Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/07/2006 - 09h07

Uruguai tem vitória na "guerra das papeleiras"

Publicidade

FLÁVIA MARREIRO
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires

Em sua primeira decisão na "crise das papeleiras", o Tribunal Internacional de Haia negou ontem o pedido argentino de paralisar a construção de duas fábricas de pasta de celulose no Uruguai. O governo Tabaré Vázquez evitou comemorar a notícia, que classificou como "oportunidade para o entendimento" com a Argentina.

Por 14 votos contra 1, o tribunal rejeitou o argumento conforme o qual as obras das indústrias --a finlandesa Botnia e a espanhola Ence-- representam "risco iminente" de contaminação ambiental. As plantas estão sendo construídas às margens do rio Uruguai, na fronteira dos países e de águas de uso compartilhado. Devem começar a operar em dois anos.

Derrotada, a chancelaria argentina frisou que, na decisão, a corte internacional abriu possibilidade de a Argentina reapresentar o pedido de interrupção das obras ao longo do processo, que pode levar quatro anos.

O governo Kirchner levou o caso a Haia em maio, depois do fracasso das negociações e sob pressão de ambientalistas e moradores da cidade de Gualeguaychú, na fronteira.

Os protestos argentinos fecharam a principal passagem ao Uruguai por mais 80 dias, causando prejuízos de US$ 400 milhões, segundo o governo Vázquez, e só terminaram com o anúncio do governo de que recorreria a Haia.

O temor uruguaio é que, com a decisão, os ambientalistas de Gualeguaychú voltem aos bloqueios --pelos quais o governo Vázquez já pediu que a Argentina seja punida no âmbito do Mercosul. Os moradores e ambientalistas da cidade decidiriam ainda na noite de ontem, em assembléia, se retomavam a ocupação da estrada ou não.

Depois de meses de declarações ríspidas que acabaram se transformando numa crise para o Mercosul, Argentina e Uruguai dão mostras de querer retomar o diálogo sobre o tema.

Ontem, o chanceler uruguaio, Reinaldo Gargano, disse que a resolução do tribunal deveria ser interpretada sem "triunfalismos". O titular da pasta de Meio Ambiente convidou técnicos argentinos para avaliar a segurança ambiental das fábricas. As declarações conciliatórias preparam o terreno para a primeira visita do presidente uruguaio à Argentina desde a escalada da crise. Vázquez irá à Cúpula do Mercosul, que acontece em Córdoba, na semana que vem.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Mercosul
  • Leia o que já foi publicado sobre o Uruguai
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página