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Pior do que assassinato

“É absurdo que se veja a questão de poluição do ar apenas como excesso de veículos sem se referir à causa principal que é a imensa especulação imobiliária feita com a conivência dos prefeitos e do vereadores. O adensamento urbano em São Paulo tem sido absurdo. Mansões se transformam em "condomínio de casas ", prédios são construídos onde não há sistema viário adequado e com gabaritos sem restrições de altura. Enquanto isso a sociedade e a imprensa se omitem. Depois vão reclamar porque?”
José F. Souza, arquiteto e urbanista - frnc2@hotmail.com




“A questão não é tão simples - embora a culpa das autoridades seja ainda maior do que você afirma. É claro que a poluição é proporcional ao número de veículos - mas cuidado com as conclusões. O maior problema é tecnológico. Munique e Amsterdã são mais ou menos do mesmo tamanho que Belo Horizonte e apresentam poluição muito menor. Lisboa tem o mesmo tamanho de Curitiba, possui quase o dobro de carros (não há mais onde estacionar) porém a poluição é muitas vezes menor.

O maior culpado é a verdadeira fábrica de ácido sulfúrico ambulante que é o nosso diesel, que move tudo que é produzido no Brasil. A Petrobras produz um diesel criminoso, com 2000 ppm enquanto na Europa é 50 ppm. E não adianta culpar as montadoras, pois os gaseificadores de um moderno motor diesel acabariam transformando o excesso de enxofre em ácido sulfúrico.

Trânsito é um problema infernal em São Paulo, mas o maior culpado pela poluição sufocante é o péssimo diesel. E a Petrobras não tem a menor intenção de baixar as taxas de enxofre. Em tempo: há 110 anos atrás, Nova York tinha quase um milhão e meio de cavalos. Quando o vento revirava as ruas...”
José Luiz Kugler - jose.kugler@ctis.com.br




“Sabe que eu “tinha” uma enorme admiração pelo Senhor e seu trabalho. Mas ela está derretendo aos poucos ou cada vez que escuto o senhor na CBN. Não sei qual sua ligação com os atuais partidos nos poderes Estaduais e Municipais, mais pouco importa o que me incomoda é a defesa destes partidos que está aí há 16 anos, e pouco ou quase nada fez de importante para mim como cidadão. A não ser dificultar cada vez mais minha vida profissional. Mas voltemos ao que interessa. Por várias vezes eu escuto o senhor falando de transporte. Pergunto-lhe o Senhor já tomou um ônibus às 7 horas da manhã? Não precisa ser na periferia não, senão eu recomendo antes de falar coisas que tem dito no seu espaço de mídia. Eu nunca ouvi dizer/cobrar com ênfase o atual Governador ou atual Prefeito de que precisa investir muito dinheiro em transporte público ou de massa. Se o senhor pegasse ônibus às 7 da manhã “talvez” soubesse do que eu estou falando. Digo isso porque só vejo sair em defesa dos mesmos, dizendo que há necessidade de tomar medidas tais como: Fazer mais rodízio de automóveis, cobrarem pedágios de automóveis etc. Tenho a sensação de mais uma forma arrecadatória do que solução do problema. As pessoas estão procurando algum conforto para suas vidas, comprando cada vez mais carros. Por isso o excesso de veículos. Agora dê um transporte de qualidade/confortável para ver como o povo deixa os carros em casa, sabemos e temos consciência desta situação. Afinal e melhor estar muito tempo parado confortavelmente sentado no carro desfrutando de uma boa música no rádio ou CD, do que sendo “encoxado” no ônibus por longas horas. Tenho ouvido muito sobre investimento dado ao Estado pelo Município para ajudar na obra do Metro. Mas sei isso é mais um argumento político que aparecerá nas próximas eleições. Sei também que o senhor vai novamente sair em defesa da atual gestão que estão fazendo isso e aquilo, sei também que vai dizer que o governo Federal não ajuda etc. Penso que se você, com seu espaço na mídia, coisa que eu não tenho, poderia como cidadão paulista cobrar de todas as esferas um investimento pesado no transporte de massa (Metro), pois é pouco os quilômetros de Metrô para uma das maiores metrópoles do planeta. Mas sem demagogia.”
Edson Peres - edsonperez@uol.com.br


“É com pesar que escrevo este email. Depois de uma longa jornada, chego em casa com os olhos cheios d'água. Moro nas proximidades da avenida Paulista, muito próximo ao prédio da Gazeta. Optei por morar em um apartamento de 24m² e pagar uma fortuna de condomínio e Iptu para ter a comodidade de morar no centro. Tenho um carro, mas sempre que possível ele permanece na garagem. Além de não gostar mesmo de dirigir, penso na poluição emitida pelos veículos e no trânsito da cidade - sem demagogia, eu não gosto de me sentir co-responsável por esses problemas.

