano com 8.700 metros de alambrado.
O projeto
prevê ainda a instalação de três
portais nas principais entradas da cidade, equipados com câmeras
de vídeo. Guardas municipais armados ficarão
guardando os portais.
O alambrado,
que tem 2,5 metros de altura, contorna o perímetro
urbano da cidade, passando pela rodovia SP-151, que liga Iracemápolis
a Rio Claro. A rodovia SP-151 limita a região norte
da cidade com a zona rural.
Segundo
o engenheiro civil responsável pelo projeto, Paulo
César Demarchi, só não vai haver alambrado
no trecho limite com a usina Iracema, onde já existe
uma cerca.
A prefeitura
já gastou R$ 20 mil na primeira etapa da obra, que
inclui 1.100 metros de alambrado. O projeto total custará
R$ 300 mil e será concluído em seis meses.
Os primeiros
500 metros de cerca já foram colocados entre a rodovia
SP-151 e um bairro de classe média da cidade, o Parque
Cezarino Borba. Nesse bairro, aconteceu o único roubo
da cidade, registrado no mês de julho.
Segundo
dados da Polícia Civil, foram registrados sete roubos
de janeiro até julho deste ano. A média é
de um roubo por mês.
Segundo
o prefeito, a medida visa proteger da violência os 16
mil habitantes. "Pretendo transformar a cidade num condomínio
fechado", disse Cosenza.
O monitoramento
de pessoas por meio câmeras de vídeo e cercas
às margens das rodovias não são inconstitucionais,
segundo o integrante do Centro de Estudos Monsenhor Salim
da Faculdade de Direito da PUC-Campinas Octávio Miranda
Junqueira.
Segundo
Demarchi, os portais serão equipados com pelo menos
duas câmeras de vídeo e um circuito ligado com
a Polícia Militar.
O prefeito
é candidato à reeleição e acredita
que, mesmo que não seja eleito, o novo chefe do Executivo
deve dar continuação à proposta. A lei
não proíbe os alambrados, guaritas e câmeras.
Porém, o artigo 5º, inciso XV, da Constituição
Federal, proíbe o constrangimento de quem tente entrar
na cidade.
O aposentado
José da Silva, 63, disse ter gostado da iniciativa,
pois foi alvo de um assalto no mês passado. ""Tenho
medo de assalto. Isso não vai resolver os problemas
da violência, mas vai dificultar."
(Ana Paula
Margarido - Folha de S.Paulo)
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