Um grupo
de teatro tem conseguido integrar os diversos segmentos sociais
da Índia. Por meio de músicas, jogos, viagens
e, é lógico, da dramaturgia, o Teatro do Oprimido
(TO) trabalha para curar traumas, estabelecer a paz e aumentar
a responsabilidade social no país.
A população da Índia tem um grande número
de refugiados, grupos étnicos descriminados, pessoas
alcoólatras e mulheres portadoras do vírus da
AIDS. A naco é uma das mais populosas do mundo, com
mais de um bilhão de pessoas.
Em 1971, Augusto Boal saiu da direção do Teatro
de Arena de São Paulo e criou o Teatro do Oprimido
no Brasil, que visa à construção da cidadania
por meio de exercícios, jogos e técnicas teatrais.
O projeto também foi criado para pessoas que possuem
dificuldades de integração social, econômica,
política e cultural, tentando promover a restauração
do diálogo e da convivência entre todos em mais
de 70 países.
Boal acredita que a iniciativa ajuda as pessoas a viver em
sociedade através do jogo teatral. No TO são
discutidos e trabalhados temas como racismo, gravidez precoce,
machismo, violência, entre outros, que estão
presentes em nosso cotidiano. Dessa forma, quem sofre algum
desses tipos de agressão consegue ter voz e, muitas
vezes, mudar a realidade vivida.
Armindo Pinto, do TO de Santo André, diz que “muitas
pessoas já conseguiram melhorar sua vida. A Jane, aos
16 anos, já dá aulas de dança e esse
é seu sonho: ser professora de dança. Sonho
que luta para concretizar. Fernando, 17 anos, voltou para
a escola e acredita que, sendo professor, vai ensinar história,
como aprendeu com o Teatro do Oprimido. Michele, 17 anos,
aprendeu a se relacionar com sua mãe. Diego aprendeu
que mulher é mais que fogão e tanque. Peterson
aprendeu a combater o racismo”.
Segmentos do Teatro do Oprimido
No Brasil, o Teatro do Oprimido desenvolve vários
projetos em sete Estados diferentes. O Teatro Imagem transforma
questões, problemas e sentimentos em linguagens concretas
por meio da linguagem corporal, buscando a compreensão
dos fatos. Já o Teatro Invisível teatraliza
uma cena do cotidiano em lugar em que ela realmente poderia
acontecer, contando com a participação do público.
Também existe o Teatro Legislativo, que, analisando
questões interpessoais e individuais sobre temas do
cotidiano, recolhe sugestões da platéia para
elaboração de propostas de leis que visem à
solução do problema apresentado na peça.
Em razão desse projeto, já foram produzidas
várias leis, garantindo a democratização
através do teatro.
O Teatro do Oprimido também trabalha nas escolas e
nas prisões, desenvolvendo projetos de atividade artísticas
e visando abertura de espaços de diálogo entre
os diferentes atores do sistema prisional e destes com a sociedade
civil, além de vários outros projetos.
Caio Dib,
aluno do 2º ano do ensino
médio, do Colégio Bandeirantes -
caio.seixas@yahoo.com
|