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12/03/2001
-
10h40
SANDRA BALBI
da Folha de S.Paulo
Quem investiu em fundos de ações no começo do ano fez a festa em janeiro, perdeu parte do lucro em fevereiro e está cruzando o mês de março com um friozinho na barriga.
Essa sensação típica de quem está sacolejando numa montanha russa é resultado da devolução, no mês passado, de quase metade dos ganhos obtidos em janeiro por essa modalidade de fundo, devido à queda de 10,08% da Bolsa em fevereiro.
Em janeiro, os fundos de ações renderam 11,45% e, em fevereiro, -4,51%, segundo dados da Anbid (Associação Brasileira dos Bancos de Investimento). Este mês, até o dia 6, estão rendendo 2,04%.
As perdas variaram de acordo com o tipo de fundo. Quem aplicou em fundos de ações Ibovespa Ativo (aqueles que buscam superar a valorização da Bolsa) teve uma rentabilidade de -9,11% em fevereiro. Esses fundos concentram 23% do patrimônio líquido dos fundos de ações e são os mais procurados. Em janeiro, seus investidores ganharam 17,11%.
No parque de diversões, quando começa a descida, só resta rezar. No mercado financeiro, cabem outras medidas para preservar seus ganhos e sua saúde do sobe-e-desce da Bolsa. A pedra de toque dos investimentos em renda variável está em saber como transformar uma riqueza virtual _quando a cota do fundo sobe_ em ganho real, realizando o lucro antes que os rendimentos do fundo emagreçam.
O segredo, ensinam os gestores de recursos, é estabelecer um prazo para a aplicação e uma meta de ganho. 'Se esse prazo for de um ano, mas em três meses seu fundo de investimento atingir o ganho que você tem como meta, saque'', diz Renato Raglione, diretor de marketing da UAM (Unibanco Asset Management). 'A chance de ele cair é grande.''
É o que pretende fazer Renato Lemos, 31, que há dez dias decidiu investir 90% de suas economias em um fundo de ações. 'Minha meta é ganhar 10%. Quando atingir essa marca, saio independentemente do tempo que tenha ficado com o dinheiro aplicado'', diz.
Há várias formas de fazer o resgate para garantir o lucro. Gilberto Poso, diretor de operações com clientes da Lloyds TSB Asset Management, recomenda sacar um terço ou metade da aplicação. 'Cristalize o ganho'', diz.
Segundo ele, o investidor que se dá melhor nas oscilações da Bolsa é o que estabelece metas e cumpre-as. Sem essa disciplina, você pode pecar pela ganância, 'apostar'' que os ganhos aumentarão e perder o que já está na mão.
Raglione dá uma dica para a hora da retirada. 'Uma estratégia bem sucedida é a da chamada alocação fixa'', diz ele. Ao montar uma carteira de aplicações, o investidor deve definir quanto por cento do capital vai colocar em risco em fundos de renda variável.
Se ele aplicar, por exemplo, R$ 1.000, sendo R$ 750 (75%) em um fundo de renda fixa e R$ 250 (25%) em um fundo de renda variável (ações ou derivativos), deverá monitorar a valorização obtida para manter sempre as mesmas proporções.
Se após seis meses a parcela em renda fixa valorizar-se 10%, ele terá um capital de R$ 825 nesse fundo. E, se a parte alocada em renda variável valorizar-se 20%, ele terá R$ 300 nesse fundo. O patrimônio total terá subido para R$ 1.125, e a parcela em renda variável terá subido para 26,6% do total. 'Saque a diferença e volte à proporção original'', diz Raglione.
Lúcio Graccho, diretor de renda variável do HSBC Brain, recomenda a mesma estratégia. 'Ela vale também para os momentos de queda da Bolsa e desvalorização do fundo'', diz. Depois de reequilibrar a carteira, realizando seu lucro, fique de olho no mercado. 'Quando a Bolsa cair, desvalorizando a cota do fundo, é hora de entrar'', diz Graccho.
