Publicidade
Publicidade
21/03/2007
-
10h13
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
Com a divulgação do novo sistema de contas nacionais, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revisou para cima os crescimentos econômicos do país de 2002 a 2005. A expansão da economia em 2004, por exemplo, saltou de 4,9% para 5,7%. Em 2005, a economia passou a ter um crescimento de 2,9% em vez de 2,3% divulgados anteriormente.
A revisão realizada pelo IBGE demorou cinco anos para ficar pronta e vai mexer com diversos indicadores da economia brasileira, como é o caso da relação dívida/PIB e o superávit primário. Pela revisão, a economia brasileira apresentou um crescimento de 26,5% entre 1996 e 2005. A média de crescimento no ano ficou em 2,4%.
Pela revisão, a expansão de 2003 mais que dobrou ao sair de 0,5% para 1,1%. O PIB de 2002 também teve revisão para cima de quase um ponto percentual: de 1,9% para 2,7%. O IBGE manteve a expansão da economia em 2001 em 1,3% e em 2000, a revisão foi de 4,4% para 4,3%. O desempenho da economia em 2006 sob a nova base será divulgado na próxima semana.
Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, a nova base de cálculo do PIB permite maior precisão das informações já que incorpora novas pesquisas. "O movimento fica mais claro, mas a tendência é a mesma. Se a economia crescia agora continuamos indicando esse movimento, a magnitude é que pode ser diferente em alguns anos", disse.
Ele afirmou que por se tratar de uma primeira versão feita segundo a nova metodologia os números divulgados hoje estão sujeitos a novas revisões.
Antes de 2000
O IBGE realizou ainda revisões para a expansão da economia entre 1996 e 1999. O PIB de 1996 foi reduzido de uma expansão de 2,7% para 2,2%. Já o PIB de 1997 subiu levemente de 3,3% para 3,4%. Em 1998, o PIB passou de 0,1% para 0 e em 1999 a expansão passou de 0,8% para 0,3%.
Nesses anos, os pesquisadores informam que utilizaram uma análise diferente da utilizada nas variações após 2000 para abordar os números. O PIB dos anos após 2000 contaram com dados de pesquisas que começaram a ser feitas naquele ano (Indústria, Comércio, Construção Civil), além da mudanças de ponderações de alguns setores.
No caso de Serviços, por exemplo, o peso mudou de 56,3% em 2000 para 66,7% na nova série nesse ano. A Indústria passou de 36,1% para 27,7% no mesmo ano. Para o setor de Transportes passou de 2,6% para 4,9%.
Já para o PIB antes de 2000, os pesquisadores consideraram a alteração de pesos de alguns setores, sem considerar uma atualização da base de dados.
Com isso, em três anos do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (1996 a 1998), a economia acumulou um crescimento de 5,64%, com um avanço médio de 1,84% ao ano. O segundo mandato de FHC (1999 a 2002) registrou um crescimento de 8,76%, com um avanço médio de 2,12% ao ano. Já os primeiros três anos do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva tiveram um crescimento de 10,07%, com uma taxa média de crescimento de 3,25% ao ano.
O coordenador de Contas Nacionais, Roberto Olinto, disse que diante dessas diferenças não é recomendável fazer comparações entre a evolução da economia entre períodos de governo de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. 'Foi o melhor que conseguimos fazer, mas extrapolar o uso desses dados pode ser perigoso', disse.
Taxas de investimento
As taxas de investimento da economia também sofreram mudanças na nova série nos anos de 2000 a 2005. Em todos esses anos, a taxa foi reduzida.
A taxa de 2005 foi revisada de 19,9% para 16,3%; a de 2004, de 19,6% para 16,1%; a de 2003, de 17,8% para 15,3%; a de 2002, de 18,3% para 16,4%; a de 2001, de 19,5% para 17%; e a de 2000, de 19,3% para 16,8%.
Segundo Nunes, essas revisões para baixo são explicadas pela redução da importância econômica da construção civil na nova metodologia, combinada ao aumento da magnitude do PIB em valores.
Como a taxa de investimento é a relação entre a formação bruta de capital fixo sobre o PIB em valores, quando o PIB sobe proporcionalmente mais que a formação bruta, isso contribuiu para a redução das taxas.
Mudanças
As novas contas nacionais passam a contar com referência dados de 2000 e abrangem pesquisas anuais de Indústria, Comércio, Serviços, Construção Civil e pesquisas domiciliares. Na pesquisa anterior a referência era o ano de 1985. Além disso, os dados do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas também compõem a nova base.
Agora são 56 atividades econômicas e 110 produtos, contra 43 atividades e 80 produtos calculados anteriormente.
O setor de Telecomunicações dá lugar aos Serviços de Informação. Ele contará além de telecomunicações com consultoria em hardware, software, processamento de dados, atividade de banco de dados e distribuição on-line, atividade cinematográfica, atividades de rádio e agências de notícias.
Uma das grandes novidades da nova pesquisa é que a depreciação dos ativos do governo passa a fazer parte da conta do PIB. Isso significa que a estimativa do crescimento real do governo, que pesa cerca de 15% do total do produto, foi ampliado. Dessa forma, o valor bruto da produção do governo passará a ser feito pela soma dos gastos de custeio (consumo intermediário), as remunerações dos funcionários e o consumo do capital fixo (depreciação).
O terceiro setor, como ONGs, igrejas e clubes, são agora contabilizados sob a ótica da demanda, ao lado de consumo do governo, consumo das famílias, formação bruta de capital fixo e exportação e importação.
