O Second
Life (SL), programa virtual em 3D que cresce desde 2003, quando
foi criado, tem expandido o seu alcance. Projeto inovador,
funciona como um mundo paralelo que existe somente no computador,
o qual simula a vida real e possui suas próprias regras,
população e até mesmo uma economia. Movimenta
milhões de dólares por mês, englobando
mais de sete milhões de avatares (nome dado aos residentes
do universo). A novidade é que, recentemente, grande
parte dos usuários do programa passou a ser composta
por estudantes, de várias partes do globo, os quais
participam com o intuito de acelerar e tornar mais completo
e satisfatório seu aprendizado.
A utilização do Second Life para meios educacionais
representa um avanço, pois difere daquilo que antes
era o mais comum na internet: os cursos tradicionais online.
O programa 3D é mais capaz de incentivar a participação
do aluno, por causa de toda a interação que
ocorre entre os usuários. Além disso, o mundo
virtual consegue fornecer uma sensação mais
humana ao processo. Escolas, campi de universidades e cidades
inteiras são construídos para facilitar a adaptação
do aluno-usuário. Em alguns casos, ele encontra-se
com seus professores em escritórios, bares ou até
mesmo clubes, todos construídos com detalhes e muita
fidelidade para com os ambientes de nossa First Life, a vida
real.
Um exemplo, é a escola de idiomas LanguageLab, situada
em Londres, que construiu uma ilha para seus pupilos no programa.
Cobrando preços semelhantes aos que estamos acostumados
a pagar em escolas de concreto e tijolos de verdade, ela torna
possível o uso do VoIP no SL. Essa tecnologia, “voz
sobre IP” (VoIP), permite que se ouça o outro
usuário falar em freqüências acústicas
mais diversas. Isso é considerado necessário
quando se aprende um idioma, para que a habilidade de pronúncia
e entendimento da pessoa não seja prejudicada. Além
disso, as vozes também são em 3D, o que significa
que se ouve mais alto as pessoas mais próximas, como
acontece fora da tela.
Muitos nomes consagrados também querem uma parte do
sucesso desse mundo virtual. São os casos de universidades
norte-americanas como Harvard e Berkeley, da inglesa Oxford
e da francesa Insead (a primeira), entre inúmeras outras.
As instituições aproveitam o uso do SL para
somar a seu nome um significado mais inovador e ousado.
No Brasil, as faculdades também não ficaram
para trás e deram partida em iniciativas educacionais
baseadas no software. As Universidades Mackenzie e Anhembi
Morumbi ainda não começaram a ministrar cursos,
mas já preparam o território para que o SL possa
fazer parte de suas grades. Atualmente, estão num processo
de preparação dos docentes e criação
de seus primeiros espaços no programa. Outras já
estão mais adiantadas no processo: USP, PUC e Senac
concretizam, neste mês, projetos maiores. O Senac já
disponibiliza cinco cursos relacionados a esse mundo virtual.
Ainda não somos capazes de analisar o quanto o Second
Life poderá de fato contribuir para o processo de aprendizagem,
mas é sem dúvida uma etapa obrigatória
enquanto ainda se descobre o universo virtual como sendo uma
via para o conhecimento.
Marina Maluf,
aluna do 2º ano do ensino
médio, do Colégio Bandeirantes -
ninamaluf@gmail.com
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