HOME | NOTÍCIAS  | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 


PARTICIPE
Envie sua opinião

LEIA A REPERCUSSÃO DA coluna

Como ganhar diploma de otário

“Trabalho em um curso tecnológico de química em Pato Branco, na instituição UTFPR, que antes era o CEFET-PR, e virou a primeira e única universidade tecnológica do Brasil, já que pelo andar das carruagens o governo não vai querer outras O problema que vejo é seguinte: o governo FHC, através de recursos do BID quis implantar os curso de tecnologia, só que ele não avisou a sociedade brasileira que estava formando este tipo de profissional. Aí está um problema: como este profissional vai estar junto aos conselhos?

Aqui mesmo tem um problema com os formados na área de construção civil, química e outras, onde os conselhos não os querem, e fazem de tudo para evitar este tipo profissional. Além disso, o tecnólogo formado é muito específico e não pode trabalhar em áreas dentro do seu conhecimento.

Como exemplo vou te passar o do curso de química. O profissional formado tem no diploma o seguinte título: Tecnólogo em Química, Modalidade Agroindústria. Pelo entender do conselho, ele só poderia assinar se estivesse trabalhando em uma agroindústria. Na região existem diversos tipos de industrias, o que leva aos jovens a pensarem da seguinte forma: "de que me adianta um curso se eu não posso assinar pelas diversas indústrias que existem aqui". Esse é um dos problemas.

Um outro problema que vejo é que a cada 6 meses os jovens estão menos preparados, com menos "base fundamental" do que deveria. E isso ocorre de forma geral, tanto para alunos do ensino público como privado. E isso não é opinião somente minha e da maioria dos professores. A formação básica em química, física e matemática vem caindo assustadoramente. Interpretar um texto está sendo um dificuldade muito séria. Eu realmente gostaria de saber o que os especialistas em educação têm feito, pois a realidade que vejo aqui é outra. E isso não está ocorrendo somente no interior, mas também nas grandes capitais.

Eu concordo com você que direcionar os jovens para outras formação seria ótimo. Mas isso também poderia ser conseguido com simples testes vocacionais em determinadas etapas do seu conhecimento a fim de determinar o potencial deles. Acho que assim teríamos dados para tentar algo melhor. Só que o governo tem que olhar com carinho para isso, caso contrário, o quadro ira continuar e tendendo a piorar.”
Edilson Ferreira – edilsonsfx@gmail.com

“Como professor de instituição comunitária e doutorando em Administração, tenho tido contato com a evolução do ensino superior em meu país. Gostei e concordo em parte com seu texto sobre o diploma de otário, mas julgo que o problema é mais amplo.

A ampliação das vagas no ensino superior federal está sendo feita às custas de empreguismo e aumento descomunal das vagas de emprego nas federais. Por exemplo, em vez de crescer aumentando as vagas nas instituições existentes, estão sendo criadas universidades federais novas (ABC, por exemplo) com grande número de cargos nomeados pelo governo federal e replicando estruturas administrativas pesadas e imensas. Ora, todos sabemos que as verbas para a educação superior são poucas e limitadas. Portanto, prevejo, mesmo sem bola de cristal, o colapso desse sistema logo após as eleições.

Outra questão: pode ser sério um governo que teve três presidentes do Inep em menos de quatro anos? E mais, cada presidente quer mostrar serviço e recomeça ignorando parte do trabalho do antecessor? Resultado:desde 2005 não há cadastro e fiscalização de cursos de especialização. Cada escola faz o que quer e como quer. Nesse caso são "certificados" de otários que alguns recebem.

Outra questão: o crescimento das faculdades particulares que se expandem apenas olhando lucro, com qualidade de ensino muito ruim. Conheço escolas que têm avaliação ruim nos exames nacionais há anos e nada acontece. Pior, fazem propaganda, gastando fábulas, usando artistas e afirmando que possuem qualidade. Esses pobres alunos dessas instituições sim terão diploma de otários.

