REFLEXÃO


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pensata
08/02/2008

Resposta às mortes suspeitas

Trouxe para esta coluna a suspeita, divulgada por pesquisadores, de que os números sobre a queda de assassinatos em São Paulo não estariam corretos. Motivo da suspeita: a alta porcentagem de mortes "com intenção indeterminada" nos arquivos do Instituto Médico Legal de São Paulo. “ Não há motivo para suspeitas”, garante o doutor Carlos Alberto Souza Coelho, professor de medicina legal da USP e responsável pela análise de dados do IML, onde trabalha há 32 anos.

Ele explica que, para o corpo ser liberado e ser enterrado, o IML emite um atestado de óbito. Ocorre que, em alguns casos, há dúvidas sobre a causa da morte e, para precisá-la, os médicos dependem de exames complementares, que podem demorar até 90 dias. As famílias, porém, não podem esperar por tanto tempo. Libera-se, então, o corpo, mas com o atestado de óbito apontando "intenção indeterminada". Acontece que é esse documento preliminar, registrado em cartório, que serve de base para a contagem oficial do Ministério da Saúde.

O professor Carlos Alberto assegura que uma desprezível porcentagem dessas mortes com intenção indeterminada são homicídios. “Rapidamente podemos perceber quando um corpo foi vítima de violência.” O motivo da alta porcentagem de mortes com intenção indeterminada é o fato de a polícia enviar para o IML, e não só para os hospitais, vítimas de morte súbita, cuja "causa mortis" só pode ser precisada após a realização de outros exames.

Diante disso, ele assegura que não existem motivos para falar em manipulação do número de assassinatos em São Paulo.

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