A atividade de intermediação financeira, por exemplo, ganhou maior abrangência e passam a ser contabilizados os fundos de investimentos.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o PIB brasileiro
Com base nova, IBGE revisa para cima PIB de 2002 a 2005
Publicidade
da Folha Online, no Rio
Com a divulgação do novo sistema de contas nacionais, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revisou para cima os crescimentos econômicos do país de 2002 a 2005. A expansão da economia em 2004, por exemplo, saltou de 4,9% para 5,7%. Em 2005, a economia passou a ter um crescimento de 2,9% em vez de 2,3% divulgados anteriormente.
A revisão realizada pelo IBGE demorou cinco anos para ficar pronta e vai mexer com diversos indicadores da economia brasileira, como é o caso da relação dívida/PIB e o superávit primário. Pela revisão, a economia brasileira apresentou um crescimento de 26,5% entre 1996 e 2005. A média de crescimento no ano ficou em 2,4%.
Arte Folha |
Pela revisão, a expansão de 2003 mais que dobrou ao sair de 0,5% para 1,1%. O PIB de 2002 também teve revisão para cima de quase um ponto percentual: de 1,9% para 2,7%. O IBGE manteve a expansão da economia em 2001 em 1,3% e em 2000, a revisão foi de 4,4% para 4,3%. O desempenho da economia em 2006 sob a nova base será divulgado na próxima semana.
Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, a nova base de cálculo do PIB permite maior precisão das informações já que incorpora novas pesquisas. "O movimento fica mais claro, mas a tendência é a mesma. Se a economia crescia agora continuamos indicando esse movimento, a magnitude é que pode ser diferente em alguns anos", disse.
Ele afirmou que por se tratar de uma primeira versão feita segundo a nova metodologia os números divulgados hoje estão sujeitos a novas revisões.
Antes de 2000
O IBGE realizou ainda revisões para a expansão da economia entre 1996 e 1999. O PIB de 1996 foi reduzido de uma expansão de 2,7% para 2,2%. Já o PIB de 1997 subiu levemente de 3,3% para 3,4%. Em 1998, o PIB passou de 0,1% para 0 e em 1999 a expansão passou de 0,8% para 0,3%.
Nesses anos, os pesquisadores informam que utilizaram uma análise diferente da utilizada nas variações após 2000 para abordar os números. O PIB dos anos após 2000 contaram com dados de pesquisas que começaram a ser feitas naquele ano (Indústria, Comércio, Construção Civil), além da mudanças de ponderações de alguns setores.
No caso de Serviços, por exemplo, o peso mudou de 56,3% em 2000 para 66,7% na nova série nesse ano. A Indústria passou de 36,1% para 27,7% no mesmo ano. Para o setor de Transportes passou de 2,6% para 4,9%.
Já para o PIB antes de 2000, os pesquisadores consideraram a alteração de pesos de alguns setores, sem considerar uma atualização da base de dados.
Com isso, em três anos do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (1996 a 1998), a economia acumulou um crescimento de 5,64%, com um avanço médio de 1,84% ao ano. O segundo mandato de FHC (1999 a 2002) registrou um crescimento de 8,76%, com um avanço médio de 2,12% ao ano. Já os primeiros três anos do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva tiveram um crescimento de 10,07%, com uma taxa média de crescimento de 3,25% ao ano.
O coordenador de Contas Nacionais, Roberto Olinto, disse que diante dessas diferenças não é recomendável fazer comparações entre a evolução da economia entre períodos de governo de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. 'Foi o melhor que conseguimos fazer, mas extrapolar o uso desses dados pode ser perigoso', disse.
Taxas de investimento
As taxas de investimento da economia também sofreram mudanças na nova série nos anos de 2000 a 2005. Em todos esses anos, a taxa foi reduzida.
A taxa de 2005 foi revisada de 19,9% para 16,3%; a de 2004, de 19,6% para 16,1%; a de 2003, de 17,8% para 15,3%; a de 2002, de 18,3% para 16,4%; a de 2001, de 19,5% para 17%; e a de 2000, de 19,3% para 16,8%.
Segundo Nunes, essas revisões para baixo são explicadas pela redução da importância econômica da construção civil na nova metodologia, combinada ao aumento da magnitude do PIB em valores.
Como a taxa de investimento é a relação entre a formação bruta de capital fixo sobre o PIB em valores, quando o PIB sobe proporcionalmente mais que a formação bruta, isso contribuiu para a redução das taxas.
Mudanças
As novas contas nacionais passam a contar com referência dados de 2000 e abrangem pesquisas anuais de Indústria, Comércio, Serviços, Construção Civil e pesquisas domiciliares. Na pesquisa anterior a referência era o ano de 1985. Além disso, os dados do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas também compõem a nova base.
Agora são 56 atividades econômicas e 110 produtos, contra 43 atividades e 80 produtos calculados anteriormente.
O setor de Telecomunicações dá lugar aos Serviços de Informação. Ele contará além de telecomunicações com consultoria em hardware, software, processamento de dados, atividade de banco de dados e distribuição on-line, atividade cinematográfica, atividades de rádio e agências de notícias.
Uma das grandes novidades da nova pesquisa é que a depreciação dos ativos do governo passa a fazer parte da conta do PIB. Isso significa que a estimativa do crescimento real do governo, que pesa cerca de 15% do total do produto, foi ampliado. Dessa forma, o valor bruto da produção do governo passará a ser feito pela soma dos gastos de custeio (consumo intermediário), as remunerações dos funcionários e o consumo do capital fixo (depreciação).
O terceiro setor, como ONGs, igrejas e clubes, são agora contabilizados sob a ótica da demanda, ao lado de consumo do governo, consumo das famílias, formação bruta de capital fixo e exportação e importação.
A atividade de intermediação financeira, por exemplo, ganhou maior abrangência e passam a ser contabilizados os fundos de investimentos.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice