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Mês de Abril 2002

 

Aposentadoria pública sustenta 25% dos lares brasileiros

Os especialistas em previdência privada costumam dizer que é possível a um aposentado manter o mesmo padrão de vida dos tempos da ativa com uma receita 60% menor. No entanto, pesquisa realizada Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que essa conta talvez precise ser refeita. O levantamento descobriu que, dos 47 milhões de famílias brasileiras, 12 milhões são mantidas com a renda da aposentadoria pública.

Ou seja, os mais velhos estão pagando as contas dos mais jovens - e não apenas as próprias despesas. Na comparação com um levantamento semelhante feito nos anos 80, registrou-se um crescimento de 30% no total de famílias nessa situação. Por trás dessa realidade está um conjunto de características do mercado de trabalho. Como as aposentadorias pagas pelo INSS são baixas (em média 305 reais), muitos idosos não podem parar de trabalhar. De acordo com a pesquisa, de cada dez pessoas acima dos 60 anos, seis sustentam a casa e três ainda trabalham.

Por outro lado, os mais jovens estão tentando arrumar emprego num mercado cada vez mais competitivo. Quando não conseguem, mostram os estudos, correm para a casa do papai - ou do vovô. Por isso, os idosos arcam com boa parte do orçamento e, às vezes, com sua totalidade. Em muitas cidades do Nordeste, o dinheiro dos velhinhos do INSS é mais do que apenas a fonte de recursos de sua família. Ele é o motor que faz funcionar a
economia local.

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- O vovô virou papai

 
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O vovô virou papai

Os especialistas em previdência privada costumam dizer que é possível a um aposentado manter o mesmo padrão de vida dos tempos da ativa com uma receita 60% menor. Isso porque muitas despesas ligadas ao exercício da profissão (como roupas e gasolina) e outras associadas à juventude (almoços e jantares no restaurante) acabam sendo deixadas de lado. Pois saiu um estudo mostrando que essa conta talvez precise ser refeita. O trabalho foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e levou em consideração o destino que os aposentados dão ao dinheiro que recebem.

O levantamento descobriu que, dos 47 milhões de famílias brasileiras, em 12 milhões são os idosos que mantêm a casa com a renda da aposentadoria. Ou seja, os mais velhos estão pagando as contas dos mais jovens - e não apenas as próprias despesas. Na comparação com um levantamento semelhante feito nos anos 80, registrou-se um crescimento de 30% no total de famílias nessa situação. "Os idosos que gostariam de ter reduzido seus gastos foram surpreendidos", afirma Ana Amélia Camarano, coordenadora da pesquisa e diretora de Estudos Sociais do Ipea. "Eles se viram diante do compromisso de sustentar até mesmo netos, em alguns casos."

Por trás dessa realidade está um conjunto de características do mercado de trabalho. Como as aposentadorias pagas pelo INSS são baixas (em média 305 reais), muitos idosos não podem parar de trabalhar. De acordo com a pesquisa, de cada dez pessoas acima dos 60 anos, seis sustentam a casa e três ainda trabalham. Por outro lado, os mais jovens estão tentando arrumar emprego num mercado cada vez mais competitivo. Quando não conseguem, mostram os estudos, correm para a casa do papai - ou do vovô.

Por isso, os idosos arcam com boa parte do orçamento e, às vezes, com sua totalidade. Em muitas cidades do Nordeste, o dinheiro dos velhinhos do INSS é mais do que apenas a fonte de recursos de sua família. Ele é o motor que faz funcionar a economia local.

Com a exceção dos países da África devastados pela Aids, as pessoas estão vivendo mais tanto nas nações pobres quanto nas ricas. Na Índia do início do século passado, morria-se pouco depois dos 20 anos, em média. Na virada deste século, já se vivia até os 60 - um ganho de 200%. No Japão, a população com mais de 65 anos equivale a um sexto do total de habitantes e será um quarto em dez anos. Não foi diferente no Brasil, onde a expectativa de vida é de 69 anos, quase 50% mais que na metade do século passado.

O sociólogo paulista José Pastore escreveu certa vez um artigo relatando a conversa que teve com amigos em torno das maiores conquistas do século XX. Entre as respostas, citaram-se o automóvel, o avião, a penicilina, a televisão, a internet. "Na minha vez de falar, disse que considerava o alongamento da vida humana a mais fantástica conquista", escreveu. A conquista é fantástica, sem dúvida. E os mais velhos estão agora aprendendo que ela tem um preço.

(Veja)

 
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