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Dia 05.08.02

 

Moradores de favelas cariocas rejeitam Lula

"O morador da favela se sente envergonhado por causa do estigma social que cerca a comunidade carente. Ele não valoriza o candidato com origem social similar a dele porque ele próprio não valoriza a si mesmo". É o que afirma Bernardo Sorj, professor titular de sociologia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O acadêmico foi um dos coordenadores da pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos da Religião (Iser) em parceria com a ONG Viva Rio, que concluiu: a origem humilde do candidato à Presidência do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, está longe de ser um trunfo eleitoral entre a população carente do Rio.

De fato, o cruzamento de dados sócio-econômicos reunidos pelo núcleo Favela, Opinião e Mercado, do Iser, com as intenções de voto mostra que a rejeição ao nome de Lula situa-se em torno de 25% nas classes B e C, que englobam 75,4% da população das favelas. Entre a classe D, que corresponde a 20,9% dos moradores de áreas carentes, o percentual é idêntico. Ao todo, foram entrevistadas 866 pessoas, das quais 25,2% não votariam em Lula. O percentual é quase igual à soma dos índices de rejeição do tucano José Serra (14,8%) e do candidato do PSB, Anthony Garotinho (12,5%).

O mais aceito é Ciro Gomes (PPS), rejeitado por apenas 7,5% dos entrevistados. Nas favelas pesquisadas, Garotinho tem 36,8% das intenções de voto, contra 19,7% obtidos por Lula e 12,7% de Ciro Gomes. O governista Serra aparece na lanterna, com apenas 4,1% das preferências. Conforme os dados coletados, a preferência por Garotinho é inversamente proporcional ao grau de escolaridade do eleitor. É entre os analfabetos e pessoas que não chegaram a completar a 4ª série do ensino fundamental que o ex-governador tem o seu melhor desempenho: 41%. Já entre os eleitores com curso superior completo, o percentual de intenções de voto cai para 27,3%.

Leia mais:
- Pesquisa mostra que Lula tem maior taxa de rejeição nas favelas do Rio

 

 
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Pesquisa mostra que Lula tem maior taxa de rejeição nas favelas do Rio

A origem humilde do candidato à Presidência do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, está longe de ser um trunfo eleitoral entre entre a população carente do Rio. Uma pesquisa do Instituto de Estudos da Religião (Iser) em parceria com a ONG Viva Rio mostra que o ex-sindicalista é o candidato com maior índice de rejeição entre moradores de 37 favelas no município do Rio de Janeiro. Ao todo, foram entrevistadas 866 pessoas, das quais 25,2% não votariam em Lula. O percentual é quase igual à soma dos índices de rejeição do tucano José Serra (14,8%) e do candidato do PSB, Anthony Garotinho (12,5%). O mais aceito é Ciro Gomes (PPS), rejeitado por apenas 7,5% dos entrevistados.

"O morador da favela se sente envergonhado por causa do estigma social que cerca a comunidade carente. Ele não valoriza o candidato com origem social similar a dele porque ele próprio não valoriza a si mesmo", teoriza Bernardo Sorj, professor titular de sociologia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e um dos coordenadores da pesquisa. De fato, o cruzamento de dados sócio-econômicos reunidos pelo núcleo Favela, Opinião e Mercado, do Iser, com as intenções de voto mostra que a rejeição ao nome de Lula situa-se em torno de 25% nas classes B e C, que englobam 75,4% da população das favelas. Entre a classe D, que corresponde a 20,9% dos moradores de áreas carentes, o percentual é idêntico.

"A rejeição de Lula é menor nas classes A e E, que estão presentes apenas de forma residual nas favelas cariocas", explica Sorj, lembrando que aproximadamente 70 milhões de habitantes vivem nas grandes cidades brasileiras e, deste total, 20% moram em favelas. Para quem se surpreende com o fato de os pesquisadores terem encontrado indivíduos da classe alta morando em comunidades carentes, o sociólogo esclarece: "O universo social da favela é muito heterogêneo". Na verdade, o típico morador da favela não está em nenhum dos dois extremos da escala social: a classe A corresponde a 0,1% dos seus moradores e a B, a 0,9%.

Segundo o estudo, a população carente no Rio é composta majoritariamente por indivíduos das classes B (24,1%) e C (51,3%). A metodologia utilizada foi o chamado Critério Brasil, sistema adotado pela Associação Nacional de Empresas de Pesquisa que leva em conta o acesso a bens de consumo. Pelo Critério Brasil, a renda familiar média da chamada classe C é de R$ 844. Já a classe B encontra-se dividida entre B1 (renda média de R$ 2,444 mil) e B2 (R$ 1,614 mil).

Nas favelas pesquisadas, Garotinho tem 36,8% das intenções de voto, contra 19,7% obtidos por Lula e 12,7% de Ciro Gomes. O governista Serra aparece na lanterna, com apenas 4,1% das preferências. Conforme os dados coletados, a preferência por Garotinho é inversamente proporcional ao grau de escolaridade do eleitor. É entre os analfabetos e pessoas que não chegaram a completar a 4ª série do ensino fundamental que o ex-governador tem o seu melhor desempenho: 41%.

Já entre os eleitores com curso superior completo, o percentual de intenções de voto cai para 27,3%. Na avaliação de Sorj, mesmo tendo uma origem humilde, o candidato do PSB não é visto da mesma forma que Lula nas favelas. "Garotinho não tem curso superior completo mas a escolaridade dele (médio incompleto) é maior que a de 63% dos moradores de comunidades carentes, que não têm o ensino fundamental completo", diz o pesquisador. "Além disso, ele é branco e trabalha como comunicador. A pessoa da favela não identifica nele um igual". A pesquisa do Iser foi realizada entre 10 e 22 de julho, e tem margem de erro de 3,41% para mais ou para menos.

(Valor)

 

 
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