Por fim, as instituições sérias e que têm objetivo de gerar conhecimento e contribuir com a sociedade com cursos de mestrado e doutorado, normalmente deficitários, essas devem ter corpo docente qualificado, e portanto mais caro, e não conseguirão competir com as "Uni-duni-te ", fábricas de diplomas e de indivíduos preparados apenas para o desemprego.

Em minha região, um professor doutor de uma escola com programas de mestrado ganha cerca de $60,00 a hora. Numa concorrente próxima, são contratados recém graduados ou especialistas com ganhos próximos de $20,00. Sindicatos e governo não se manifestam. Não é difícil prever que as instituições sérias e que prezam pela qualidade irão desaparecer.”
Plinio Bernardi Junior – pliniobjr@gmail.com

“O diploma de um curso superior nunca é um diploma de otário. Tenho certeza de que você está completamente enganado. Um curso superior ainda é um privilégio de poucos no Brasil e o incentivo à este intento sempre será louvável. Este diploma poderá ser mal aproveitado profissionalmente, mas isto é uma questão estritamente pessoal, pois alguns jovens podem ser pouco criativos na adequação dele no mercado. Por outro lado, o incentivo do governo na formação superior não é só para o bacharelado, mas também para os cursos tecnológicos, geralmente concluídos em dois anos. E estes estão entre os que você mesmo menciona, através do aviso do mercado, como deficiente de profissionais disponíveis. Isto não quer dizer que não tenho críticas quanto ao programa de incentivo do governo. Tenho críticas e tenho elogios. Os meus elogios estão mais centrados no financiamento do programa e no acesso dos alunos aos cursos. Já as críticas estão mais relacionadas com o controle de qualidade dos cursos e dos profissionais por ele formados.

Assim, eu lhe aconselho: se você puder elaborar pesquisas e escrever artigos visando aos elogios e às críticas as quais mencionei (e se precisar eu poderei audá-lo), acho que estará prestando um excelente serviço à educação brasileira e ao futuro das nossas novas gerações. Mas se permanecer preso a críticas infundadas, isto sim, representará um desserviço à sociedade brasileira, especialmente aos jovens e à educação.”
Antonio Alberto Pereira de Santana Santana - aasantana_2001@hotmail.com


“Venho acompanhando sua coluna há algumas semanas e gostaria de dizer que essa última resume bem o meu pensamento a respeito do ensino superior no Brasil. Sou de Cuiabá-MT e por aqui a Secretaria de Estado, Trabalho, Emprego e Cidadania de Mato Grosso criou o Sistema Nacional de Emprego - SINE. Recebo quase todos os dias um e-mail do SINE com a lista de vagas para emprego disponíveis na capital. Apesar de eu já possuir um emprego, sempre dou uma lida na lista para ver se há algo que interesse aos meus amigos e parentes desempregados. Nunca encontro nada! E olha que a maioria das pessoas q eu conheço tem curso superior! O mercado não quer saber desse monte de gente graduada e cheia de conhecimentos teóricos... vejo que o mercado está precisando é de gente que põe a mão na massa, com qualificação técnica.

É triste... A gente se ilude achando q passar no vestibular é uma das coisas mais importantes na vida... Pode até ser para alguns, mas ultimamente não tem feito tanta diferença pra maioria. Sinto que eu própria e um monte de gente que me cerca ganhou diploma de otário. Mas o que mais me incomoda é ver reportagens na TV falando sobre a necessidade das pessoas de se qualificarem. O tom das matérias sempre faz a gente se sentir estúpido. É como se estivessem justificando o problema do desemprego ao dizer que existem várias vagas disponíveis por aí que só não são preenchidas porque as pessoas são preguiçosas demais pra se qualificarem. Até parece que as coisas são simples assim! Gostei do seu texto justamente por tratar do tema sob outra ótica, sem fazer o cidadão parecer culpado. Temos nossa parcela de responsabilidade, mas não cabe só a nós ficar correndo igual doidos atrás de cursos e tentando adivinhar as necessidades do mercado. É dever do Estado oferecer aos cidadãos o acesso a cursos técnicos e tecnólogos de qualidade.”
Talita Figueiredo - talitacbf@gmail.com



“Creio que você está enganado. Busque emprego nas áreas técnicas e veja como os salários são baixos.

