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retomada
18/02/2005
Vendas no comércio crescem pela primeira vez desde 2001

As vendas do comércio varejista cresceram em 2004 pela primeira vez desde 2001, ano em que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) começou a pesquisar o setor. Em volume, a expansão chegou a 9,25% em comparação com o ano anterior. Em 2003, houve queda de 3,67%.

Crédito farto e com prazos mais longos, aumento da confiança do consumidor e, mais recentemente, recuperação do mercado de trabalho foram os fatores que impulsionaram o varejo em 2004, dizem IBGE e especialistas.
Com maior número de prestações e juros mais baixos do que em 2003, o ramo de móveis e eletrodomésticos liderou o crescimento do comércio. A alta ficou em 26,37% no ano.

As vendas de super e hipermercados tiveram um desempenho bem mais modesto (7,22%), mas avançaram ao final do ano, sob impacto da recuperação do rendimento nos últimos meses de 2004 e do aumento do emprego.

Em dezembro, subiram 12,36% ante igual mês de 2003. A taxa supera o crescimento médio do comércio -de 11,43%, na 13ª alta consecutiva nas vendas.

"O setor de supermercados teve um movimento diferenciado. Começou a crescer com mais força no final do ano, quando a renda iniciou sua recuperação. Já os móveis e eletrodomésticos reagiram no final de 2003 e mantiveram a tendência por todo o ano de 2004 em razão do crédito", afirmou Nilo Lopes de Macedo, economista do Departamento de Comércio e Serviços do IBGE.

Em dezembro, o ramo de móveis e eletrodomésticos subiu 23,46%. A ampliação do crédito também beneficiou o setor de veículos, motos e peças, cujas taxas de expansão foram de 18,7% em dezembro e 17,8% no acumulado de 2004. O setor não integra a taxa média do comércio, pois inclui o atacado.

Para Carlos Thadeu de Freitas, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), o crédito foi determinante para o bom resultado do setor. Nem mesmo as seguidas altas da Selic desde setembro de 2004, diz, afetaram o crediário, já que os "juros longos" (cuja referência são contratos de seis meses a um ano, negociados na BM&F) não subiram na mesma proporção da taxa básica.

"O juro do comércio subiu pouco. E o mais importante é que essa alta foi compensada pelo aumento no número de prestações. O consumidor quer saber só se a parcela cabe no seu orçamento", afirmou Freitas.

Com base ainda na expansão do crédito e numa reação mais firme do mercado de trabalho, a CNC espera, em 2005, mais um ano de crescimento: projeta uma elevação de 4% nas vendas do varejo.

"Haverá uma desaceleração natural, mas será ainda um bom ano, pois o sistema financeiro está bastante líquido [há muito dinheiro a emprestar], mais competitivo e a renda vai continuar a crescer."

Pelos dados do IBGE, o rendimento médio caiu 0,8% em 2004 em comparação com 2003, mas registrou avanço de 1,9% em dezembro ante o mesmo mês de 2003.
Tanto Freitas como Lopes de Macedo destacam mais dois fatores que impulsionaram o comércio em 2004: redução da inadimplência e maior confiança do consumidor.

"Com mais gente empregada e a perspectiva de crescimento econômico, as pessoas se sentiram mais seguras para pegar um financiamento", afirmou Lopes de Macedo.
Mas nem esses efeitos positivos, beneficiaram combustíveis e vestuário, cujas vendas cresceram em dezembro 3,36% e 4,89%, respectivamente. Em ambos os casos, o desempenho ficou abaixo da média do comércio. Em combustíveis, os preços mais elevados prejudicaram as vendas.

PEDRO SOARES
da Folha de S. Paulo, sucursal do Rio de Janeiro

   
 
 
 

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