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22/05/2007 - 10h22

Usinas de São Paulo vão atrás de trabalhador qualificado

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MARCELO TOLEDO
da Folha Ribeirão

Caldeireiros, encarregados de moendas, destiladores, operadores de caldeira e técnicos em fermentação, filtro e tratamento de caldo. Vagas como essas, mais qualificadas do que as dos tradicionais bóias-frias, têm sido geradas neste ano nas usinas brasileiras com o avanço do setor sucroalcooleiro.

Pelo menos 5.700 novas vagas que exigem qualificação surgiram nas 19 usinas que começaram a operar na safra atual, média de 300 por unidade, segundo o setor. A demanda por pessoal qualificado também provocou alteração no quadro funcional das usinas já existentes.

Como parte das novas usinas são filiais de empresas --muitas da região de Ribeirão Preto, principal pólo produtor do país--, um contingente de diretores se deslocou para as novas unidades, abrindo vagas também na região.

Prova do avanço do setor é a pesquisa mensal da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), mostrando que, das 52 mil vagas criadas na indústria em abril, 42 mil vêm do setor sucroalcooleiro, o equivalente a 82% do total.

A alta na geração de empregos deve continuar nos próximos meses porque a safra começou em somente 145 das 270 usinas do centro-sul do país.

No próximo ano, há previsão de abertura de mais vagas qualificadas no setor, já que a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) prevê que 30 novas usinas entrarão em operação, contra as 19 que estão na sua primeira safra neste ano.

"O processo vai ser acelerado ainda mais, já que a expansão do setor provoca também a modernização", afirmou Sérgio Prado, diretor regional da Unica em Ribeirão Preto.

Salários maiores

A cadeia produtiva deve ser ampliada com vagas abertas em setores ligados ao álcool químico. O setor é a aposta de desenvolvimento do secretário da Agricultura paulista, João Sampaio, para os próximos anos.

Mário Garrefa, presidente do Ceise (Centro das Indústrias de Sertãozinho), disse que o crescimento de empregos no setor sucroalcooleiro se dá na cadeia toda. "Uma usina que moeu 1 milhão de toneladas de cana no ano passado passa para 1,3 milhão de toneladas neste ano. Com isso, cresce o total de empregados na lavoura, no transporte, na logística e em toda a parte fabril", afirmou.

Enquanto nas lavouras os bóias-frias tradicionais recebem entre R$ 700 e R$ 1.200 (R$ 2,40 por tonelada de cana cortada), as vagas qualificadas chegam a pagar R$ 3.000 --isso quando o setor encontra profissionais para ocupá-las.

"Fabricantes de máquinas estão formando pools para qualificar funcionários para os novos equipamentos. Está havendo uma deficiência enorme na operação das máquinas mais modernas. A demanda é elevadíssima", disse Mônika Bergamaschi, diretora-executiva da Associação Brasileira do Agronegócio de Ribeirão Preto.

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