Sou engenheiro mecânico e tive grande dificuldade de conseguir um emprego, os salários são baixos e as rotinas são insalubres. Saí da Unicamp em 2000 e tentei de tudo para trabalhar em pólos de indústrias. As profissões tecnológicas estão vulgarizadas, e são os menores salários do serviço público: técnico com 2o. grau. Veja os editais.

As empresas não entendem nada de tecnologia, mesmo uma embraer da vida confia sua contratação a jogos de criança feitos por psicólogas. Tendo trabalhado ali por 2 anos pude ver que estava apenas perdendo tempo e empatando o salário com contas da casa e aluguel. Realizando um trabalho burocrático voltado aos conceitos de direito internacional.

Hoje ganho o mesmo salário para ser tecnologista do CTA. Disse tecnologista e não engenheiro. Mesmo assim é a carreira aonde pude aprender e manter os meus conhecimentos nas ciências exatas.

' Ou precisamos de técnicos em informática, logística ou exploração mineral? '
Técnico em logística é coisa que não existe na prática. A logística é feita por programadores e engenheiros. técnico em exploração mineral é coisa que se treina qualquer um em seis meses. Quem ganha bem é o geólogo concursado, é aquele que detêm o conhecimento, e está de acordo com a burocracia.

O país é burocrata. As empresas são burocratas. Nesse ambiente só os advogados bem sucedidos compram carro novo à vista. Tenho técnicos que desistiram de ser técnicos por que o seu salário nunca irá superar a barreira de 6 salários mínimos, sendo que o mínimo, para qualquer um, deveria ser de dez salários mínimos.

Eles estão certos, não adianta terminar o mês com o mesmo dinheiro do mês anterior. O otário no Brasil é o técnico de informática! Alguém que se torna programador, trabalha muito mais horas que os outros, se desgasta aprendendo coisas perenes, vendo que são poucos são os concursos públicos para prestar, e o salário será sempre baixo por definição. Refratário a demanda.

As empresas pintam e bordam com essa coisa de perfil profissional, pedem pessoas com dez anos de experiência em fabricar tampinha de garrafa, com tempo de pós que só os professores universitários teriam, com especialidades que não existem, etc, etc (consulte os sites de emprego). Após todo esse carnaval, vemos na prática que os empregos são coisa muito simples, bastaria treinar uma pessoa naquela tarefa.

Falta ao CREA algum critério, algum conceito que o tire da ignorância, qualquer conceito! Sendo este um órgão completamente inútil, que não sabe nem formular uma prova para barrar os falsos profissionais. Isso é elementar e a OAB já aprendeu isso a muito tempo. O registro no CREA não quer dizer absolutamente nada. Outra coisa idiota desse país é pensar que o engenheiro é um administrador, outro fiasco difícil de corrigir. Portanto o desemprego é um resultado do caos que é o país e não daqueles que estudam o que querem.”
Fernando Visser Cedrola - fernando_cedrola@yahoo.com.br



”Gosto de seu artigo porém acho importante que se leve em consideração os talentos individuais, além do mercado de trabalho. Se um jovem possui talento individual voltado para a área de humanas, (administração ou direito) em minha opinião, ele deve seguir essa pré disposição.

Penso que apesar do mercado nessas áreas ser mais limitado, ele será um melhor profissional, na área de sua escolha, tendo, portanto, melhores chances de se sair bem profissionalmente. Não se pode considerar o sacrossanto mercado como regulador de todos os talentos sob o risco de se perder excelentes profissionais em algumas áreas e formarmos profissionais medíocres em outras.

