Segundo pesquisa Datafolha, a popularidade
de Marta Suplicy caiu e, apesar dos milhões gastos
em publicidade, sua reeleição parece mais complicada.
Atribuem isso às enchentes, ao desemprego, às
obras que dificultam o trânsito. São explicações
razoáveis, mas há, por trás das dificuldades
de Marta, um recado aos políticos _ talvez, aliás,
seja das boas lições da gestão da prefeita.
Os brasileiros estão chegando no limite de paciência
em relação aos impostos; especialmente a classe
média, que paga mais impostos. Os empresários
podem jogar os impostos nos preços de seus produtos.
Os mais pobres não pagam impostos diretos e a maioria
deles não percebe os impostos indiretos.
São Paulo é uma cidade de classe média,
que, nesses últimos anos, viu seu poder de compra cair
em 30%. Serviços privados de educação
e saúde subiram a acima da inflação.
Resumindo: apesar de pagar mais impostos e ficar mais pobre,
a classe média pouco usa serviços públicos.
A marca da prefeita nesse segmento formador de opinião
são, por enquanto, as várias taxas cobradas
e aumentos de impostos. Até se poderia dizer, vamos
supor, que foram bem usados, ajudando a programas sociais,
mas aí já é outro problema.
O recado é simples: a cada dia que passa as pessoas,
em todo o país, vão descobrindo que pagam muito
imposto para o serviço que recebem. A irritação
da classe média com essa situação veio
para ficar e só crescer, embora ainda tenha surgindo
um partido para canalizar essa insatisfação.
Esta coluna é publicada originalmente na Folha Online,
na editoria Pensata.
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