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Uma vida tocada na flauta

”Sou do Rio e há muito tempo atrás, não me lembro se em 1984, 1985, fui a S. Paulo participar de uma daquelas feiras de informática. Qual não foi a minha surpresa, ao presenciar no meio de uma rua de pedestres, um homem e seu filho tocando para os passantes. O menino, deveria ter 10, 12 anos, não sei. Com uma flauta transversa tocava "João e Maria". Se eu estivesse em uma apresentação musical talvez não encontrasse um músico se expressando com a mesma beleza.

Fiquei ouvindo durante minutos este menino. Infelizmente, não podia ficar mais tempo. Não conseguia compreender tamanho talento precisando tocar nas ruas em troca de alguns centavos.

Pensei, se eu fosse um cara da indústria musical, poderia levá-lo para uma gravadora, um show no Rio, sei lá. Alguns anos mais tarde vi um LP denominado "Pinguinho de Gente", de um tal Charles Gonçalves, flautista. Só podia ser o mesmo menino que vi em São Paulo. Fiquei contente em saber que o talento desse menino tinha sido, finalmente, descoberto. Hoje, entretanto ao ler o teu artigo, Gilberto, me deu uma grande tristeza. Que o nosso "Pinguinho de Gente" possa voltar a nos alegrar como conseguiu fazer comigo, cerca de 20 anos atrás.
José Geraldo -josegeraldo@micropic.com.br



“Charles, “Pinguinho de Gente”, vamos ajudá-lo. Conte comigo.”
Richardson a de Morais, Cambuí (MG) - richardson@micropic.com.br



“Li a coluna do Gilberto Dimenstein e fico triste em saber que não teve alguém para gerenciar melhor a carreira do flautista Charles Gonçalves. É muito fácil os maestros e músicos renomados elogiarem e falarem do flautista Charles, logo é difícil para um garoto simples, da periferia, administrar o sucesso. Sim é um desperdício de talento, mas faltou a base, faltou trabalhar melhor a imagem e alguém para acompanhá-lo de perto. Levar o garoto para o Faustão e fazer chamadas nos telejornais globais é fácil! Basta um bom texto no release e boas fotos. Logo, a vida pessoal? Como ele associava todo esse "boom" em sua carreira musical? Como sempre, as tendências neoliberais estão impregnadas na mídia, na religião e na sociedade. Quantos talentos as igrejas evangélicas não perdem por "sugarem" de mais essas pessoas? Afinal, nas sagradas escrituras está escrito que devemos amar a todos, zelar pelo bem estar do próximo e isso foi feito com Charles? Casinha legal, roupa e torná-lo um artista patrocinado por tal fabricante de flautas não preenche o vazio existencial na vida de qualquer ser humano! Sim, Dimenstein, talento desperdiçado. Mas a resposta de Charles foi de uma forma estúpida e doentia: pelas drogas. Sim, é a forma como as pessoas respondem ao capitalismo danoso que vivemos em nossos dias e a exploração e desrespeito abrupto que a nossa imprensa não sabe trabalhar com essas pessoas e elas não tem noção como contar com alguém para cuidar da imagem da pessoa e do artista Charles.”
Luis Delcides, jornalista – São Paulo (SP) - luisdelcidess@lookclipping.com.br




”É a primeira vez que escrevo a um colunista. Emocionado com sua própria emoção ao escrever sobre o ''Menino Prodígio da Flauta'', o, hoje homem (infelizmente mal formado) Charles Gonçalves que quando ainda nos seus dias de adolescência visitou minha pequena cidade no interior de Minas para uma apresentação no palco do único clube daqui. Me lembro muito bem daquela noite, era o operador da mesa de som naquela época, em que um grupo de jovens músicos entreteu e surpreendeu uma platéia extasiada. Fico triste e ao mesmo tempo agradecido pela sua atitude que talvez leve á uma possível reviravolta na vida desta criatura divina. Que alguém tente fazê-lo vislumbrar sua reentrada na vida como a sonhamos pra nós mesmos. Esperança parece haver, pois ao menos ele não consumiu seu instrumento, deixando-me com a idéia de que, de alguma forma, ele também quer se recuperar. Mais uma vez obrigado, continue a contribuir para um país que nos faça orgulhar de nossa tão sofrida gente.”
Grilo Cambui - grilo.cambui@yahoo.com.br




“Sr. Dimenstein, seu artigo sobre esse jovem "perdido" flautista é muito doloroso. Acho que já o escutei pelas ruas do bairro, sem nunca ver-lhe a face (a menos que haja outro flautista). Penso que ele deveria ser encaminhado para tratamento (pelo Estado) e retirado da rua, para que possa ter sua saúde e dignidade restauradas. Isso sem esquecer as centenas de adolescentes que estão nas ruas! Eles têm de ser redirecionados ou vão virar adultos marginais!”
Carmela




“Acabei de ouví-lo, pela CBN, através da Internet, a respeito do nosso cidadão, que infelizmente é só mais um que faz parte dos dados estatísticos deste nosso tão glorioso e ao mesmo tempo tão “famigerado” Brasil, me refiro ao Sr. Charles Pereira Gonçalves.

