Emprego
em SP é mais difícil, mas paga melhor
O racionamento
vai interromper a tendência de alta do número de empregos
com carteira assinada em São Paulo, segundo o secretário
municipal de Trabalho, Márcio Pochmann.
Dados do Ministério
do Trabalho indicam que há 30% mais empregos em 2001 do que
no ano passado, mas Pochmann avisa que haverá um corte de
78 mil vagas nos próximos meses, por causa da crise energética
e a retração de investimentos.
O secretário
aponta ainda que o mercado de trabalho paulistano, por oferecer
mais vagas no setor de serviços, tende a exigir mais qualificação
que o resto do país. Mas isso é compensado pelo fato
de pagar melhor: cerca de 56% das vagas criadas foram para pagar
de um três salários mínimos, enquanto no país
como um todo esse percentual chega a 70%.
(Gazeta
Mercantil)
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mais:
Prefeitura tenta distribuir renda para amenizar
crise
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Apagão
reverte aumento do emprego na capital
O emprego com
carteira assinada na capital está 30,2% maior, se forem comparados
os números dos sete primeiros meses deste ano ao mesmo período
do ano passado. Entre janeiro e julho, foram abertos 60,4 mil empregos
formais em 2001, e 46,4 mil em 2000. O resultado paulistano representou
6,7% dos postos gerados no Brasil em 2000. Mas neste ano a participação
é de 9,4%.
Os dados do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério
do Trabalho foram usados numa pesquisa da Secretaria Municipal do
Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade divulgada ontem.
O secretário
Márcio Pochmann, porém, acredita que esse aumento
não permanecerá nos próximos cinco meses por
causa da crise energética e a retração de investimentos.
O secretário calcula que o racionamento cortou 78 mil vagas
na cidade.
Para calcular
a perda nos empregos do segundo semestre, Pochmann levou em conta
o crescimento do PIB de 2% a 2,5%. O previsto antes da crise era
de 4% a 4,5%.
'Se a desaceleração
é ruim para o País como um todo, é pior para
os grandes centros porque não há mecanismos de proteção
social', diz Pochmann.
Na avaliação
do economista, os novos postos criados no primeiro semestre foram
de mão-de-obra especializada do setor de serviços,
o que mais empregou nos sete meses (44,9%). Em seguida vem o comércio
com 24,7%, a indústria com 16,2% e a construção
civil com 12,7%. 'São empregos mais sofisticados como os
das novas tecnologias, apoio de produção e design.'
Os dados relativos
aos novos empregos mostram que o mercado de trabalho na capital
é mais competitivo e exigente, mas paga melhor. A pesquisa
mostra que, no período, 55,8% das novas vagas criadas paulistanas
ganha de um a três salários mínimos. No Brasil
esse percentual é de 70,2%. Tanto em São Paulo como
no Brasil, a faixa etária que mais foi beneficiada pela expansão
do emprego no primeiro semestre tem é a de 21 a 39 anos.
O mercado formal,
também de acordo com o levantamento, empregou mais homens
em todos os setores: 62,3% na indústria, 58,7% no comércio,
56,8% em serviços.
(Gazeta Mercantil)
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Prefeitura
tenta distribuir renda para amenizar crise
O secretário
municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade, Marcio Pochmann,
disse ontem que há algumas medidas que a Prefeitura pode
adotar para minimizar os efeitos da crise, apesar de a capacidade
do município de gerar empregos ser pequena. A pasta tem um
orçamento de R$ 68 milhões. O objetivo da secretaria
é incentivar a criação de 100 mil postos de
trabalho, com os programas sociais. Mesmo em um cenário de
crise, no final do ano haveria um saldo de 22 mil vagas, segundo
o secretário - a diferença entre os 100 mil e os 78
mil postos que a Prefeitura acredita que serão perdidos por
conta da crise energética no segundo semestre.
Pochmann explica
que não serão criados 100 mil postos, mas a Prefeitura
atua quando oferece a bolsa a um jovem para ele estudar, que acaba
sendo obrigado a deixar o emprego para receber o benefício.
Nesse caso, abre a possibilidade de vaga para outra pessoa. O mesmo
pode ocorrer com o impacto de medidas como o Banco do Povo, que
ainda não está funcionando, mas que na prática
pode gerar empregos, porque oferece crédito a pequenos empreendedores.
Atualmente,
12.388 pessoas recebem os benefícios municipais. Até
setembro, a Prefeitura promete beneficiar 39.780. Os programas são
o Renda Mínima, que paga em média R$ 177 por família;
o Bolsa Trabalho, destinado a jovens, que recebem R$ 136; e o Começar
de Novo, para pessoas com mais de 40 anos, as quais recebem R$ 176.
O secretário,
no entanto, promete outras medidas até o fim do ano. 'Não
tem sido uma característica das prefeituras dar ênfase
no desenvolvimento local, mas é o que queremos fazer', diz.
'Nossa capacidade de gerar emprego é pequena, mas podemos
distribuir a renda. Por isso, que as nossas iniciativas são
nas regiões menos favorecidas.'
Pochmann promete
fazer até o fim do ano um programa que visa ao redesenho
da estrutura do município. Ele explica que dois terços
do espaço geográfico da cidade serve de 'dormitório'.
Oitenta e cinco porcento da produção (indústria
e serviço) está no terço restante. 'Perde-se
muito quando o trabalhador gasta de quatro a cinco horas da moradia
para o local de trabalho', diz o secretário. 'Temos que ter
uma ação para descentralizar a estrutura produtiva,
promover e atrair novos investimentos em diversos locais.' Pochmann
diz, no entanto, que para tomar tais medidas são necessárias
mudanças na legislação e na infra-estrutura.
Um dos exemplos é a lei de zoneamento.
Mudança
Outra constatação da secretaria foi a mudança
na estrutura ocupacional nas duas últimas décadas.
Enquanto houve uma redução de 13,1 pontos percentuais
no total de ocupação nas indústrias de 1987
para 2000, o setor de serviços aumentou 12,8 pontos percentuais.
Já o comércio, no mesmo período, teve um aumento
de 0,4 ponto porcentual da ocupação, de 15,2% para
15,6%.
A pesquisa da
Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade,
divulgada ontem, revelou também que em São Paulo,
no ano passado, 73% dos postos de trabalho eram formais e o restante,
27%, informais. Não há dados comparativos deste ano.
(Gazeta Mercantil)
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