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arte de viver
27/07/2004
Projeto que atende crianças negligenciadas por pais é finalista de Prêmio da Abrinq

O trabalho de reinserção de crianças de zero a 10 anos de idade que foram maltratadas ou negligenciadas por pais dependentes de drogas fez o projeto Arte de Viver, de Londrina, receber reconhecimento nacional. A proposta, da Instituição Casa de Maria Centro de Apoio a Dependentes, é uma das 15 finalistas do Prêmio Criança da Fundação Abrinq, que será entregue no dia 4 de agosto, em São Paulo. O projeto é o único do Paraná na disputa pelo prêmio.

Segundo a presidente da entidade, Regina Célia Siqueira Almeida, o objetivo do projeto é a reinserção das crianças na família, porém sem deixar de lado o acompanhamento e tratamento dos vícios dos pais. ''Esse é o nosso diferencial'', garante. Tanto que na categoria ''Convivência Familiar'', eles estão entre as quatro instituições selecionadas.

A instituição, que já possuia um ambulatório, um internato e um seminário para atender dependentes químicos, alcoolistas e portadores do HIV, assumiu no dia 18 de abril de 2000 a função de reestruturar a família de algumas crianças em situação de risco. ''Algumas vezes a criança chega primeiro, encaminhada pelo Conselho Tutelar ou pelo Ministério Público (MP), e depois entramos em contato com a família. Mas há casos que toda a família vem de uma vez'', contou a assistente social da entidade, Uani Rocha Barbosa.

Somente em casos extremos o MP encaminha a criança para a adoção. ''Muitas mães chegam aqui falando que já fizeram muitos tratamentos e não adiantaram, mas que querem seus filhos. E é neste ponto que vamos motivá-la'', explicou a presidente.

Em quatro anos de funcionamento, o projeto atendeu 39 crianças, das quais 27 continuam frequentando a casa-abrigo e outras 18 foram devolvidas às famílias. ''Não deixamos os familiares perderem os vínculos com a criança. Se eles não vêm visitar, a gente leva os filhos até eles'', declarou Uani. Ela ressaltou que mesmo sem contato direto com os pais, os pequeninos podem conviver com tios ou avós, como é o caso de cinco crianças que estão em tratamento.

Segundo a psicóloga Maisa Batista de Lima Rossignoli, todas crianças chegam assustadas e arredias, mas que com o tempo se adaptam. Após um ano de trabalho os frutos já começam a ser colhidos. ''Temos algumas crianças que corrigem o comportamento dos pais e outras que admitem que jamais vão fumar ou beber'', contou a assistente social.

A psicóloga ressalta que durante o tratamento a criança fica ciente da realidade que vive. ''Eles temem muito pelo fracasso dos pais, mas temos que ensiná-los ajudar na recuperação'', disse Maisa. Na casa-abrigo a vida é igual a de qualquer criança. Eles estudam na escola do bairro, fazem atividades esportivas, vão à catequese e ao posto de saúde. E não falta tempo livre para brincar e visitar os amigos.

A meta inicial era que, depois de um ano, as crianças retornassem às suas famílias. Contudo a equipe avaliou que, embora as crianças já estivessem preparadas para o retorno, as famílias precisavam de um tempo maior. Hoje o tempo médio de acompanhamento é de dois anos.

Para motivar a recuperação dos pais, os 16 funcionários e 20 voluntários da instituição elaboram um do genograma um estudo das estruturas familiares para análise das relações e posterior intervenção. É reconstruída a história das últimas três gerações, visando perceber os conflitos e dramas repetidos. ''Neste ponto que nós mostramos a importância de colocar um fim nesta situação e fazemos este trabalho de prevenção com as crianças'', disse Regina.

O projeto Arte de Viver recebe verba da Prefeitura de Londrina, mas é mantido com a ajuda da comunidade. ''Eles sempre doam calçados, roupas, móveis. Mas sempre precisamos de ajuda'', disse a presidente.

 

As informações são da Folha de Londrina - PR.

 
 
 

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