Fico agoniada com estas coisas.....fico “doida” de vontade para fazer alguma coisa por ele e tantas outras pessoas na mesma condição, mas me sinto tão impotente, tão envolvida com minha própria vida.....voltada para o meu próprio umbigo...ufa!! Será que não podemos fazer nada por este cidadão que teve sua dignidade roubada ou a jogou no lixo...sei lá....seja qual for a circunstância, não importa, precisamos ajuda-lo...seria possível?....me ajude a ajudá-lo Dimenstein....sei que como profissional este não é o seu papel e nem o meu.....(sou uma analista contábil), mas tenho certeza de que, como cidadão que somos nos compete fazer alguma coisa...não podemos deixá-lo morrer sem ao menos, sequer, tentar um tratamento digno para a saúde deste homem......eu acredito na restauração dele.....será que não podemos fazer nada? Meu coração está pequenininho demais...muito apertadinho....O pior, é que sei que ele é só mais um....mas já que ele está em evidência vamos ajudá-lo, até porque há desejo no coração dele de ensinar a outros.....e certamente se ele sair desse buraco de lama, se voltará para este fim! Bem, não sei se este era o tipo de comentário que você gostaria de receber, mas foi o que meu coração gritou.”
Miriam de Lourdes Neves - miriam.neves@nokia.com


" De arrepiar t anto o talento deste jovem/velho músico e hoje artista do crack e da sarjeta, quanto o descaso de pessoas, empresas e do próprio governo, que poderiam estar aproveitando e/ou tirando proveito deste ainda vivo talento que esta por se queimar em cachimbos e latas, misturado as cinzas. Veio-me a memória o caso do polegar. Será que caso ele "se entregue" a alguma igreja universal destas que tanto "salvam" as almas dos fiéis esta não seria uma solução? Às vezes reclamamos de nossa existência e criticamos tais entidades ao ter conhecimento dos desvios de dinheiro e entradas ilegais de malas repletas de "verdes" no exterior, chutes a imagens sagradas e envolvimento em "políticas" e conchavos, quem sabe apesar de minhas discordarias com seus "modus operandi" esta não seria uma solução viável ao pobre Charles, antes que ele também - junto com suas pedras milagrosas - vire cinzas para nunca mais! De arrepiar realmente.”
Fabio - fabioalembik@hotmail.com



“É realmente uma pena a situação do Charles. Eu agregaria, no entanto, a responsabilidade dele. O fato de ser um gênio não pode esconder a meã culpa ele.”
Nilton Sanches - nasanches@ufu.br



“Fiquei arrasado ao saber das novas sobre o Charles da flauta. Que lástima! Estava tudo encaminhado. O flautista da Filarmônica de Berlim meu amigo ia dar aulas de graça para ele – já que ouvia seu disco de chorinhos dia e noite –, o Manoel Francisco da BMF (hoje Bienal) ia dar uma passagem e o Nassif, que o descobriu, havia conseguido uma bolsa para hospedagem e alimentação em Berlim, se não me engano, pela a Philips. Quando ele estava prestes a embarcar, aconteceu uma pequena ruptura nessa cadeia que iria salvá-lo e nos dar um grande artista. Parece que o pai o trouxe de volta ao tráfico ou algo assim e na época perdemos – eu pelo menos – contato. Numa apresentação minha com orquestra cheguei a fazer um arranjo de um chorinho para ele tocar como solista mas ele não compareceu.”
Julio Medaglia


“Moro em Canoas-RS. Acompanho a tua coluna a bastante tempo e gosto muito. Levo teus textos para meu trabalho para discussão pois nos ajuda a pensar nossa realidade. Trabalho em um Serviço que atende Crianças e Adolescentes vitimas de violência doméstica. Bem hoje lendo a tua coluna sobre Charles não pude deixar te enviar este e-mail. Até porque nos preocupa muito a grande incidência de viciados no crack e as terríveis consequências desse vício. Aqui no sul as clínicas tem mais viciados do crack do que qualquer outro sintoma. Mas agora pensando na triste história do Charles e olhando assim de longe, fiquei pensando que talvez ir para Alemanha tocar ou estudar não seja o desejo de Charles. E me lembrei do filme Nascidos em Bordéis onde crianças que ganharam bolsa de estudo para estudar na Holanda, não aceitaram e para nosso escândalo preferiram ficar com suas famílias em situações bem difíceis. Então qual a formula? Talvez seja muito singular e está em fazer valer o desejo de cada um.”
Beatriz Malo


“A maior parte doas alunos do estado de SP estão levando as aulas de recuperação na flauta. E depois a culpa é do professor.”
Ubiratã Caldeira - ucaldeira@uol.com.br


