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frutas do Cerrado
03/08/2004
Produção de polpa une conservação e renda

O uso sustentável dos recursos naturais do Cerrado pode ser uma alternativa viável de geração de renda para as comunidades tradicionais da região. Prova disso é a Fábrica FrutaSã, empresa de interesse público, sem fins lucrativos, do CTI (Centro de Trabalho Indigenista) e da Associação Vyty-Cati das Comunidades Indígenas Timbira do Maranhão e Tocantins.

A fábrica começou a funcionar em 1994 fazendo leite de soja. Em 1996, o maquinário foi adaptado para fazer polpa de fruta congelada, produto que impulsionou as atividades da empresa. "Até o ano 2000, só existia uma fabriqueta velha. Depois, ela foi profissionalizada e oficializada para ser uma empresa de verdade", conta Miguel Hekler, assessor da fábrica.

O aumento das vendas foi conseqüência natural desse processo. Em 1998, foram vendidos 5 mil quilos de polpa, por R$ 12,9 mil. Em 1999, foram 13 mil quilos. No ano 2000, 16,6 mil quilos. Em 2001 e 2002, foram 20,8 mil e 49,9 mil quilos respectivamente. O ano de 2003 bateu o recorde da empresa com 65,3 mil quilos vendidos, por mais de R$ 217 mil.

Todas as frutas usadas pela empresa vêm de pequenos agricultores. "São frutas que as pessoas têm no quintal. Compramos dos coletores rurais, dos pequenos produtores e também dos indígenas", diz o assessor. Quando não são de origem local, elas são adquiridas de cooperativas de pequenos produtores, com quem a empresa mantém parcerias. Um exemplo é o cupuaçu, produzido por cooperativa em Marabá (PA).

"Ainda não temos lucro", admite o assessor. "Mas falta um pouco", completa, animado. A maior dificuldade, afirma, é o transporte da matéria prima. Como os pequenos produtores não têm condições de levar as frutas até a empresa, é preciso buscar tudo — "e isso fica muito caro". Além disso, todas as compras são pagas na hora, para não dificultar a vida dos fornecedores.

A fábrica é o "braço econômico" do projeto Frutos do Cerrado, da Associação Vyty-Cati e do CTI, que recebe apoio do Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade), do Serviço Alemão de Cooperação Técnica e Social e do Ministério do Meio Ambiente. As atividades do Frutos do Cerrado também são apoiadas pelo Programa de Pequenos Projetos (PPP), do GEF (sigla em inglês para Fundo Global para o Meio Ambiente), do qual participam o PNUD, o Banco Mundial e o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

Sediada no município maranhense de Carolina, a empresa tem 11 empregados fixos. "Mas no pico das safras, quando tem mais demanda, contratamos trabalhadores temporários. Chegamos a ter mais de 20 pessoas trabalhando aqui", conta o alemão Hekler. Quase toda a produção, cerca de 90%, é vendida no próprio Maranhão. O restante vai para o Tocantins e para Brasília.

Atualmente, a FrutaSã vende polpas de abacaxi, acerola, araçá-goiaba, bacuri, buriti, cajá, caju, cupuaçu, goiaba, açuçara, manga, maracujá, murici e tamarindo. Segundo Hekler, há planos de diferenciar a produção no futuro, se aparecer algum parceiro. "Temos a idéia de produzir óleos de frutas do cerrado cujas polpas não são muito adequadas, como o piqui. Mas pensamos em fazer o refinamento e não em vender."

 

As informações são da PrimaPagina.

 
 
 

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