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Dúvida
11/12/2003
Empresários divergem de otimismo oficial

Em reunião ontem para avaliar o desempenho econômico da administração de Luiz Inácio Lula da Silva, empresários pesos-pesados do setor industrial contestaram a avaliação do governo de que já teve início a retomada do crescimento. Os sinais não teriam chegado ainda "ao chão da fábrica", disse Paulo Skaf, presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção).

Os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Guido Mantega (Planejamento) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, insistiram em que a economia já voltou a crescer. Segundo Mantega, a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) neste último trimestre alcançará 3% em termos anualizados.

Entre as medidas que poderão ser tomadas no futuro para estimular o crescimento, Palocci falou da proposta de reduzir os tributos cobrados das empresas sobre a folha de pagamento dos empregados. A medida aumentaria o número de trabalhadores com carteira assinada.

A cúpula da equipe econômica participou de debate com os membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Apesar de os empresários estarem otimistas com as perspectivas traçadas pelo governo, não concordam que o ritmo da atividade econômica já esteja mais forte.

"Achei boa [a apresentação do ministro Palocci]. Na teoria está certa, na prática a gente ainda não está sentindo isso [retomada do crescimento]. Na ponta do varejo, do consumo e de produção a gente não está ainda tão certo desse crescimento, mas estamos apostando junto", disse Benjamin Steinbruch, presidente da siderúrgica CSN.

Paulo Skaf comparou o comportamento dos empresários ao do motorista que, diante do mau tempo, pára o carro no acostamento. "Se o tempo melhorar, vamos ligar o motor, sinalizar e, só depois, voltar à estrada", disse.

As perspectivas apresentadas pelo governo foram bem mais modestas do que as taxas de crescimento defendidas pelo Conselho (entre 5% e 7% ao ano),

Em 2004, o crescimento não terá "ritmo alucinante", teria previsto Henrique Meirelles, segundo relato do secretário-executivo do conselho, ministro Tarso Genro. A expectativa oficial levada à reunião é que a economia cresça entre 3% e 4% no ano que vem.

Para Steinbruch, a meta do governo deveria ser "um pouco mais audaciosa".

Segundo ele, um crescimento inferior a uma faixa entre 4% e 5% não necessariamente vai reduzir o nível do desemprego e melhorar a renda do trabalhador. As empresas poderiam se basear no aumento da produtividade e da capacidade ociosa para crescer sem ter de contratar mais pessoal.

O conselheiro Luís Fernandes, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), estranhou a falta de medidas concretas no discurso da equipe econômica para estimular o financiamento público do desenvolvimento. "É extremamente preocupante que o governo mantenha o diagnóstico de que a crise decorre da desorganização das finanças públicas."




As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

   
 
 
 

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