Feira de
ciências não é mais uma simples montagem
de maquetes. Hoje em dia, montar maquetes virou coisa de gente
grande. Nos Estados Unidos, por exemplo, existe a International
Sciente and Engineering Fair (ISEF), feira de ciências
em que os alunos pré-universitários, do mundo
todo, apresentam projetos que transformam a ISEF em uma verdadeira
competição científica. Para provar, a
tão usada fotocopiadora surgiu de um excelente trabalho
da feira.
No Brasil, além de workshops para implementar método
de ensino dos professores e cursos preparatórios para
jovens, a feira de ciências também foi implantada
como grande promessa para suprir a deficiência do ensino.Os
projetos mais conhecidos são a Mostratec, no Rio Grande
do Sul, que além de ser a mais antiga do país,
é a única internacional. A outra é a
Febrace, uma feira de ciências brasileira que veio para
dar chance ao jovem de estudar e gostar de assuntos pouco
tratados em sala de aula, como mecânica, elétrica
e informática. Inscrevendo-se na Febrace, muitos alunos
se interessam pelas Ciências e seguem carreira nelas,
o que não ocorreria se o ensino ficasse só em
sala de aula. Aprendendo a lidar na prática com as
matérias, o jovem acaba sendo estimulado a entender
e a aprender o que está fazendo. Como acontece com
alguns projetos que acabam classificados para a ISEF e podem
concorrer a prêmio de quinze mil dólares e a
patente do produto exposto.
Iniciativas que estimulam os estudantes a serem cientistas
contribuem muito para a melhora do ensino, principalmente
em um época em que o Brasil passa pelo “apagão
de professores” no ensino médio da rede pública,
causado pela falta de interesse em se dar aulas, um alto índice
de abandono dos cursos preparatórios e, em como todos
os problemas do país, a falta de investimento. Esse
desestimulo, agravou a falta de educadores de química,
física e principalmente matemática, desfalcando
uma importante vertente da educação brasileira.
O ranking mundial, medido pela Capes (Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior),
mostra que o Brasil fica entre a vigésima colocação,
com um déficit no ensino de ciência, física
e biologia. Muitos países, como é o exemplo
das primeiras colocações do ranking, já
colocaram seus satélites em órbita pelo seu
desenvolvimento avançado da ciência, enquanto
nosso país falha nesse quesito.
Mas, ao invés de pensar só em suprir as necessidades,
os colégios particulares foram mais além. É
o caso do Colégio Bandeirantes, que, esperando visando
ter novos cientistas criou sua própria feira de ciências.Os
participantes, que nessa primeira versão estão
sendo exclusivamente da segunda série do ensino médio,
tiveram como guia o tema "Energia Renovável".
João Steiner, astrônomo brasileiro e diretor
Instituto de Estudos Avançados da USP, em depoimento
ao site Universia, disse que cientista é que nem jogador
de futebol, tem que começar desde cedo. Sendo assim,
o Brasil ainda está no começo de uma longa jornada,
que apesar do árduo caminho colherá bons frutos.
Rafael Braga Silva, aluno
do 2º ano do ensino médio, do Colégio Bandeirantes
- rafaelbragasilva@gmail.com
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