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O mistério do câncer

“Maravilhosas considerações! É uma pena constatar que uma universidade de peso como é a USP não presta efetivamente algum serviço à comunidade (e quando o presta fica aquém do esperado ou não divulgado).

Minha expectativa é que esta coluna "desperte" a comunidade acadêmica e demais envolvidos, alertando-os sobre o dever de devolver à comunidade o conhecimento adquirido através da universidade pública mantida com os impostos pagos pela própria comunidade.”
Catarina B. Garcia – catarina@guilhotinasguarani.com.br




“Meu nome é Ricardo Sacco, sou ex-aluno da Escola de Aplicação da FEUSP, onde também fiz parte dos meus estágios de formação como Pedagogo.
Nessas duas ocasiões e nesses dois tempos pude comprovar que a Escola, para além do caráter ambíguo de ser pública e de propriedade de um órgão público, proporciona aos alunos (filhos do público e também de parte dos funcionários públicos da USP - o que destaca essa ambigüidade -), um ensino pré-concebido (como sua expectativa pode confirmar) como "de qualidade", comprovado pelo "desempenho" de seus egressos nos mais diferentes concursos vestibulares ou pela notoriedade alcançada por eles nos mais distintos campos profissionais.

O fato do resultado do indicador qualitativo do Estado não apontar para um esperado primeiro lugar não referenda, de nenhuma maneira que eu consiga interpretar, culpar apenas um dos atores escolares que compõe um cenário complexo suficiente: o professor ou, indiretamente, a sua formação uspiana. Como já dito pelo Diretor da Escola (em outro artigo), não adianta toda a soma de excelência de formação quando falta mesmo a presença física do professor de qualquer formação. A USP, como qualquer órgão público, a cada dia encontra mais e mais dificuldades de contratação, seja pela expansão desmedida, resultado de exigência política gerada em anos eleitorais e sustentada durante os três seguintes, seja por preciosismo burocrático gerado por exigências de etapas que evidenciem uma transparência na gestão de recursos humanos que já beira ridiculamente a uma nova categoria de improbidade
(educativa): quando se consegue contratar um professor para substituir outro que se encontra em licença gestante, este último já voltou ao trabalho. São problemas corriqueiros, em primeira vista vulgares, que determinam um atraso de um semestre. Portanto, infelizmente a Escola de Aplicação enfrenta os mesmos problemas de todas as escolas públicas, mesmo estando literalmente à sombra da mais renomada faculdade de educação do país.

A formação de Pedagogos e Licenciados na FEUSP contribui minimamente, no âmbito quantitativo, à demanda por professores no Estado de São Paulo.
Por ano são formados 180 pedagogos e cerca de 3000 licenciados. Porém, a proposta de formação da FEUSP visa justamente educar profissionais da educação que realizem seu trabalho à despeito do fracasso ou à despeito de indicadores que demonstrem obviedades. Isso não é necessariamente determinante de uma transformação social por meio da educação em um país em que a democracia é uma palavra vazia, um mal-entendido.

Portanto, não aprendi sua lição sobre a relação que existe entre os indicadores de qualidade e a sombra que a FEUSP faz ao sistema de ensino no Brasil.

Como em toda lição, concorre, clandestinamente aos conteúdos, a relação que o professor estabelece com sua matéria. Em seu caso, a minha sincera impressão é a de um "re-sentimento" sem tamanho. Se quiser procurar os culpados de sua decepção frente ao des-esperado desempenho da EAFEUSP, amplie seus horizontes, pois são nas sutis vulgaridades que se escondem, recalcados, os motivos que não podem ser declarados.”
Ricardo Sacco, pedagogo (mestrando em Educação) - rids@opalasp.com.br




“Ao contrário de ser uma contradição, o fato de a Escola de Aplicação da USP não estar entre as 40 melhores do Estado é uma conseqüência direta da concepção de formação de professores cultivada em sua Faculdade de Educação - a qual pode funcionar bem como formação de pesquisadores, de professores jamais.

