Nossos
cérebros vão, mas voltam
Mesmo com a
falta geral no mundo de mão de obra especializada, curiosamente
o Brasil não sofre com a fuga de cérebros, como Índia,
Colômbia e o continente africano. Na última década,
mais de 80% dos cientistas brasileiros que obtiveram títulos
de Philosophy Doctors (PhD) nos Estados Unidos retornaram ao País,
a maior proporção entre as nações que
regularmente mandam bolsistas para os maiores centros de pesquisa
do mundo.
A receita para
"segurar" os talentos no país é, segundo,
José Fernando Perez, diretor-científico da Fundação
de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp),
"oferecer projetos à altura do talento deles",
com bons programas e centros de pesquisa.
Recentemente,
o Ministério da Ciência e Tecnologia criou o programa
de fundos setoriais, que aumentará o orçamento do
órgão em R$ 700 milhões, dinheiro a ser destinado
a vários centros de pesquisa. A Fapesp tem o programa de
inovação tecnológica em pequenas empresas,
que oferece até R$ 350 mil a jovens empresários.
No Brasil, o
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) determinou, há dois anos, o cumprimento de uma regra
já existente de exigir do bolsista o ressarcimento do dinheiro
investido se ele permanecer no exterior.
Foi feito um
recadastramento e descobriu-se que menos de uma centena de pesquisadores
tinha desistido de voltar ao Brasil. Hoje, todos nesse perfil já
regularizaram a situação. A evasão de cérebros
verificada pelo órgão gira em torno de 2,5%, um número
considerado baixíssimo.
Um exemplo do
bolsista vai-e-volta está no Banco Central: um jovem economista
formado pela Pontíficia Universidade Católica do Rio.
Ele fez o doutorado em economia monetária e fiscal na Universidade
de Princeton, nos Estados Unidos, entre 1981 e 1985. Formado, atuou
como executivo dos bancos Garantia e Salomon Brothers e depois foi
trabalhar com o megainvestidor George Soros. Hoje, o ex-bolsista
do CNPq Armínio Fraga Neto ocupa a poltrona da presidência
do Banco Central do Brasil.
(O Estado de
S.Paulo)
Leia
mais:
- Nossos
melhores cérebros preferem o Brasil
- Na
volta, o trabalho com pesquisa de ponta
- Diáspora
Intelectual
- Pelos
talentos, Europa até facilita imigração
|
|
|
Subir
![](../../images/sobe.gif) |
|
|