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Igor, 27, relata suas viagens pelas raves

“Eu sou DJ já organizei raves e também já fiz uso de drogas (não as uso há cerca de dois anos) e mesmo assim continuo a tocar e a me apresentar em raves e adoro freqüentá-las.

O exemplo do rapaz citado não pode servir para demonizar as raves, é perfeitamente possível freqüentá-las sem se auto destruir. Algumas pessoas tem essa tendência auto destrutiva, mas não são todas que vão chegar ao fundo do poço, só peço responsabilidade na hora de noticiar fatos ligados a raves.”
Pedro Volpe Neto, o DJ Volp - rh@volpe.com.br

***

“Ao ler este texto do Igor Nunes Marin sobre suas "viagens" em raves e particularmente sobre o que ele fala sobre os jovens de classe média "traficantes" que não se acham traficantes, me lembrei de algo que aconteceu comigo aqui em Londres.

Um amigo do meu marido passou uns dias em Londres. Ao visitar o bairro de Camden Town, famoso por ser "alternativo", ele ficou abismado com a possibilidade de se comprar "poppers" em barraquinhas na rua.

Os "poppers" são originalmente odorizadores de ambiente, assim como o lança-perfume. Sua comercialização e uso são proibidos no Brasil, mas não na Inglaterra. As pessoas usam esses poppers em raves aqui e no Brasil do mesmo jeito que o lança-perfume.

Nosso amigo ficou super empolgado com a idéia de comprar "poppers" por um preço baixo para vendê-los nas raves, que ele agora freqüentar ai em São Paulo, por um preço muito maior e, com isso, faturar um dinheirinho extra... Ele é como o Igor se auto descreveu: jovem de classe média, freqüentador de academia, mora com os pais, aparentemente "é de família", trabalha, é formado, e em tese não precisaria deste dinheiro extra…

Ao me contar todo empolgado sobre seu "mirabuloso" plano, eu disse: “você não pode levar isso para o Brasil, isso é ilegal no nosso país". E ele me respondeu "ah, não pega nada, eu levo bem escondido na bagagem".

Não ocorria na cabeça dele que essa atitude, na verdade, resultaria em trafico de drogas! Eu, nada podendo fazer, só pedi para que ele não arrumasse confusão. Ainda bem que aquele era seu último dia em Londres, pois no dia seguinte ele estava embarcando de volta para São Paulo e não deu tempo dele voltar a Camden Town.

Eu tenho 29 anos, sou casada e sem filhos. Muitos de nossos amigos pertencem à classe media paulistana, de onde também viemos meu marido e eu. Eu fico impressionada e triste ao ver diante de meus olhos a maneira como muitos dos jovens da minha geração estão perdendo totalmente "as estribeiras", ultrapassando os limites a todo o momento, mas sem ter idéia real do que isso significa. É como se fossem adolescentes tardios, que não enxergam as conseqüências de seus atos. E é essa geração que deveria estar se preparando para assumir os postos de governantes, empresários, e lideranças de nosso país. Enquanto isso, as velhas lideranças mofam em suas cadeiras sem ter ninguém que os substitua.”
Soraya Leite - soraya.leite@skanska.co.uk

 
 
 

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