Sei do que falo pois concluí a graduação em Pedagogia nessa Faculdade quando já tinha 31 anos de experiência de ensino - e fico feliz de não havê-la cursado antes, pois é bem possível que tivesse destruído o professor que consegui ser ao longo desses anos, com seu curso hiper-intelectualista que semelha um grupo de musicólogos que não são instrumentistas tentando formar instrumentistas com aulas puramente teóricas.

O mais trágico é que a fama da USP, e dos nomes de sua Faculdade de Educação, lhe confere autoridade nacional - como o papel de referência para outras faculdades Brasil, ou uma considerável influência sobre decisões do Conselho Nacional de Educação quanto ao que seja formar professores. Desse modo, suspeito que recai sobre a nossa querida USP boa parte da responsabilidade por os professores brasileiros virem se tornando cada vez mais incapazes de ensinar, ao longo das últimas décadas.”
Ralf Rickli, educador e escritor


“Era esperado que a Escola de Aplicação ficasse mal colocada no Idesp. Reclamei duas vezes para a Secretária, por e-mail, sobre um aspecto problemático da prova do Saresp: a prova de matemática do terceiro colegial não continha nenhuma questão (!) do terceiro colegial. Tradicional e universalmente, os conteúdos do último ano do ensino médio são: geometria analítica, números complexos, equações polinomiais, estatística e derivadas. Nada disso foi cobrado. A escola que enrolou e ficou dando conteúdo de oitava série e primeiro colegial no terceiro ano, essa preparou bem seus alunos para o Saresp. Mas isso é muito desonesto. Difícil saber quem é mais desonesto, se o professor que deu matéria de anos atrás ou o examinador que cobrou isso.

Vi desavisados argumentando que os conteúdos da prova devem ser mesmo de séries anteriores, pois se o aluno aprendeu, ele irá bem. Ora, pesquisas mostram que a retenção no longo prazo é de no máximo 20% do conteúdo aprendido no ano. Senão ninguém faria cursinho, pois os conteúdos não precisariam ser revistos perto da prova. Mais o maior problema da desonestidade da prova é induzir os professores a não ensinar o conteúdo de suas séries. Na minha visão, deveria ser proibido não dar o conteúdo do ano, como queria Ruy Barbosa (dois anos sem dar o conteúdo da série e o professor ficaria proibido de dar aulas, mas o projeto não foi aprovado na Câmara). O padrão do ensino público é dar conteúdos muito defasados. Quando confrontados com alunos dos outros países, ficamos a ver navios. Não olhei a prova de português, mas a coisa não deve ter sido muito diferente.

A explicação do diretor da Escola de Aplicação diz que a escola sofre os mesmos problemas que as da rede. É rara a escola que completa o quadro de professores de ciências exatas. Em tempo: No Enem, que cobra conteúdos de casa, mais que da escola, a Escola de Aplicação superou as da rede estadual.”
Cacildo


“Eu odeio esta expressão, mas no caso do Brasil " o buraco sempre é mais embaixo..." A mistura de uma cultura popular ruim (sim, a cultura, o modo de pensar coletivo brasileiro é ruim!) com um funcionalismo público que existe em sua maior parte para sugar o estado resulta nesta situação triste do sistema educacional.

Aqui, de maneira geral, não existe a vontade ensinar nem o desejo de aprender. O "negócio" por aqui é "ir empurrando com a barriga". O aluno faz de conta que aprende e o professor faz de conta que ensina. O aluno ganha o seu diploma e o professor o seu salário. Para que se esforçar se o resultado final é o mesmo? Mais ainda, cada vez mais em nosso país escolaridade, conhecimento são sinônimos de "elitismo burguês". Coisa de rico metido a besta. Coisa de capitalistas... Não adianta investir em escolas, aumentar o salário de professores, mudar o currículo, etc., se não houver uma mudança cultural do povo brasileiro. Parece que vocês ainda não perceberam ...
Mauro - mauro.a.alves@gmail.com


“Caso o dinheiro do sistema S seja administrado como o dos cartões corporativos, estaremos perdidos. Nem menciono as obras superfaturadas e escândalos e mais escândalos de corrupção neste governo.”
Ubiratã Caldeira - ucaldeira@uol.com.br


 
 
 

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