No mais, concordo com você que o resultado dessa pesquisa merece uma CPI.”
Tania Vettorazzo Calil - taniavc@intervip.com.br


”Aliás, otários não se formam somente em direito e administração, mas principalmente em jornalismo. Jornalistas nos quais falta antes de mais nada, honestidade intelectual. A verdade não tem coloração ideológica, embora a maioria assim pense. Onde está o noticiário sobre a Telecom Itália? Onde estão as notícias sobre a ditadura que Chaves está implantando na Venezuela? Ou ditadura só de direita?”
Gilceo Jair Klein - juridico@certto.com.br

 

“Parabéns! Não sei porque este assunto é pouco falado. Fazer faculdade só para ter diploma não é nada inteligente, mas com um presidente como o nosso como podemos esperar coisa diferente do estimulo de fazer faculdade seja ela qual for. Deveria sim haver mais divulgação dos cursos e valorização do profissional técnico.”
Rosa Carvalho - relin@uel.br


“Sou executivo de empresas e recebo dezenas de currículos ótimos misturados a centenas de outros. Não faltam pessoas qualificadas, faltam anúncios e por isso as pessoas não contempladas nas descrições dos poucos anúncios enviam os currículos assim mesmo, para alimentar a esperança. O que falta é emprego decente, com salário decente. Pela qualidade dos anúncios sabe-se a qualidade do emprego. A maioria descreve mal o que pede, quando descreve, e oferece quase nada. Alguns tem a petulância de oferecer registro em carteira! Você deixaria a sua filha, com curso superior e inglês, trabalhar como secretária recepcionista por 750,00? Quanto custou a faculdade? Trabalharia das 16hs até as 4 da manhã, como garçon, tendo que levar uniforme, para ganhar 80,00 sem registro, sem vale transporte e sem quaisquer direitos? 5.000 garçons trabalham nestas condições nos Jardins e arredores chiques da cidade de S.Paulo. Sabe quanto ganha um caixa do Carrefour ou do Extra? Sabe quando ele poderá comprar uma casa de quatro cômodos para abrigar a família? Deixe de ouvir bobagens de gente mesquinha. Vá para a rua e converse reservadamente com as pessoas.”
Daniel - danielstru@terra.com.br


“Sempre leio a sua coluna, você fala coisas tão sensatas, tão certas... Não tem como enviá-las diretamente para os nossos governantes ou pelo menos para os que estão ligados à educação?” Será que eles lêem a Folha de São Paulo??
Luiza - colinbowles@terra.com.br


“Este texto só explicita o discurso reprimido da elite brasileira de que pobre só pode chegar no máximo a ser técnico de computador, nunca um analista de sistemas. Ser técnico em exploração mineral, nunca um engenheiro. Se a faculdade de Direito de um pobre for bancada pelo governo, ai sim temos um pecado capital.

Quando a primeira turma de bolsistas do governo entrar no mercado de trabalho e adquirirem posições de destaque, algo que irá acontecer daqui uns 5 ou 10 anos, ai sim veremos o verdadeiro beneficio do programa do governo, que não ajuda apenas o individuo, e sim a sociedade com uma futura mudança social, através de membros oriundos da classe pobre no comando da sociedade, e não os filhos de Higienópolis, como sempre foi.”
Kudosp - kudosp@gmail.com



”Existe uma clara opção dos estudantes brasileiros por cursos de administração e direito e, acredito, por um motivo muito simples. Fazendo um destes cursos se tem "teoricamente" mais chances de se passar em um concurso público. Isto porque as provas destes concursos exigem, na maioria dos casos, conhecimentos de legislação e de administração, além é claro, de português. Portanto, enquanto existir demanda haverá oferta, é a lei do mercado. Sem contar que fazer um curso de química, física, ou da área tecnológica exige mais do estudante em termos de dedicação.O mercado também não remunera muito bem estes profissionais, mesmo que ofereçam vagas. Eu mesmo, me formei na área tecnológica mas preferi trabalhar no serviço público porque ele (ainda) oferece "condições" mais atraentes do que o ‘mercado’.”
André Cavalcanti - andre.adc@dpf.gov.br


”Ler "Como ganhar diploma de otário" me fez repensar a minha trajetória profissional, e as escolhas que fiz há anos.