“Infelizmente, hoje vivemos uma realidade muito triste em nosso país. Pagamos impostos de primeiro mundo e recebemos mais notícias de falcatruas, cartões corporativos e outras ações de governantes mais preocupados em seu bem estar e seu bolsão à custa do povo. O mais triste é vermos pessoas como você, que dão o seu quinhão de trabalho para o bem estar da comunidade, mas que infelizmente não temos dirigentes deste país que se sensibilizem para mudar o estado de coisas. É a triste realidade que vivemos, onde desvios financeiros de muitos dirigentes deste país, sem que nada aconteça para que o povo seja ressarcido e que os maus elementos sejam punidos. Entendo que temos que fazer a nossa parte, mas este mau trato às coisas públicas precisa ter um fim.”
Kazuo Tanaka - kazuo@sparkcontroles.com.br



“Li a coluna do Gilberto Dimenstein e fico triste em saber que não teve alguém para gerenciar melhor a carreira do flautista Charles Gonçalves. É muito fácil os maestros e músicos renomados elogiarem e falarem do flautista Charles, logo é difícil para um garoto simples, da periferia, administrar o sucesso.Sim é um desperdício de talento, mas faltou a base, faltou trabalhar melhor a imagem e alguém para acompanhá-lo de perto. Levar o garoto para o Faustão e fazer chamadas nos telejornais globais é fácil! Basta um bom texto no release e boas fotos. Logo, a vida pessoal? Como ele associava todo esse "boom" em sua carreira musical? Como sempre, as tendências neoliberais estão impregnadas na mídia, na religião e na sociedade. Quantos talentos as igrejas evangélicas não perdem por "sugarem" de mais essas pessoas? Afinal, nas sagradas escrituras está escrito que devemos amar a todos, zelar pelo bem estar do próximo e isso foi feito com Charles? Casinha legal, roupa e torná-lo um artista patrocinado por tal fabricante de flautas não preenche o vazio existencial na vida de qualquer ser humano! Sim, Dimenstein, talento desperdiçado. Mas a resposta de Charles foi de uma forma estúpida e doentia: pelas drogas. Sim, é a forma como as pessoas respondem ao capitalismo danoso que vivemos em nossos dias e a exploração e desrespeito abrupto que a nossa imprensa não sabe trabalhar com essas pessoas e elas não tem noção como contar com alguém para cuidar da imagem da pessoa e do artista Charles.”
Luis Delcides, jornalista - São Paulo (SP)


“É a primeira vez que escrevo a um colunista. Emocionado com sua própria emoção ao escrever sobre o ''Menino Prodígio da Flauta'', o, hoje homem (infelizmente mal formado) Charles Gonçalves, que quando ainda nos seus dias de adolescência visitou minha pequena cidade no interior de Minas para uma apresentação no palco do único clube daqui. Me lembro muito bem daquela noite, era o operador da mesa de som naquela época, em que um grupo de jovens músicos entreteu e surpreendeu uma platéia extasiada.
Fico triste e ao mesmo tempo agradecido pela sua atitude que talvez leve á uma possível reviravolta na vida desta criatura divina. Que alguém tente fazê-lo vislumbrar sua reentrada na vida como a sonhamos pra nós mesmos. Esperança parece haver, pois ao menos ele não consumiu seu instrumento, deixando-me com a idéia de que, de alguma forma, ele também quer se recuperar. Mais uma vez obrigado, continue a contribuir para um país que nos faça orgulhar de nossa tão sofrida gente.”
Grilo - grilo.cambui@yahoo.com.br



“Escrevo por pura saudades! Veja esta história: Conheci, na década de 80, um garoto +- 15 anos tocador de rua. Seu irmão no pandeiro, o pai no violão e ele, Charles Gonçalves na flauta transversal. Tocava de tudo, sem saber de nada. Ia de Jacob a Pixinguinha, passando por Ernesto Nazareth, Anacleto, uma loucura. Tocava no centro de Sampa e eu vivia procurando onde está o Charles.Parava e me deliciava! Na época, me relacionava bem com o o pessoal da então Eletropaulo estatal, comentei com um diretor de lá e ele me confessou que também conhecia o Charles e conversamos sobre a possibilidade da Empresa bancar um LP, o que deu certo! Tempos depois,não muito, fiquei sabendo que ele iria para a Alemanha para estudar música.
Prá azedar minha páscoa, leio no domingo um artigo do Gilberto Dimenstein "uma vida tocada na flauta" onde ele relata um pouco do que escrevi, acrescentando que Charles, agora não mais na rua, havia tocado com Altamiro, Paulo Moura, Arthur Moreira Lima e que Julio Medalha ao ouví-lo e constatar que ele tinha ouvido absoluto conseguiu uma bolsa para o Charles na Alemanha.
Fim da história: Charles nem viajou pois a viagem que fez foi com o crack. Sumiu e hoje com 34 anos "mora" embaixo do minhocão. Seus dedos, de onde tirava notas açucaradas, hoje estão queimados pelo cachimbo. Chorei!”
Jamil Scatena -jamil.scatena@gmail.com

 
 
 

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