Como transformar ganho virtual em lucro real em fundos de ações
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da Folha de S.Paulo
Quem investiu em fundos de ações no começo do ano fez a festa em janeiro, perdeu parte do lucro em fevereiro e está cruzando o mês de março com um friozinho na barriga.
Essa sensação típica de quem está sacolejando numa montanha russa é resultado da devolução, no mês passado, de quase metade dos ganhos obtidos em janeiro por essa modalidade de fundo, devido à queda de 10,08% da Bolsa em fevereiro.
Em janeiro, os fundos de ações renderam 11,45% e, em fevereiro, -4,51%, segundo dados da Anbid (Associação Brasileira dos Bancos de Investimento). Este mês, até o dia 6, estão rendendo 2,04%.
As perdas variaram de acordo com o tipo de fundo. Quem aplicou em fundos de ações Ibovespa Ativo (aqueles que buscam superar a valorização da Bolsa) teve uma rentabilidade de -9,11% em fevereiro. Esses fundos concentram 23% do patrimônio líquido dos fundos de ações e são os mais procurados. Em janeiro, seus investidores ganharam 17,11%.
No parque de diversões, quando começa a descida, só resta rezar. No mercado financeiro, cabem outras medidas para preservar seus ganhos e sua saúde do sobe-e-desce da Bolsa. A pedra de toque dos investimentos em renda variável está em saber como transformar uma riqueza virtual _quando a cota do fundo sobe_ em ganho real, realizando o lucro antes que os rendimentos do fundo emagreçam.
O segredo, ensinam os gestores de recursos, é estabelecer um prazo para a aplicação e uma meta de ganho. 'Se esse prazo for de um ano, mas em três meses seu fundo de investimento atingir o ganho que você tem como meta, saque'', diz Renato Raglione, diretor de marketing da UAM (Unibanco Asset Management). 'A chance de ele cair é grande.''
É o que pretende fazer Renato Lemos, 31, que há dez dias decidiu investir 90% de suas economias em um fundo de ações. 'Minha meta é ganhar 10%. Quando atingir essa marca, saio independentemente do tempo que tenha ficado com o dinheiro aplicado'', diz.
Há várias formas de fazer o resgate para garantir o lucro. Gilberto Poso, diretor de operações com clientes da Lloyds TSB Asset Management, recomenda sacar um terço ou metade da aplicação. 'Cristalize o ganho'', diz.
Segundo ele, o investidor que se dá melhor nas oscilações da Bolsa é o que estabelece metas e cumpre-as. Sem essa disciplina, você pode pecar pela ganância, 'apostar'' que os ganhos aumentarão e perder o que já está na mão.
Raglione dá uma dica para a hora da retirada. 'Uma estratégia bem sucedida é a da chamada alocação fixa'', diz ele. Ao montar uma carteira de aplicações, o investidor deve definir quanto por cento do capital vai colocar em risco em fundos de renda variável.
Se ele aplicar, por exemplo, R$ 1.000, sendo R$ 750 (75%) em um fundo de renda fixa e R$ 250 (25%) em um fundo de renda variável (ações ou derivativos), deverá monitorar a valorização obtida para manter sempre as mesmas proporções.
Se após seis meses a parcela em renda fixa valorizar-se 10%, ele terá um capital de R$ 825 nesse fundo. E, se a parte alocada em renda variável valorizar-se 20%, ele terá R$ 300 nesse fundo. O patrimônio total terá subido para R$ 1.125, e a parcela em renda variável terá subido para 26,6% do total. 'Saque a diferença e volte à proporção original'', diz Raglione.
Lúcio Graccho, diretor de renda variável do HSBC Brain, recomenda a mesma estratégia. 'Ela vale também para os momentos de queda da Bolsa e desvalorização do fundo'', diz. Depois de reequilibrar a carteira, realizando seu lucro, fique de olho no mercado. 'Quando a Bolsa cair, desvalorizando a cota do fundo, é hora de entrar'', diz Graccho.
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