Trabalhei em uma metalúrgica, e o que você escreveu pode ser constatado no dia-a-dia das áreas de Recrutamento & Seleção, quando a busca por um técnico torna-se, por vezes, muito mais difícil do que por um Advogado/Administrador. Entretanto, pelo menos para mim, a impressão que fica é de que muitas empresas ainda não dão o devido valor aos profissionais que buscam cursos tecnológicos. Um bom exemplo disso é que algumas multinacionais que conheci não contratam alunos (estagiários/trainees) desses cursos - sejam de curta ou longa duração. Um Tecnólogo em Mecânica, por exemplo, ainda é aconselhado a cursar Engenharia ou buscar uma pós graduação. Já ouvi uma gerente de RH dizer que o tecnólogo estaria "um pouco acima do técnico, mas abaixo do bacharel". Verdade ou não, essa visão ainda pode dificultar a inserção de profissionais nessas empresas.

Sou claramente parcial porque formei-me em Automação de Escritórios e Secretariado pela FATEC-SP, graduação tecnológica de longa duração, ainda cheia de estigmas. Escolhi o curso para um ingresso rápido no mercado de trabalho, o que ocorreu, mas não sem antes ter provado às áreas de RH que o meu curso era comparável aos tradicionais. "Secretária e ainda tecnóloga?" "Precisava estudar 04 anos para isso?" Sei que cada trajetória profissional é diferente, mas confesso uma pequena frustração quando tive que trabalhar muito, para, só então, passar a ter valor a conceituadas empresas/profissionais. Pior para mim e para eles.”
Tatiana S.




“Lendo seu artigo "diploma de otário", verifiquei sua crítica severa a formação superior e a urgente necessidade de formação de técnicos no ensino médio para o preencher vagas de trabalho que para surpresa de todos estariam sobrando.

Sendo assim pergunto: será que a solução está neste momento está em investir na formação profissional no ensino médio, estudantes que encontram-se com uma base de escolarização precária, não conseguem ler e interpretar textos simples, não resolvem problemas e o mais grave não escrevem. Será a formação técnica é suficiente para a mão-de-obra qualificada? E o jovem que atraído pelo apelo da industria do ensino superior se esforça e ingressa na "universidade" é um otário?

Acho que ele é um otário sim, ou melhor um sonhador, que acredita que uma formação de dois anos será suficiente para inseri-lo com sucesso no mercado de trabalho. Se puder ( e acredito que pode) deixe mais claro por que este jovem é "um otário" e assim poderemos realizar escolhas mais conscientes.”
Marcia Rita, pedagoga e psicopedagoga – São Paulo (SP) - marcia-dalcin@bol.com.br




“No ano de 1963, eu tinha uma escola profissional (particular) em São Caetano do Sul. Formava alunos, que me recorde pouquíssimos com diploma de curso médio ou superior, em cursos profissionais na área de Mecânica de Autos, Torneiro Mecânico de autos, Desenho Mecânico, Eletricista de Manutenção, etc. Durante vários anos em seguida, recebia solicitações da industria automobilística para enviar alunos que estavam na época de completarem seus cursos e se diplomarem. Muitos que pude seguir sua caminhada profissional puderam comprar seus carros, suas casas, serem autônomos em suas especialidades e como exemplo daqueles que fizeram um dos cursos profissionais da época no Senai, um tornou-se Presidente da República.

A partir de 1970/72 o governo estimulou o ensino supletivo mostrando a estes jovens que era primordial, necessário completarem seus estudos, que era necessário possuir diploma para incorporar em seus currículos. Houve uma mudança radical. Não achei correto acompanhar esta movimentação que não acreditava ser a ideal como a publicidade governamental anunciava. Já vislumbrava o futuro problema.

