Publicidade
Publicidade
17/12/2006
-
09h35
MARIO CESAR CARVALHO
da Folha de S.Paulo
O empresário Raul Henrique Srour foi preso anteontem pela Polícia Federal em São Paulo sob acusação de operar como doleiro. O sócio de Srour, Richard Andrew de Mol van Otterloo, não foi encontrado no dia e é considerado foragido da Justiça, segundo a polícia.
Srour e Van Otterloo são acusados de terem feito remessas ilegais de US$ 700 milhões (o equivalente a R$ 1,5 bilhão) em duas contas entre 2000 e 2003.
O juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal, decretou a prisão porque os dois fizeram as remessas ilegais quando já eram réus em outro processo criminal.
Nesse processo, de 2000, Srour e Van Otterloo são acusados de usar a distribuidora de títulos Vitória DTVM para manipular precatórios (os títulos que os governos lançam para pagar dívidas). O caso foi investigado por uma CPI, em 1997, no que ficou conhecido como o "escândalo dos precatórios".
Os dois empresários são citados no relatório da CPI dos Precatórios, mas o Banco Central arquivou a investigação contra a distribuidora de valores deles por falta de provas.
Investigações feitas pela Polícia Federal a partir de documentos enviados pelo governo americano mostram que os dois empresários usaram empresas abertas em paraísos fiscais para fazer as remessas.
Uma das "offshores" usadas foi a Chello Sociedad Anónima, criada no Uruguai. Só em 2002 ele remeteu ilegalmente US$ 224 milhões, segundo dados da Força Tarefa CC5, o grupo de policiais federais e procuradores que faz a maior investigação sobre doleiros no país.
A Chello tinha uma conta na Beacon Hill Service Corporation, uma organização usada por doleiros. A Beacon Hill operava com uma conta no JP Morgan Chase em Nova York.
A outra "offshore" da dupla, a Dairland Sociedad Anónima, remeteu US$ 476 milhões para uma conta no MTB Bank de Nova York, ainda de acordo com a Força Tarefa CC5.
Otterloo operou outras duas contas no MTB Bank para receber remessas supostamente ilegais: Jazz e Campari. Essas contas foram usadas entre 1997 e 2002, quando foram fechadas pelo governo dos EUA porque serviriam para lavar dinheiro.
A CPI do Banestado também investigou os dois empresários. Neste ano, Van Otterloo disse ter pago R$ 300 mil ao deputado José Mentor (PT-SP) para que seu nome não aparecesse no relatório da CPI. Mentor nega ter recebido a propina.
Srour e Van Otterloo foram presos no ano passado acusados de continuar a praticar crimes mesmo sendo réus, mas foram soltos por decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal, por serem primários.
A Folha não conseguiu localizar na noite de anteontem os advogados dos empresários.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre doleiros
Preso doleiro acusado de remeter R$ 1,5 bilhão
Publicidade
da Folha de S.Paulo
O empresário Raul Henrique Srour foi preso anteontem pela Polícia Federal em São Paulo sob acusação de operar como doleiro. O sócio de Srour, Richard Andrew de Mol van Otterloo, não foi encontrado no dia e é considerado foragido da Justiça, segundo a polícia.
Srour e Van Otterloo são acusados de terem feito remessas ilegais de US$ 700 milhões (o equivalente a R$ 1,5 bilhão) em duas contas entre 2000 e 2003.
O juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal, decretou a prisão porque os dois fizeram as remessas ilegais quando já eram réus em outro processo criminal.
Nesse processo, de 2000, Srour e Van Otterloo são acusados de usar a distribuidora de títulos Vitória DTVM para manipular precatórios (os títulos que os governos lançam para pagar dívidas). O caso foi investigado por uma CPI, em 1997, no que ficou conhecido como o "escândalo dos precatórios".
Os dois empresários são citados no relatório da CPI dos Precatórios, mas o Banco Central arquivou a investigação contra a distribuidora de valores deles por falta de provas.
Investigações feitas pela Polícia Federal a partir de documentos enviados pelo governo americano mostram que os dois empresários usaram empresas abertas em paraísos fiscais para fazer as remessas.
Uma das "offshores" usadas foi a Chello Sociedad Anónima, criada no Uruguai. Só em 2002 ele remeteu ilegalmente US$ 224 milhões, segundo dados da Força Tarefa CC5, o grupo de policiais federais e procuradores que faz a maior investigação sobre doleiros no país.
A Chello tinha uma conta na Beacon Hill Service Corporation, uma organização usada por doleiros. A Beacon Hill operava com uma conta no JP Morgan Chase em Nova York.
A outra "offshore" da dupla, a Dairland Sociedad Anónima, remeteu US$ 476 milhões para uma conta no MTB Bank de Nova York, ainda de acordo com a Força Tarefa CC5.
Otterloo operou outras duas contas no MTB Bank para receber remessas supostamente ilegais: Jazz e Campari. Essas contas foram usadas entre 1997 e 2002, quando foram fechadas pelo governo dos EUA porque serviriam para lavar dinheiro.
A CPI do Banestado também investigou os dois empresários. Neste ano, Van Otterloo disse ter pago R$ 300 mil ao deputado José Mentor (PT-SP) para que seu nome não aparecesse no relatório da CPI. Mentor nega ter recebido a propina.
Srour e Van Otterloo foram presos no ano passado acusados de continuar a praticar crimes mesmo sendo réus, mas foram soltos por decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal, por serem primários.
A Folha não conseguiu localizar na noite de anteontem os advogados dos empresários.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice