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REFLEXÃO


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sinapse
01/04/2004
A maternidade de Patrícia Viotti

A publicitária Patrícia Viotti, 44, resolveu dar um tempo em sua carreira e desfez a sociedade que tinha numa bem-sucedida empresa. Isso para se envolver apenas com a experiência da maternidade. "Essa entrega é uma delícia."

Desde que se formou em direito, ela não sabia o que é ficar sem trabalhar. Naquela época, o que jogou para o alto foi o diploma de advogada, entregando-se à publicidade. "Não era do que eu gostava." Agora, vendeu sua participação na Conspiração, uma premiada produtora de filmes, documentários e publicidade, para esperar o casal de gêmeos, com chegada prevista para agosto.

Quando engravidou, no ano passado, depois de tratamentos hormonais, avaliou as viagens que teria de fazer, o estresse das reuniões, os inevitáveis conflitos. "Tô fora", declarou. Dedica-se, nesses dias, a ginástica, natação, massagens e leituras —agregou à sua biblioteca livros sobre ser mãe.

É uma experiência inusual também para o pai, o publicitário Washington Olivetto, 52. Ao lado da decisão afetiva, está em operação uma reengenharia. É uma experiência e tanta para um casal nessa idade ter filhos, ainda mais gêmeos. A vida deles é dividida entre trabalho, jantares, recepções e viagens dentro e fora do país.

"Vou ter de reaprender a ser pai de criança pequena nessa altura da vida", diz Washington, que já tem Homero, de 30 anos. Quando teve o filho, ele tentava, caoticamente, combinar profissão com trabalho. "Levava-o para tudo quanto é canto, até mesmo à noite. Foi assim que Homero, desde criança, começou a ouvir jazz, durante encontros noturnos." Eram outros tempos, quando o projeto íntimo em que estava focado era revirar a propaganda brasileira e se tornar um astro mundial. Já não tem mais 20 e poucos anos, não tem mais prêmios para ganhar, a situação financeira está além de confortável.

Patrícia diz que ainda não sabe como vai lidar com a ausência de trabalho, envolvida integralmente com a maternidade. "Daqui a pouco, vou pensar em alguns projetos e até abrir uma nova empresa." Não faz a menor idéia de quando começará a tocá-los. "Não estou com pressa."

Afinal, diz ela, chegar a essa idade e ter um filho é a mais interessante experiência com a qual poderia lidar.


Esta coluna é publicada originalmente na Folha de Online, na editoria Sinapse.

   
 
 
 

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