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Escola de medíocres

“O governo já tem dado, há alguns anos, o ‘bônus’ para professores e funcionários da rede estadual. Teoricamente, o bônus é calculado pelo envolvimento do professor nas atividades escolares, pela participação em cursos e presença no ano letivo. Contudo, o que percebemos, na prática, é que não há critério algum: alguns que faltaram pouco recebem menos que os mais faltosos (por exemplo). Coordenadores também recebem mais que professores e alegam que, quanto menos ‘notas vermelhas’ a escola tiver, maior o bônus. Daí, criam grande pressão para passar todo mundo, tendo o aluno condições ou não. Isso explica porque hoje, em muitas 8ªs séries, há alunos não-alfabetizados.

Devido a essa "política", muitos são contra o bônus ou qualquer outro sistema de mérito. Camufla-se a realidade escolar. Muitos, principalmente aqueles que têm oportunidade de receber melhores quantias (coordenadores e diretores, por exemplo), não têm (nem terão) o menor constrangimento em "incentivar" notas azuis. Daí, o que teremos? A aparente melhora do ensino público (pois serão poucas as notas vermelhas e os casos de permanência no ciclo) e alunos cada vez mais "empurrados" a sair da escola (despesa menor para o governo).

Talvez os líderes sindicais, ao se posicionarem contra o sistema, estejam mais preocupados com a questão salarial: o bônus é recebido uma vez por ano e não é incorporado ao salário. Logo, o professor fica com um salário-base mínimo e é com esse salário que se aposentará. Nós, professores (ou pelo menos alguns), estamos mais preocupados com o provável ‘descambar geral’ do ensino público: nas manchetes, as altas taxas de aprovação e o aumento do nível de ensino; no dia-a-dia, alunos cada vez mais despreparados para o mercado de trabalho e desmotivados: estudando ou não serão aprovados de qualquer jeito.”
Simone Fernandes - simfdes@hotmail.com

 

“O que leva o sindicato e boa parte da categoria a refutar a idéia dessa premiação é que as regras para o pagamento não são claras. Coloco uma série de motivos, meus, diga-se, para resistir a essa idéia:

1) o valor a ser pago é um valor que será incorporado ao meu salário ou será um valor que será pago apenas uma vez? 2) qual o valor a ser pago? 3) que critérios serão utilizados? 4) se o resultado é o resultado do trabalho coletivo, todos irão receber o mesmo valor ou pelo fato de ser diretor ou coordenador tem direito a um valor maior?

Sem o envolvimento dos professores, nenhum plano, por mais qualificado que seja, terá sucesso. O atual governo, assim como os anteriores, nunca abriu um canal de diálogo. Na escola em que trabalho, raras vezes o supervisor foi até a sala dos professores para dialogar. Quando houve, foi marcado por uma tensão e não por um espírito de colaboração em prol da educação.

É necessário diminuir o número de alunos por sala. Um exemplo: se uma classe for formada por 50 alunos, não há problema algum em funcionar. Porém, se na escola em que isso ocorrer e houver uma sala vazia, não se pode abrir duas salas com 25 alunos.

A maioria dos que estão no comando do sistema educacional, se tiver filhos ou netos, certamente não estão na rede pública. Se tivesse, talvez agisse de outra forma.”
Alberto Lakatos – albertolakatos@gmail.com

 


“Está surpreso com o que? A mim, nada do que está acontecendo surpreende. Sindicatos e outras instituições tendenciosas governamentais estão ligados num plano bem montado para banalizar tudo, inclusive métodos propostos por quem quer que seja caso atrapalhe os planos deles.

Será que esta sociedade apática que aí está ainda não desconfiou. Veja o que estão pretendendo: insuflar uma minoria de estudantes contra diretores de universidades, numa pura e simples desobediência e ilegal. É greve sem punição. Pelo que vejo, quando acordarem a sociedade apática já será tarde colega.”
Claudemar Ribeiro de Souza, Poços de Caldas (MG) – tony@nowtech.com.br



“Sou educador da área privada e concordo plenamente com a proposta de se avaliar as escolas públicas para poderem melhorar o ensino. Em relação aos professores que você tanto defende, apenas um alerta: a qualidade conceitual da maioria deles é altamente duvidosa.”
Carlos Alberto - carlosalberto@cocsbc.com.br

 

“Concordo com você. Fazem de qualquer assunto disputa política, jamais pensando no bem da população. O PT e os seus movimentos sempre foram assim. Nunca deixaram fazer e quando estão à frente do governo não fazem e não aceitam vaias. O que está certo precisa ser devidamente apoiado – o que está errado, criticado, para ser consertado. A causa de tudo isso: eleições. É assim desde que voltou-se à democracia. Não fazem e não deixam ninguém fazer, mesmo que fosse para o bem da população.

É triste ver que os movimentos sindicalistas apenas estão aí para "servir" a interesses de candidatos. Não existe amor ao povo, existe o poder pelo poder, só. Em vez de eles verem a proposta desse governo, aplicar e depois fazer uma proposta melhor, eles usam os movimentos com informações distorcidas e não deixam que melhorias sejam feitas. É isso aí.”
Claudia – reginagodoy_2@yahoo.com.br


”A melhoria do ensino fundamental e médio no Estado de São Paulo passa pela reformulação da sua estrutura. Em linhas gerais, proponho a seguinte estrutura:

1) Ensino obrigatório (1a à 11a série; faixa etária ideal de 6 a 16 anos): dividido em três ciclos, respectivamente 1a à 4a série; 5a à 8a série; e 9a à 11a série.

2) Curso preparatório pré-universitário (12a e 13a séries, opcional para
alunos que obtivessem o primeiro certificado de estudos secundários; faixa
etária ideal : 17 e 18 anos)

As universidades estaduais determinariam livremente as matérias que seriam
exigidas no nível secundário avançado e as notas mínimas que deveriam ser
obtidas para ingresso nos seus diversos cursos de graduação, sendo que um
mesmo conjunto de matérias poderia satisfazer o requisito para diferentes
cursos em áreas afins. O vestibular na forma como conhecemos hoje (concurso
competitivo) acabaria, mas instituições como a Fuvest, Comvest e Vunesp
poderiam assumir a responsabilidade pela preparação e correção dos exames
padronizados que seriam aplicados ao final de cada um dos dois anos do curso
preparatório.

Como seria acrescentado um ano a mais (13a série) de estudos secundários, as
disciplinas estudadas poderiam ser cobertas, como acontece na Europa, em um
nível de profundidade muito maior do que o atual. Por exemplo, o curso
preparatório de matemática cobriria tópicos hoje vistos apenas no 1o ano dos
cursos universitários de ciências exatas como cálculo diferencial e integral
para funções reais de uma variável real; seqüências e séries; vetores e
geometria analítica em duas e três dimensões; e, possivelmente, noções
introdutórias de álgebra linear (bases, subespaços, etc.). O currículo modelo
do "International Baccalaureate (IB) Diploma", especialmente das matérias
lecionadas em "Higher Level", ou o currículo usado no "Advanced Placement (AP)
program" nas escolas americanas e canadenses poderiam ser usados como
referência para a 12a e 13a séries paulistas de forma a garantir um padrão
internacionalmente reconhecido, embora adaptado para o ensino em português
como língua primária de instrução.”
Marcelo Gomes da Silva Bruno - bruno@ita.br

 
 
 

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