A partir de então, as escolas profissionais tiveram uma redução drástica que inviabilizou a continuidade deste ramo escolar. Daquela época que eu tenha conhecimento só restaram duas que modificaram seus métodos para outro tipo de ensino.

O Sesc e o Senai sempre prestaram e prestam uma imensa colaboração inclusive adaptando os cursos conforme a demanda mas, não são suficientes capazes de absorverem todos estes jovens que querem se preparar para preencherem a vaga disponível e terem um futuro melhor, basta vermos seus exames de seleção.

Os governos agora querem instalar Fatecs, cursos técnicos, as faculdades proliferam mas esquecem do primeiro degrau que é para a grossa camada de população que vai para a atividade afim como pedreiros, marceneiros, ferreiros, eletricistas, mecânicos, encanadores que não serão técnicos mas sim profissionais que hoje mais fazem falta na industria e serviços em geral. Veja o problema nos canteiros de obras na industria da construção civil.

Hoje, as empresas que precisam e não conseguem ter estes profissionais, estão elas próprias tentando preencher este vácuo com cursos internos. É uma gota em copo d'água.
Celso Neves Cavallini - celsoneves@cavallini.com.br


”Quando o Sr. fala em escola técnica, em qual classe social estas pensando? O Sr. pensou em Higienópolis ou Itaquera? Esse país não muda mesmo. Cansei desse papo elitista, com todo respeito. O Sr. colocaria seu filho para estudar no Senai ou nas arcadas da São Francisco? O Lula chegou lá em virtude de sua genialidade, não do Senai. O grave no Brasil é a distribuição de renda. Com dinheiro, o povo escolhe a escola, ou o senhor pretende planificar a educação?”
Rubens Possati - rubenspossati@bol.com.br




“A falta de qualificação decorre da falta de planejamento por parte dos órgãos públicos e privados. O setor petroquímico necessita de mão de obra, mas um único curso do Senai-Mauá custa R$ 2500,00, fora o tempo para formação, ou seja, desempregado, ninguém fará o curso. O curso de mecatrônica idem. Ou você tem dinheiro e está muito bem preparado ou está fora. Como vemos, as opções são poucas e dependem de dinheiro, o que uma bolsa família não paga.”
Ubiratã Caldeira - ucaldeira@uol.com.br




”Concordo integralmente com sua posição sobre o ensino profissionalizante. Na minha adolescência, mais ou menos no ano em que você. nasceu, o ensino profissional era A alternativa para milhares de jovens. O Senai, Senac e escolas técnicas como a Getulio Vargas, ofereciam cursos esplendidos, que formavam técnicos que em nada ficam a dever aos engenheiros de hoje.

Eu mesmo cursei um deles, o de Química no Mackenzie, que me valeu por toda a vida, inclusive nos cursos superiores que fiz depois.

Mas, depois das reformas educacionais promovidas pelo Jânio e pelos governos militares, com enfase em "fazer faculdade", criou-se uma gigantesca industria de "doutores", que são vítimas de um colossal estelionato educacional: pagam uma fortuna, recebem um diploma que não garante nada, nem conhecimento e muito menos emprego. A experiência da “Feizinha”, lembra, não levou a nada, do mesmo modo que a Fatec. Mais técnicos competentes, menos doutores mal formados. Assim, as experiências bem sucedidas que você relata são um vento fresco nesta barafunda em que se tornou a (des)educação brasileira.”
José Otavio Silva - aquaplan@aquaplan.com.br

 
 
 

MAIS OPINIÕEs:
08/11/2007
O desemprego burro
06/11/2007
O judeu é mais inteligente
29/10/2007
O aborto de Chico, Caetano e Niemeyer
26/10/2007
O aborto do governador
22/10/2007 Você é super dotado?
15/10/2007 A tragédia dos professores enlouquecidos
15/10/2007
"Tropa de Elite" deveria ser obrigatório nas escolas
08/10/2007
Rolex de Huck dá lição de jornalismo
02/10/2007 Receita infalível para virar incompetente
25/09/2007
Como emprestar dinheiro ao diabo
Outros comentários