HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
alívio
17/10/2003

Acaba greve do Banco do Brasil em 17 Estados

Os funcionários do Banco do Brasil de 16 Estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Alagoas, Piauí, Pará, Sergipe, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará - aprovaram ontem a nova proposta salarial da instituição e decidiram encerrar a greve que durou três dias e afetou agências de 19 capitais do país.

Na Paraíba, os funcionários rejeitaram a proposta, mas suspenderam a greve. O atendimento deve voltar ao normal a partir de hoje nesses locais. Já em Brasília e no Maranhão, os empregados do BB decidiram manter a greve.

Na Caixa Econômica Federal, a paralisação teve adesão de funcionários de mais oito localidades e atingiu ontem 17 Estados, informa a Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT). A tendência é a continuidade da greve, uma vez que não há negociação prevista com a direção da Caixa.

Em São Paulo, a decisão de voltar ao trabalho nas agências do Banco do Brasil foi aprovada por cerca de dois terços dos 2.100 funcionários que participaram da assembléia ontem à noite. No interior do Estado, o fim da greve foi aprovado em Campinas, Rio Claro, Jundiaí, Presidente Prudente e São Carlos.

A nova proposta do Banco do Brasil prevê reajuste salarial de 12,6% a todos os funcionários - mesma correção aprovada pelos bancários do setor privado. Na oferta anterior, o BB propunha reajuste escalonado entre 6,14% e promoções salariais para parte dos funcionários. Segundo o banco, 75% dos empregados receberiam 12,6%.

"Havia 40 anos o Banco do Brasil não negociava com seriedade e recorria à Justiça do Trabalho para conceder o reajuste. Essa proposta também põe fim à prática de pagar reajustes escalonados que ocorria há pelo menos 20 anos", disse o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, João Vaccari.

Na proposta aprovada, o banco também aumentou de R$ 150 para R$ 200 o valor da cesta alimentação. O abono (R$ 1.500) e a participação nos lucros (40% do salário mais R$ 325 fixos) foram mantidos como na proposta anterior.

Segundo os bancários, a instituição propôs ainda acabar com o banco de horas. Nas agências com até dez funcionários, o BB vai pagar as horas extras em dinheiro. Nas com mais de dez empregados, o banco paga metade das horas extras trabalhadas e converte a outra metade em folgas.

A Folha apurou que a decisão de manter a greve em Brasília foi motivada por um racha na direção do sindicato. O novo comando da entidade será eleito no próximo ano, e a oposição à atual diretoria conseguiu adesão para rejeitar a nova proposta.

Intervenção
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, intervieram ontem para tentar acabar logo com a greve dos funcionários do BB e da Caixa. O governo orientou os dois bancos oficiais a melhorar a contraposta à reivindicação dos trabalhadores.

Dirceu convocou uma reunião de emergência às 13h de ontem com outros ministros e quatro parlamentares petistas com trânsito no sindicalismo bancário. A Folha apurou que foi uma avaliação consensual o temor de um efeito dominó no funcionalismo caso não fosse dada solução imediata à greve.

Também preocupou o governo o fato de os dois bancos oficiais serem peças fundamentais do pagamento de benefícios sociais -até o final do mês o governo lança o Bolsa-Família, programa de unificação de benefícios.

Caixa
Sem nova negociação agendada com a direção da Caixa, os empregados da instituição vão manter a paralisação nas agências. Estão parados 35 mil dos 56 mil funcionários do país, avalia a CNB.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo informou que 50 das 180 agências na capital, Osasco e região permaneceram fechadas. Uma passeata na região central de São Paulo reuniu cerca de mil funcionários - eles saíram do Complexo São João, onde existem nove agências, em caminhada até a sede do Ministério da Fazenda, na avenida Prestes Maia.
De acordo com a assessoria da Caixa, a greve afetou ontem 9,3% das 2.000 agências no país. O funcionamento foi parcial em 37,9% dos pontos de atendimento e normal em 52,8% das agências.

A Caixa ofereceu reajuste nos salários de 12,6% -correção de 5% em parte dos complementos salariais, como o piso de mercado (espécie de comissão)-, abono de R$ 1.500 e participação nos lucros de 80% do salário e R$ 650 fixos. A cesta alimentação proposta é de R$ 80 -e não R$ 200, como querem os empregados.


CLAUDIA ROLLI
KENNEDY ALENCAR
Da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

NOTÍCIAS ANTERIORES
17/10/2003 Bancada do Nordeste reage e ameaça empréstimo a SP
17/10/2003 Benedita se diz inocente e rejeita devolução
17/10/2003 Ministro diz que Fome Zero é saúde preventiva
17/10/2003 Armazenar chuva é saída para poupar água
17/10/2003 Horário de verão começa à 0h de domingo
17/10/2003 Portador de deficiência tem menor renda e escolaridade, diz pesquisa
16/10/2003 Professor estuda mais, mas salário é baixo
16/10/2003 Emprego formal cresce em 2002, mas renda cai
16/10/2003 Dinheiro do seguro-desemprego está no fim