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31/12/2006
-
09h48
JANAINA LAGE
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
A Varig quer voar até a China. Esse é o destino mais audacioso da lista que compõe o plano estratégico da empresa, em fase de elaboração, adiantado à Folha pelo diretor de Planejamento da companhia, André Luiz Patrão. A China faz parte da segunda etapa do plano.
Mesmo nos áureos tempos da companhia aérea, a Varig nunca realizou vôos para a China. No Oriente, o principal destaque da malha era o vôo para Tóquio. Ela escolheu a China por se tratar da segunda maior parceira comercial do Brasil.
O primeiro passo será aumentar o número de freqüências para Frankfurt, considerado um importante centro de distribuição de vôos na Europa. "A Alemanha é uma porta de entrada para a Ásia. A partir daí, poderemos ter o vôo para o Oriente", disse Patrão.
Para uma empresa que chegou à beira da falência há menos de seis meses, planejar um vôo inédito para uma companhia brasileira pode parecer uma proposta, no mínimo, inviável. Segundo Patrão, no entanto, a Varig começou a se articular depois de receber a documentação como empresa de transporte aéreo.
Ele prevê a chegada de cinco aviões para vôos domésticos em janeiro e afirma, sem revelar detalhes, que a companhia se prepara para adquirir aviões para vôos intercontinentais.
O critério de seleção dos destinos privilegia locais de maior atratividade e com possibilidade de agregar passageiros de outros países.
"Voltaremos a operar em Londres porque funciona também como uma porta para os Emirados Árabes Unidos. Temos parceiros querendo fechar acordo conosco. O mesmo raciocínio nos levará de volta à Espanha, que, além de ter localização vantajosa, é um importante destino turístico."
Os demais destinos que a Varig pretende operar são Nova York, Miami, Cidade do México, Lima e Santiago (Chile).
"A aviação internacional mudou. Teremos atuação concentrada em portões. Não faz sentido operar para seis ou sete pontos na Europa porque sem apoio não há como competir com as companhias internacionais, que são muito maiores", afirmou Patrão.
Segundo o diretor, o setor vive uma crise de concentração no mercado doméstico pelas empresas estrangeiras. "Todo o valor dessa cadeia produtiva é transferido para fora do país e nós ficamos com migalhas." Ele destaca que cerca de 50% do preço de um pacote turístico é dado pelo valor da passagem aérea. "Metade do preço de um pacote é exportado."
Para Patrão, o foco no mercado doméstico, que tem crescido a taxas de dois dígitos nos últimos três anos, produziu uma distorção no setor. "Você está trocando o foco em vôos mais rentáveis por vôos que produzem uma renda menor."
Diferentemente das demais concorrentes, Patrão afirma que a Varig deve manter pelos próximos meses o sistema de vôo dedicado. As concorrentes adotaram um sistema de otimização da frota em que os aviões voam de 14 a 15 horas por dia. "Precisamos resgatar a credibilidade da companhia e estamos operando com regularidade e pontualidade", disse.
Mercado doméstico
No mercado doméstico, a companhia tem prazo de 30 dias para retomar rotas. A Varig pretende voltar a operar vôos para Londrina e Vitória em janeiro. A empresa diz ainda que não abrirá mão dos "slots" (espaços de pouso e decolagem) em Congonhas.
Ela quer também reforçar a atuação em Minas Gerais. Na região Sul, a idéia é fortalecer a atuação em Florianópolis.
No Nordeste, a Varig quer focar sua atuação em Salvador, Fortaleza e Recife.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a crise da Varig
Varig pretende retomar freqüências para a Europa e criar rota para a China
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da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
A Varig quer voar até a China. Esse é o destino mais audacioso da lista que compõe o plano estratégico da empresa, em fase de elaboração, adiantado à Folha pelo diretor de Planejamento da companhia, André Luiz Patrão. A China faz parte da segunda etapa do plano.
Mesmo nos áureos tempos da companhia aérea, a Varig nunca realizou vôos para a China. No Oriente, o principal destaque da malha era o vôo para Tóquio. Ela escolheu a China por se tratar da segunda maior parceira comercial do Brasil.
O primeiro passo será aumentar o número de freqüências para Frankfurt, considerado um importante centro de distribuição de vôos na Europa. "A Alemanha é uma porta de entrada para a Ásia. A partir daí, poderemos ter o vôo para o Oriente", disse Patrão.
Para uma empresa que chegou à beira da falência há menos de seis meses, planejar um vôo inédito para uma companhia brasileira pode parecer uma proposta, no mínimo, inviável. Segundo Patrão, no entanto, a Varig começou a se articular depois de receber a documentação como empresa de transporte aéreo.
Ele prevê a chegada de cinco aviões para vôos domésticos em janeiro e afirma, sem revelar detalhes, que a companhia se prepara para adquirir aviões para vôos intercontinentais.
O critério de seleção dos destinos privilegia locais de maior atratividade e com possibilidade de agregar passageiros de outros países.
"Voltaremos a operar em Londres porque funciona também como uma porta para os Emirados Árabes Unidos. Temos parceiros querendo fechar acordo conosco. O mesmo raciocínio nos levará de volta à Espanha, que, além de ter localização vantajosa, é um importante destino turístico."
Os demais destinos que a Varig pretende operar são Nova York, Miami, Cidade do México, Lima e Santiago (Chile).
"A aviação internacional mudou. Teremos atuação concentrada em portões. Não faz sentido operar para seis ou sete pontos na Europa porque sem apoio não há como competir com as companhias internacionais, que são muito maiores", afirmou Patrão.
Segundo o diretor, o setor vive uma crise de concentração no mercado doméstico pelas empresas estrangeiras. "Todo o valor dessa cadeia produtiva é transferido para fora do país e nós ficamos com migalhas." Ele destaca que cerca de 50% do preço de um pacote turístico é dado pelo valor da passagem aérea. "Metade do preço de um pacote é exportado."
Para Patrão, o foco no mercado doméstico, que tem crescido a taxas de dois dígitos nos últimos três anos, produziu uma distorção no setor. "Você está trocando o foco em vôos mais rentáveis por vôos que produzem uma renda menor."
Diferentemente das demais concorrentes, Patrão afirma que a Varig deve manter pelos próximos meses o sistema de vôo dedicado. As concorrentes adotaram um sistema de otimização da frota em que os aviões voam de 14 a 15 horas por dia. "Precisamos resgatar a credibilidade da companhia e estamos operando com regularidade e pontualidade", disse.
Mercado doméstico
No mercado doméstico, a companhia tem prazo de 30 dias para retomar rotas. A Varig pretende voltar a operar vôos para Londrina e Vitória em janeiro. A empresa diz ainda que não abrirá mão dos "slots" (espaços de pouso e decolagem) em Congonhas.
Ela quer também reforçar a atuação em Minas Gerais. Na região Sul, a idéia é fortalecer a atuação em Florianópolis.
No Nordeste, a Varig quer focar sua atuação em Salvador, Fortaleza e Recife.
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