Porém, hoje foi o último dia de descanso do meu pobre automóvel... Sou professora de Francês e trabalho em diversos endereços, sobretudo na região da Consolação e Faria Lima. Como muitas vezes a aula dura apenas 60 minutos, escolhia ir trabalhar de ônibus pois, além dos fatores acima mencionados, eu podia aproveitar a vantagem dos "4 ônibus em 2 horas" do bilhete único. Aliás, cabe dizer que esta é uma das razões que não uso tanto o metrô... Além de mais econômico, o ponto de ônibus é realmente mais perto, o que deve ser considerado quando se anda com uma bolsa cheia de livros e uma sacola de viagem com um aparelho de som dentro. Sim, com todo este peso e sapatos nem sempre confortáveis, ainda escolhia sair de ônibus...

Mas hoje cheguei ao meu limite! Já há semanas eu vinha percebendo que o trajeto ficava cada vez mais longo... Hoje, às 11h, o coletivo gastou 50 minutos para percorrer do prédio da Gazeta até o ponto da rua Augusta, ali em frente a Fasp. Ou seja, pouco mais de um quilômetro. E nem era aquilo que se convém chamar de "horário de pico". Algumas horas depois, peguei outro ônibus na Vila Mariana: entre a estação Paraíso (viaduto Sta Generosa) e o hospital Sta Catarina, o percurso levou 40 minutos!

Esta situação é inadmissível! É certo que há a reforma das calçadas, mas não creio que isso justifique tamanha demora (especialmente porque o outro lado da avenida corre quase que normalmente). Pensou-se e gastou-se tanto para esta reforma, será que não se pensou em construir um corredor de ônibus na avenida? Evidente que não embelezaria o cartão postal da cidade, mas será que só a beleza é válida? Será que as autoridades não são capazes de encontrar pelo menos uma situação paliativa para o caos na avenida?

Lamento dizer, mas decididamente deixarei de pensar no coletivo. Tentar diminuir os índices de poluição e congestionamento? De que me adianta isso se corro o risco de ter um infarte de tão nervosa que fico dentro de um ônibus? Não, não dá mais. Minha única atitude daqui para frente, porém, vai ser apenas o voto. De resto, cansei. Mas eu juro que tentei.”

Heloisa Lopes - heloisalopes@uol.com.br

“Os números dados pelo laboratório de poluição são alarmantes, 12 pessoas falecem todos os dias na cidade de São Paulo. E duzentas pessoas adoecem das mais diversas doenças,sobretudo, as pulmonares. Pior que esses números é a inépcia das autoridades de não imaginarem também, as despesas que causam aos cofres do Estado.

Será que as referidas autoridades não fazem um termo de comparação entre o que o Estado gasta e os investimentos em meios de transportes rápidos, trem bala, por exemplo, metrôs, claro com isso conseguem tirar carros, emissores de gás carbônico e outras substâncias tóxicas ao seres humanos. O Brasil urge por transportes de massa e menos poluidores.

As grandes cidades do país sofrem deste mal e no prisma de eles verem o caminho mais racional é deixar tudo como está. Mesmo, que seja, a longo prazo,vale a pena. A cidade de são Paulo já ultrapassou a casa dos 6 milhões de automóveis e a todo instante a cidade incha deles e os nossos pulmões são os filtros dessas nocivas substâncias.

Essa calamidade remonta do saudoso presidente JK, cujo apoio da montadora Volks no Brasil. As poucas ferrovias, iniciadas quando uma nesga de ingleses estiveram em SP, foram substituídas por rodovias. Reitero, pior, são as autoridades esperarem o pior acontecer. Infelizmente, ‘o brasileiro tem por hábito fechar as portas depois que é roubado’.”
Luiz Carlos Pontes - ponteslc@yahoo.com.br

“Permita-me discordar de que o aumento da poluição é conseqüência (apenas) do aumento da quantidade de veículos circulando. Um carro novo polui até 50 vezes menos que um carro com 30 anos de uso e o risco deste automóvel quebrar é muito menor. Se a cada dia são licenciados 800 novos veículos, quantos estão deixando de circular? Certamente não serão os mesmos 800, mas se forem 100 com mais de trinta anos de uso, estamos reunindo condições para ter uma frota mesmo poluente.

