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Dia 07.06.00
 

 

Dinheiro é mais valorizado que "ócio criativo"

Os livros do sociólogo italiano Domenico de Masi podem vender muito, mas na prática a teoria é outra: as pessoas preferem dinheiro a tempo livre.

Uma pesquisa em 30 países feita pelo instituto norte-americano Roper Starch Worldwide mostrou que, no geral, 52% dos entrevistados preferem ganhar mais e 40% a ter mais tempo para lazer.

O país mais "ganancioso", com 71% de preferência por maiores salários, foi a Rússia. Na outra ponta está a Índia: dois terços da população preferem ter mais tempo, índice que se repete em outros países asiáticos mais pobres, como Filipinas e Vietnã.

O coordenador da pesquisa, Tom Miller, acredita que esses dados refletem, por um lado, a transição russa para o capitalismo e por outro, a resistência dos asiáticos em mudar seus hábitos culturais, que valorizam uma vida mais tranqüila e não dão importância ao dinheiro.

O Brasil é o oitavo no ranking dos que preferem mais dinheiro, com 59%, um percentual maior que Estados Unidos (57%), Alemanha (55%) e Japão (53%). Em compensação, os brasileiros ficaram atrás dos franceses (que vêm logo atrás dos russos, com 63%), canadenses e britânicos e argentinos.

(Folha de S.Paulo)

Leia mais:
- 46,4% dos brasileiros fazem hora extram

 

 

 

 

Dinheiro é mais valorizado que tempo livre

Se pudesse escolher, você gostaria de ter mais tempo livre ou mais dinheiro do que tem hoje? Segundo uma pesquisa feita em 30 países pelo instituto norte-americano Roper Starch Worldwide, a grande maioria das pessoas prefere mais dinheiro.

A falta de tempo para lazer, se não deixa de incomodar as pessoas, parece ser menos sentida que a falta de dinheiro. No geral, 52% dos entrevistados disseram que escolheriam ter mais dinheiro, enquanto 40% disseram preferir mais tempo.

A Rússia foi o país que teve o maior índice de "amantes do dinheiro": 71%. Foi também o país com o menor índice de preferência por mais tempo (13%).

Para o coordenador da pesquisa, Tom Miller, diretor de operações internacionais do Roper Starch, a explicação para o resultado parece estar na transição russa no período pós-comunismo.

"Eu acho que hoje em dia os russos prezam muito o dinheiro porque estão muito mais atentos à forma como vivem os ocidentais e, por isso, estão consumindo mais", disse Miller à Folha.

Na outra ponta, aparecem Índia e Filipinas como os países nos quais os entrevistados disseram preferir mais tempo que dinheiro, com 66% das respostas. Filipinas e Tailândia tiveram o menor índice de preferência por mais dinheiro (27%).

Brasil prefere o dinheiro
Entre os 30 países, o Brasil aparece em nono entre os que escolheram ter mais dinheiro, com 59%. Os outros 41% dos brasileiros disseram preferir mais tempo.

A proporção de brasileiros que prefere ter mais dinheiro é maior que a verificada em muitos países desenvolvidos, como Estados Unidos (57%), Alemanha (55%) e Japão (53%). França (63%), Canadá (61%) e Reino Unido (60%), porém, aparecem à frente do Brasil na lista.

Entre os países latino-americanos pesquisados, os brasileiros só perdem para a vizinha Argentina (62%) em preferência pelo dinheiro.

Comparando as cinco principais regiões pesquisadas (América do Norte, América Latina, Europa Ocidental, Europa Oriental e Ásia/Pacífico), os países da Europa Oriental aparecem como os que menos preferem ter mais tempo, com 26% das respostas.

O maior índice de preferência por tempo é de 49%, nos países asiáticos e do Pacífico. Na América Latina, o índice é de 43%.

Razões culturais
O que mais chama a atenção na pesquisa é a proporção de países pobres, principalmente asiáticos, entre os que preferem mais tempo do que mais dinheiro.

Entre os 10 países com maior índice de preferência por mais tempo, 6 são asiáticos. E há apenas um país desenvolvido (Austrália).

"Nos países pobres, principalmente os asiáticos, há uma sensação de que os velhos hábitos culturais, que significavam uma vida mais tranquila, estão mudando
rápido demais, o que explica essa preferência por mais tempo ao invés de mais dinheiro", diz Miller.

"Na filosofia hindu, por exemplo, o tempo é muito mais valorizado que o dinheiro, e é por isso que a Índia está na ponta da lista entre os que preferem mais tempo", afirma.

Estudo pode orientar campanhas
A identificação da preferência por mais tempo livre ou por mais dinheiro pode orientar campanhas de marketing ou a confecção de produtos, atendendo ao desejo específico do público.

"Nos países em que houve a identificação de uma preferência por mais tempo, as indústrias podem desenvolver produtos que façam as pessoas economizarem tempo", diz Tom Miller, coordenador da pesquisa e diretor de operações internacionais do Roper Starch Worldwide Institute, com sede em Nova York.

"No caso oposto, podem ser criados produtos para quem preza a economia de dinheiro", diz.

O Roper Starch existe há 75 anos e é especializado em pesquisas de mercado e de opinião pública e em análises de mídia.

Entrevistas
Para a pesquisa sobre a preferência entre mais tempo e mais dinheiro, foram feitas 30 mil entrevistas pessoais -mil em cada um dos 30 países pesquisados- com consumidores entre 13 e 65 anos, entre novembro de 1999 e fevereiro deste ano.

"A base talvez não fosse significativa para uma pesquisa política, mas é totalmente válida para uma pesquisa de mercado", diz Tom Miller.

Segundo ele, o resultado do estudo pode ser projetado para uma população de 1,4 bilhão, o que significa 23% de toda a população mundial, que é de 6 bilhões. A margem de erro da pesquisa é de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos.

(Folha de S.Paulo - Rogério Wasserman)



 

 
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