da
Redação
Os prontos-socorros da cidade de São
Paulo enfrentam condições precárias de
atendimento. De acordo com a própria classe médica
os profissionais tendem a deixar os cargos sob pressão
do grande volume de pacientes em oposição a
pouca infra-estrutura disponível.
Para mudar a situação a Secretaria Municipal
de Saúde informou que no próximo mês serão
contratados 2.700 médicos para dar plantão nas
periferias. O dobro dos em exercício, hoje a rede municipal
de saúde possui 2.743 médicos, 1.038 enfermeiros
e 4.734 auxiliares de enfermagem.
Também propõem, para resolver a situação
a curto prazo, melhorar a remuneração dos profissionais
dos serviços de urgência/emergência. Criar
de um Projeto de Lei que permita fazer pagamento de plantões
extras a profissionais que já fazem parte do quadro
de funcionários, e que estejam dispostos a aumentar
sua carga horária. Pois, atualmente o contrato de emergência
não permite o pagamento de plantões extra, nem
o aumento do valor da remuneração ou da carga
horária, além de obrigar o desligamento do profissional
após o período de um ano proposto no contrato.
Destino dos recursos
O Ministério Público Federal propôs uma
ação civil contra o desvio de verbas públicas
na área da saúde, requerendo a devolução
de cerca de 840 milhões de reais, referente ao ano
de 2005, para os cofres da prefeitura. “Lamentavelmente
o governo Serra/ Kassab está piorando muito o sistema
de saúde da população”, diz o presidente
do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp),
Dr. Cid Célio Jaime Carvalhaes.
A falta de recursos faz com que a equipe de saúde
se desgaste demais para tentar garantir atendimento adequado
a população, gerando médicos com depressão,
estresse, e dependentes de drogas. Mas, o agravante é
o número de suicídio entre os jovens médicos
(20 a 39 anos), 11% dos óbitos dessa classe são
de suicídio, segundo um estudo feito pela Fundação
Seade e Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo (Cremesp). Já nos outros paises a maior incidência
acontece na faixa dos 25 a 60 anos.
Para externar sua revolta contra a falta de serviço,
muitas vezes a população acaba agredindo os
funcionários. Uma pesquisa
realizada pelo Simesp indica o crescimento em 41,52% de médicos
que sofreram cinco ou mais atos violentos. As equipes dos
prontos-socorros são o maior alvo, com 61,19% dos casos
registrados, seguida dos ambulatórios 21,64% e 17,7%
nos consultórios. A concentração se dá
na zona sul (32,38%) e zona leste (29,51%). O Cremesp estabelece
na resolução 090/2000, item D.2.2 que "em
locais de trabalho sabidamente violentos e que exponham a
risco a integridade física dos médicos no atendimento
de pronto-socorro, deverá haver a manutenção
de plantão policial ou, na impossibilidade deste, segurança
privada".
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