Em minha opinião, o maior problema é que faltam vias para dar vazão a este fluxo. O maior cúmulo é o próprio Rodoanel, onde perdemos um tempo precioso na discussão do impacto que teria sobre uma comunidade indígena, ou o impacto ambiental da construção do mesmo e ninguém se apercebeu do impacto ambiental gerado pela falta dele. Imagine as marginais e o corredor da Av. Bandeirantes sem os caminhões que são obrigados a cruzar São Paulo todos os dias. A velocidade média aumentaria e consequentemente a poluição diminuiria.

O transporte público de melhor qualidade também é importante. Mas para que as pessoas sejam convencidas a utilizá-lo, deve haver alguma vantagem sobre o automóvel. Neste contexto, acredito que apenas o Metrô reuniria condições de oferecer um transporte de qualidade mais rápido que o automóvel. No entanto, a implantação de novos trechos é demorada e até que isto ocorre teremos que conviver com mais engarrafamentos.”
Cláudio Furlan - Claudio.Furlan@am.umicore.com




”O enorme adensamento urbano em São Paulo, causado pela especulação imobiliária com a conivência, e até incentivo, de diversas administrações municipais e suas câmaras, tem transformado o trânsito em São Paulo num verdadeiro inferno.

Cínica ou ignorantemente denominado como 'excesso de veículos' os administradores mal conseguem disfarçar sua incompetência no trato do fluxo de veículos, ainda mais porque para isso, seriam necessárias profundas intervenções urbanísticas através de profissionais qualificados. O que não vemos na área executiva, na de trânsito e de planejamento urbano.

Isso tudo com um sistema publico de transportes (ônibus) ignorado em detrimento
de grandes, onerosas e longas obras que favoreçam empreiteiras, como o metrô,
não se reforma o imutável sistema viário nem se introduz novos corredores de ônibus com equipamento de qualidade. A contínua omissão da sociedade nesse assunto em muito contribuirá para a piora da qualidade de vida, e no aumento da violência nessa cidade no futuro.”
José F. souza Jr, arquiteto e urbanista - frnc2@hotmail.com



“Discordo que as pessoas venham a considerar as coisas como você coloca. Basta lembrar de um prefeito que declarou ser congestionamento "sinônimo de progresso" e que saiu do cargo com altos índices de aprovação, tanto que elegeu seu sucessor. Sabe, em 1985, quando eu tinha menos de 3 anos de SP, ouvia muito que "São Paulo não pode parar", e dizia que São Paulo tinha que parar para pensar no que pretendia ser no futuro. Sabe o que eu ouvia? "Isso é ciúme de carioca...". Veja agora no que deu "meu ciúme". E digo mais, o Rio de Janeiro vai pelo mesmo caminho, bem como todas as cidades brasileiras, pois não é de nossa cultura pensar nessas coisas.”
Ricardo Araújo - rca@normar.com.br



“Lendo atentamente suas linhas no "Pior do que assassinato", percebemos uma triste realidade: Nós, o povo, somos incompetentes para formar e escolher nossos políticos, administradores e funcionários públicos. Nós, o povo, somos omissos na cobrança de resultados pelo exercício do poder que outorgamos a eles. Nós, o povo, somos ineptos na apuração dos responsáveis pela incúria no uso do erário. Nós, o povo, nos esquecemos de que o poder real - o do "dono" - e nosso, e que o poder somos nos. Nós, o povo, no conforto de uma natureza amena e complacente (pelo menos ate agora...), nos acomodamos. Nó, o povo, provavelmente pela influencia histórica da origem étnica e da monarquia e, atualmente, da religião, entregamos nosso destino a algum ser superior (o tal "se Deus quiser"). E com isso nos, o povo, atribuímos a causa de nossas mazelas ao governo. E nos esquecemos de que "cada povo tem o governo que merece". ara melhorar isso ai, façamos nossa parte com responsabilidade, seriedade e rigor, sem tergiversar.”
Caio Marcio Rodrigues, engenheiro - caiomarcio@caiomarcio.eng.br


“Sabe-se disso e a prefeitura sequer segue o código de trânsito ou a legislação ambiental, com relação aos veículos e as indústrias. Qualquer discussão desse tipo é chover no molhado. A pressão deve ser sobre os órgãos públicos que estão calados, sabe-se lá por quais motivos.”
Ubiratã Caldeira - ucaldeira@uol.com.br

 
 
 

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