REFLEXÃO

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RADAR DO MUNDO
16/07/2007

Feira de ciências é usada para despertar vontade de ser cientista

  Rafael Braga Silva

Feira de ciências não é mais uma simples montagem de maquetes. Hoje em dia, montar maquetes virou coisa de gente grande. Nos Estados Unidos, por exemplo, existe a International Sciente and Engineering Fair (ISEF), feira de ciências em que os alunos pré-universitários, do mundo todo, apresentam projetos que transformam a ISEF em uma verdadeira competição científica. Para provar, a tão usada fotocopiadora surgiu de um excelente trabalho da feira.

No Brasil, além de workshops para implementar método de ensino dos professores e cursos preparatórios para jovens, a feira de ciências também foi implantada como grande promessa para suprir a deficiência do ensino.Os projetos mais conhecidos são a Mostratec, no Rio Grande do Sul, que além de ser a mais antiga do país, é a única internacional. A outra é a Febrace, uma feira de ciências brasileira que veio para dar chance ao jovem de estudar e gostar de assuntos pouco tratados em sala de aula, como mecânica, elétrica e informática. Inscrevendo-se na Febrace, muitos alunos se interessam pelas Ciências e seguem carreira nelas, o que não ocorreria se o ensino ficasse só em sala de aula. Aprendendo a lidar na prática com as matérias, o jovem acaba sendo estimulado a entender e a aprender o que está fazendo. Como acontece com alguns projetos que acabam classificados para a ISEF e podem concorrer a prêmio de quinze mil dólares e a patente do produto exposto.

Iniciativas que estimulam os estudantes a serem cientistas contribuem muito para a melhora do ensino, principalmente em um época em que o Brasil passa pelo “apagão de professores” no ensino médio da rede pública, causado pela falta de interesse em se dar aulas, um alto índice de abandono dos cursos preparatórios e, em como todos os problemas do país, a falta de investimento. Esse desestimulo, agravou a falta de educadores de química, física e principalmente matemática, desfalcando uma importante vertente da educação brasileira.

O ranking mundial, medido pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), mostra que o Brasil fica entre a vigésima colocação, com um déficit no ensino de ciência, física e biologia. Muitos países, como é o exemplo das primeiras colocações do ranking, já colocaram seus satélites em órbita pelo seu desenvolvimento avançado da ciência, enquanto nosso país falha nesse quesito.

Mas, ao invés de pensar só em suprir as necessidades, os colégios particulares foram mais além. É o caso do Colégio Bandeirantes, que, esperando visando ter novos cientistas criou sua própria feira de ciências.Os participantes, que nessa primeira versão estão sendo exclusivamente da segunda série do ensino médio, tiveram como guia o tema "Energia Renovável". João Steiner, astrônomo brasileiro e diretor Instituto de Estudos Avançados da USP, em depoimento ao site Universia, disse que cientista é que nem jogador de futebol, tem que começar desde cedo. Sendo assim, o Brasil ainda está no começo de uma longa jornada, que apesar do árduo caminho colherá bons frutos.
Rafael Braga Silva, aluno do 2º ano do ensino médio, do Colégio Bandeirantes - rafaelbragasilva@gmail.com

   
Apresentação

O Radar do Mundo é produzido pelo projeto Idade Mídia do ensino médio do Colégio Bandeirantes, de São Paulo, desenvolvido pelos jornalistas Alexandre Sayad e Gilberto Dimenstein, que mistura o mundo da educação ao da comunicação (a chamada educomunicação). Em uma sociedade em que a informação está presente na vida dos jovens durante o todo o tempo, a educação tem a necessidade de acompanhar essas novas demandas.

 
 
 

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