Mais
de 20 mil aidéticos estão desempregados em SP
Mais de 20 mil
aidéticos estão desempregados no estado de São
Paulo. Isto representa mais da metade daqueles que tomam o coquetel
contra a doença. Esses pacientes estão mais ameaçados
pela subsistência do que pelos efeitos do vírus HIV.
A queixa do emprego indica que os pacientes estão suficientemente
bem para trabalhar. Mas mostra a permanência do preconceito
em relação aos doentes e o avanço da epidemia
entre os mais pobres.
A pobreza tem
sido o principal aliado da doença. E isto que São
Paulo foi o primeiro estado a tomar providências quanto a
doença. Ainda em 1983, o estado criou o primeiro programa
de prevenção e combate à Aids da América
Latina. Em São Paulo estão quase metade das cerca
de 500 Organizações Não-Governamentais (ONGs)
que trabalham com Aids no país.
O Estado garante
medicamento a todos e as ONGs continuam atuando quase sozinhas quando
se trata da prevenção. O desafio agora está
em integrar as ações de prevenção dentro
do Sistema Único de Saúde (SUS) e dentro dos orçamentos
municipais e estaduais, já que terminaram os projetos que
contavam com dinheiro de fora e do governo federal.
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Maioria
dos que tomam coquetel está sem emprego
Mais da metade
dos cerca de 40 mil pacientes com Aids que tomam o coquetel no Estado
de São Paulo vivem desempregados. Estão mais ameaçados
pela subsistência do que pelos efeitos do vírus HIV.
A pobreza tem sido o principal aliado da doença.
Os números
e as constatações surgiram no encontro sobre os 20
anos de combate à Aids no Estado de São Paulo promovido
na última segunda-feira pela Folha e pelo Gapa (Grupo de
Apoio à Prevenção à Aids) de São
Paulo.
A questão
do desemprego é reveladora dos avanços, retrocessos
e desafios contabilizados em duas décadas de epidemia. A
queixa do emprego indica que os pacientes estão suficientemente
bem para trabalhar. Mas indica a permanência do preconceito
em relação aos doentes e o avanço da epidemia
entre os mais pobres.
"E isso
no Estado que criou, ainda em 1983, o primeiro programa de prevenção
e combate à Aids da América Latina", disse Arthur
Kalichman, coordenador do programa de Aids do Estado de São
Paulo. Este também é o Estado onde estão quase
metade das cerca de 500 ONGs que trabalham com Aids no país.
Vistas pelo
ângulo das conquistas, as duas décadas estão
repletas de marcos: em 1985, a criação da primeira
ONG-Aids (o Gapa São Paulo), a chegada do AZT, em 89, o caso
Sheila, em 93, que abriu os debates sobre o preconceito nas escolas,
o acesso ao coquetel de medicamentos, em 1997, e a briga pela quebra
de patentes, neste ano. "As ONGs tiveram presentes em todos
os momentos", disse Rubens de Oliveira Duda, presidente do
Fórum de ONGs-Aids do Estado de São Paulo.
Enquanto o Estado
assumiu o tratamento da doença - garantindo medicamento a
todos -, as ONGs continuam atuando quase sozinhas quando se trata
da prevenção. Com o final dos projetos que contavam
com dinheiro de fora e do governo federal, o desafio agora está
em integrar as ações de prevenção dentro
do SUS e dentro dos orçamentos municipais e estaduais. "Mesmo
o que está garantido por lei, como a assistência, ainda
sofre abalos e necessita de uma vigilância constante das ONGs",
disse José Carlos da Silva, secretário-geral do Gapa.
No caso de São
Paulo, os participantes quiseram saber quando a prefeitura vai fazer
sua parte. Fábio Mesquita, coordenador do programa municipal
de Aids, disse que a implantação do PAS (Plano de
Assistência à Saúde) paralisou as ações
na cidade onde estão 22% dos 210 mil casos de Aids no país.
Mesquita afirmou que a Aids é uma prioridade do PT e enumerou
algumas das questões prioritárias. Entre elas o equilíbrio
nos gastos entre prevenção e assistência, a
"sustentabilidade das ações", a integração
com o SUS (Sistema Único de Saúde) e ampliação
da luta pelos direitos humanos.
(Folha de S. Paulo)
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