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Dia 12.08.01

 

 

Violência consome 10% do PIB brasileiro

Enquanto o governo gasta fortunas para reduzir os índices de criminalidade no país, os cidadãos, por sua vez, também investem em seguranças, alarmes e defesa pessoal. A conta, segundo cálculo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), chega a 10, 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, ou seja, 105 bilhões de reais. Isso é mais do que toda a riqueza produzida num país como o Chile.

Para chegar a esse valor, os técnicos do BID usaram informações dos últimos anos da década de 90, relativas a gastos com prejuízos materiais, tratamento médico e horas de trabalho perdidas das vítimas. O estudo também aponta o crescimento econômico como o caminho mais curto para se diminuir a violência. Na década de 90, o PIB americano cresceu cerca de 7% ao ano. No mesmo período, a taxa de criminalidade caiu 12% ao ano.

Só a segurança privada custa ao Brasil cerca de R$ 18 bilhões anuais. Muito para um país que destinou este ano R$ 21 bilhões de seu Orçamento às Forças Armadas, responsáveis pela segurança do território nacional. Apostando na indústria do medo, a segurança particular já emprega cerca de 700 mil homens oficialmente. Outros 800 mil trabalham de forma clandestina. No total, quase cinco vezes o efetivo de Exército, Marinha e Aeronáutica que, juntos, somam 323 mil militares.

Especialistas reservam críticas ao modo como esse montante é gasto, especialmente no que se refere à segurança particular. " Se o cidadão que se isola atrás de um muro investisse em ações sociais numa favela, estaria ajudando mais," acredita Ignácio Cano, do Instituto de Estudos da Religião (Iser).

(O Globo)

 

 
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Violência provoca gastos de R$ 105 bi no Brasil

Tanto na esfera pública como na particular, a violência atingiu em cheio o bolso do brasileiro. Enquanto governos gastam fortunas para tentar reduzir os índices de criminalidade - como os 40 homicídios por cem mil habitantes, índice de países em guerra - cidadãos contratam seguranças, instalam alarmes, aprendem defesa pessoal. Somados os dois lados, a conta chega a 10,5% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo cálculo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Traduzindo em reais, R$ 105 bilhões. Mais do que toda a riqueza produzida num país como o Chile.

Para chegar aos R$ 105 bilhões, os técnicos do BID usaram informações dos últimos anos da década de 90, relativas a gastos com prejuízos materiais, tratamento médico e horas de trabalho perdidas das vítimas. O trabalho só ficou pronto no fim do ano passado.

- O Brasil está perdendo centenas de Bill Gates para a violência - diz o economista Richard Herson, do projeto Brasil.com, da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), numa referência aos jovens assassinados no país.

O pesquisador do Instituto de Estudos da Religião (Iser) Ignácio Cano diz que, se as pessoas que investem na própria segurança destinassem parte desses recursos para projetos sociais, o país gastaria menos com a repressão:

- Se o cidadão que se isola atrás de um muro investisse em ações sociais numa favela, estaria ajudando mais.

O estudo do BID aponta o crescimento econômico como o caminho mais curto para se diminuir a violência. Na década de 90, o PIB americano cresceu cerca de 7% ao ano. No mesmo período, a taxa de criminalidade caiu 12% ao ano.

- Com o que se gasta em penitenciárias, dava para reformar todas as escolas do país - diz o economista Ib Teixeira.

Só a segurança privada custa ao Brasil cerca de R$ 18 bilhões anuais. Muito para um país que destinou este ano R$ 21 bilhões de seu Orçamento às Forças Armadas, responsáveis pela segurança do território nacional. Apostando na indústria do medo, a segurança particular já emprega cerca de 700 mil homens oficialmente. Outros 800 mil trabalham de forma clandestina. No total, quase cinco vezes o efetivo de Exército, Marinha e Aeronáutica que, juntos, somam 323 mil militares.

- Uma pesquisa do Ipea estimou que, em 1995, existia um milhão de vigilantes particulares, o que correspondia a 1,4% da população ocupada no país e quase o dobro dos trabalhadores de segurança pública - diz o economista Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A violência acaba sendo uma barreira para investimentos estrangeiros no país, segundo o Banco Mundial. De acordo com um documento do banco, roubos e assaltos crescem 15% ao ano em São Paulo, cidade que tem uma taxa de homicídios 6,4 maior do que Nova York ou Lisboa. O documento se baseou na análise da Control Risk Group, uma empresa de consultoria americana.

Risco para as empresas, risco para os cidadãos. Federações de lutas marciais registraram crescimento de cerca de 60% na procura por cursos nos últimos cinco anos. No caso da luta krav-magá, os números são ainda mais espantosos. Há dez anos, quando ela chegou ao Brasil, havia um professor e seis alunos. Hoje são quatro mil alunos.

- Fui assaltado e não tive como reagir. Busquei uma maneira de me proteger - diz o aluno Rodrigo Mello, de 19 anos.

(O Globo)

 

 
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