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política
17/10/2003

Benedita se diz inocente e rejeita devolução

A ministra Benedita da Silva (Assistência Social) divulgou, ontem, nota oficial na qual diz que continua convicta de que não cometeu nenhuma irregularidade na viagem que fez no dia 24 de setembro à Argentina. A nota foi divulgada a propósito da recomendação da Comissão de Ética Pública para que ela devolvesse aos cofres públicos o dinheiro gasto nessa viagem, que teria sido motivada por um encontro religioso, conforme autorização publicada pelo "Diário Oficial" da União.

"Já encaminhei ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e demais interessados todas as provas e evidências de que cumpri uma agenda de trabalho em Buenos Aires. Estou confiante de que a verdade prevalecerá. Aguardarei o retorno do presidente ao país [hoje à noite] para me pronunciar a respeito da recomendação da comissão. Até lá, não farei nenhum outro comentário sobre esse assunto", afirmou a ministra na nota.

A nota foi divulgada pela assessoria de Benedita ontem à noite, depois de uma análise da recomendação feita pela Comissão de Ética. Na documentação enviada à Presidência da República - à qual a Comissão de Ética teve acesso -, Benedita faz relato do seu encontro com a ministra da Ação Social da Argentina, Alícia Kirchner. Uma foto do encontro foi anexada ao relatório.

A Comissão de Ética também pediu à ministra esclarecimento sobre o motivo pelo qual sua agenda de trabalho - que, segundo ela, foi o motivo principal da viagem - não consta da autorização publicada no "Diário Oficial". Benedita alega que houve erro administrativo. A comissão voltará a discutir o caso quando receber as explicações que pediu à ministra, para então se pronunciar.

O presidente do PT, José Genoino, voltou a defender ontem que a ministra devolva o dinheiro gasto na viagem à Argentina. Só de passagem, Benedita e uma assessora gastaram cerca de R$ 4.500; a diária no exterior é de US$ 300. "Essa controvérsia não é boa. A ministra deveria resolver logo essa questão e devolver o dinheiro. Confio muito nela pela sua trajetória", afirmou Genoino. Ele ressaltou, no entanto, que o caso não é de corrupção, e sim "uma relação entre o público e o privado".

Na viagem, Benedita também participou de uma reunião, marcada de última hora, com a ministra Alícia Kirchner. O encontro, que durou uma hora, foi agendado no dia anterior, procedimento que não é comum quando se trata de agenda de ministros.
"Para a história do PT e da Benedita, é melhor que devolva o dinheiro. Ela não pode ficar nessa controvérsia por muito tempo", disse. Questionado se ela pode ser punida pelo partido se não devolver o dinheiro, Genoino respondeu: "Não vou falar do "se" porque quero que o "se" não aconteça".

A Comissão de Ética Pública analisa se, com a viagem, a ministra infringiu o Código de Conduta da Alta Administração Federal. O Ministério Público Federal abriu um procedimento administrativo para investigar se Benedita usou recursos públicos em benefício próprio, o que seria um ato de improbidade administrativa.

Essa não é a primeira controvérsia envolvendo a ministra no atual governo. No final de agosto, a ministra instalou um grupo de trabalho com 19 representantes de igrejas evangélicas e quatro técnicos do ministério, que serviria de interlocutor entre sua pasta e as igrejas na realização de projetos sociais. Na época, Benedita, que é evangélica, negou que estivesse favorecendo a igreja nos projetos.



As informações são da Folha de S. Paulo, sucursal de Brasília

   
 
 
 

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