Escolaridade
dificulta ainda mais inclusão de deficiente
Os portadores
de deficiência têm pouco acesso à educação
formal no Brasil, o que gera sérios problemas na hora de
entrar no mercado de trabalho.
Hoje, 280 mil
alunos portadores de deficiência estão matriculados
em escolas especiais de 1ª a 8ª séries. Outros
300 mil frequentam classes regulares nas mesmas séries. No
entanto, apenas 9 mil desses alunos conseguem chegar ao ensino médio.
Assim, dos 9
milhões de deficientes em idade produtiva, apenas 1 milhão
trabalha de forma efetiva, sendo que apenas 200 mil deles com carteira
assinada.
O professor
de Relações do Trabalho da Universidade de São
Paulo, José Pastore, critica a ausência de políticas
públicas específicas para essas pessoas.
(Folha
de S.Paulo)
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Baixa
escolaridade barra a inclusão no mercado
As dificuldades
que os portadores de deficiência encontram para entrar no
mercado de trabalho estão expressas nas matrículas
do ensino fundamental (de 1ª à 8ª séries)
e do médio (antigo colegial).
Há hoje,
no Brasil, 280 mil alunos portadores de deficiência matriculados
em escolas especiais de 1ª a 8ª séries. Outros
300 mil estão em classes regulares nessas mesmas séries.
No entanto apenas 9.000 desses alunos conseguiram chegar ao ensino
médio.
O resultado
é que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), dos 9 milhões de deficientes em idade
produtiva, apenas cerca de 1 milhão trabalha de forma efetiva.
A maioria está na informalidade -apenas 200 mil têm
carteira assinada.
Para o professor
de Relações do Trabalho da Universidade de São
Paulo, José Pastore, a barreira entre deficientes e mercado
é a ausência de políticas públicas específicas
para essas pessoas.
"As políticas
existentes no país são anêmicas", disse
Pastore, durante palestra organizada no dia 10 deste mês pelo
Ano Internacional do Voluntário, a fim de discutir a participação
dos deficientes no mercado de trabalho.
Pastore defende
a existência de redes interligadas que ofereçam desde
reabilitação até serviços de qualificação
profissional. O ideal, porém, seria a existência de
ações públicas, comunitárias e privadas
voltadas a essa população, que chega a 16 milhões
de pessoas.
A mão-de-obra
dos voluntários, disse Pastore, poderia dar suporte às
instituições que compõem essas redes. A maioria
não tem funcionários em quantidade suficiente, e muitos
serviços acabam sendo interrompidos.
No país,
há política de cotas para deficientes físicos.
Empresas têm de reservar um percentual de contratações,
que varia segundo o número de empregados. O problema é
que o baixo nível educacional os deixa fora do mercado.
"Não
podemos garantir o sucesso de todos, mas temos que garantir que
todos tenham oportunidade", disse Pastore.
Mesmo empresas
que mantêm programas de contratações têm
dificuldades para encontrar deficientes qualificados em número
suficiente para cumprir a cota estabelecida pelo governo.
Antônio
Jacinto Matias, vice-presidente-executivo do Itaú, onde trabalham
122 portadores de deficiência, disse que a experiência
de empregá-los é bem sucedida. "O Brasil ainda
não sabe lidar com a diversidade. A influência deles
é muito positiva no ambiente de trabalho", afirmou.
(Folha de S.Paulo)
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