Trouxe para
esta coluna a suspeita, divulgada por pesquisadores, de que
os números
sobre a queda de assassinatos em São Paulo não
estariam corretos. Motivo da suspeita: a alta porcentagem
de mortes "com intenção indeterminada"
nos arquivos do Instituto Médico Legal de São
Paulo. “ Não há motivo para suspeitas”,
garante o doutor Carlos Alberto Souza Coelho, professor de
medicina legal da USP e responsável pela análise
de dados do IML, onde trabalha há 32 anos.
Ele explica que, para o corpo ser liberado e ser enterrado,
o IML emite um atestado de óbito. Ocorre que, em alguns
casos, há dúvidas sobre a causa da morte e,
para precisá-la, os médicos dependem de exames
complementares, que podem demorar até 90 dias. As famílias,
porém, não podem esperar por tanto tempo. Libera-se,
então, o corpo, mas com o atestado de óbito
apontando "intenção indeterminada".
Acontece que é esse documento preliminar, registrado
em cartório, que serve de base para a contagem oficial
do Ministério da Saúde.
O professor Carlos Alberto assegura que uma desprezível
porcentagem dessas mortes com intenção indeterminada
são homicídios. “Rapidamente podemos perceber
quando um corpo foi vítima de violência.”
O motivo da alta porcentagem de mortes com intenção
indeterminada é o fato de a polícia enviar para
o IML, e não só para os hospitais, vítimas
de morte súbita, cuja "causa mortis" só
pode ser precisada após a realização
de outros exames.
Diante disso, ele assegura que não existem motivos
para falar em manipulação do número de
assassinatos em São Paulo.
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